Seis candidatos ao título da Fórmula Truck EM 2013

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A temporada de 2013 do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck terá um momento decisivo em sua nona e penúltima etapa, confirmada para 10 de novembro em Pinhais (PR). Enquanto o líder pernambucano Beto Monteiro vive a expectativa de poder conquistar o título com uma etapa de antecipação, seis de seus adversários trabalham por um resultado que mantenha suas chances para a corrida decisiva marcada para 8 de dezembro em Brasília (DF).

Monteiro, piloto da Scuderia Iveco, venceu a quinta etapa de 2013, no autódromo paulista de Interlagos, e a sétima, na pista argentina de Córdoba, de onde saiu como campeão sul-americano da temporada. Ele soma 126 pontos, 28 a mais que o vice-líder gaúcho Régis Boessio, piloto do Mercedes-Benz da ABF Desenvolvimento Team, vencedor da terceira corrida do ano, em Caruaru (PE), e da oitava, disputada no dia 13 de outubro em Guaporé (RS).

A margem de 28 pontos permite a Monteiro, campeão de 2004 pela DF Motorsport/Ford, projetar as combinações de resultados que lhe podem dar mais um título já na etapa em Pinhais. Ele procura descartar a possibilidade de uma definição antecipada. “Com tantos pilotos tendo chance de título e com tanto equilíbrio como temos hoje na Truck, pensar nisso seria suicídio. A gente busca pontuar, mas esse campeonato só vai ter dono em Brasília”, diz.

No grupo dos que planejam impedir o segundo título brasileiro de Beto Monteiro estão, além de Boessio, o brasiliense Geraldo Piquet e o paranaense Wellington Cirino, companheiros de equipe na ABF Santos Desenvolvimento, os paulistas Leandro Totti e Felipe Giaffone, ambos da RM/MAN Latin America, e o também paulista Paulo Salustiano, da ABF Racing Team. Boessio, Piquet e Salustiano ainda não figuram na galeria de campeões da Fórmula Truck.

Situada em reconhecido grau de dificuldade, a reação pretendida pelos seis adversários do líder na disputa pelo título tem precedente na própria Truck. Em 2010, Roberval Andrade comemorou seu segundo título revertendo, nas duas últimas corridas, a vantagem de 24 pontos do então líder Felipe Giaffone. Eles terminaram o campeonato empatados em pontos e o piloto da Ticket Car Corinthians Motorsport conquistou o campeonato nos critérios de desempate.

O sistema de pontuação da Fórmula Truck em 2010 já era o praticado atualmente. Depois de oito das dez corridas, Giaffone liderava a temporada com 137 pontos. Tinha uma vitória, dois segundos, dois terceiros, um quarto e um quinto lugar. Andrade, vice-líder, somava 113 pontos. Somava três vitórias e, em seis corridas, havia pontuado como líder no momento da intervenção programada do Pace Truck, a um terço da prova, feito que vale cinco pontos.

A penúltima corrida daquela temporada aconteceu em Pinhais (PR), no Autódromo Internacional de Curitiba, que também receberá a nona etapa de 2013, no dia 10 de novembro. Andrade marcou o ponto extra da pole-position e os cinco pontos da liderança a um terço de corrida, além dos 25 pela vitória. Giaffone conquistou o ponto extra da volta mais rápida da corrida, os três pelo terceiro lugar à intervenção do Pace Truck e mais 20 pelo segundo lugar.

A chegada dos pilotos a Brasília para a etapa decisiva tinha Giaffone e Andrade como únicos postulantes ao título. A vantagem de 17 pontos permitia a Giaffone a conquista do tricampeonato com o quarto lugar na corrida, desde que Andrade deixasse de marcar um dos 32 pontos que lhe seriam possíveis. Um terceiro lugar bastaria ao líder da temporada para repetir os títulos de 2007 e 2009 dispensando quaisquer cálculos. Era apontado como franco favorito.

Pela primeira vez em 2010, Roberval Andrade extraiu proveito máximo de uma etapa. Marcou a pole e a volta mais rápida e liderou de ponta a ponta. Líder do campeonato desde o início, Felipe Giaffone ocupou o quinto lugar durante a intervenção programada do Pace Truck e terminou a corrida em quarto. Os dois empataram nos 176 pontos e Andrade, por ter mais vitórias que o adversário – critério imediato de desempate –, foi declarado campeão.

O próprio Roberval Andrade reconhece a dificuldade da façanha que lhe rendeu o título há três anos. “O Beto tem uma boa vantagem e existem vários pilotos que podem tirar o título dele. Bem, virar esse jogo não é impossível”, testemunha, lembrando sua própria atuação na reta final do campeonato em 2010. “O primeiro passo para quem quer virar o jogo é foco total, concentração total. Eu, na época, só pensava naquilo, em diminuir a diferença”, recorda.

Andrade procura estabelecer um caminho para os colegas de pista que buscam o título. “Em termos de estratégia a primeira coisa necessária é chegar ao fim das corridas, sem problemas, claro. E, além de chegar, têm de chegar à frente do Beto e tomar pontos dele. Para quem está atrás, cada ponto do Beto vale dois. E os pontos de bonificação de pole-position e volta mais rápida vão merecer empenho, também. Eles podem fazer a diferença”, relaciona.