Coluna WG: Rosberg está firme. Vettel nem tanto!

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A vitória de Nico Rosberg no Grande Prêmio do Japão, disputado domingo, em Suzuka, deixou o piloto alemão mais perto do seu primeiro título mundial enquanto seu compatriota Sebastian Vettel viveu um fim de semana pouco auspicioso. O tetracampeão mundial não conseguiu subir ao pódio e ainda ouviu Maurizio Arrivabene declarar que a renovação de seu contrato, que acaba em 2017, depende dos resultados que ele apresentar até lá. Terminado o tour da F-1 no Extremo Oriente, viu-se Rosberg firme, Vettel nem tanto…Falando nesse assunto, a Renault e Nico Hulkenberg estariam em fase final de negociação. Se confirmado o acordo vai gerar boa movimentação no mercado: deixará em aberto uma vaga na quarta melhor equipe da temporada, a Force India.
 
>> Alheia a tudo isso, a Mercedes comemorou seu terceiro título consecutivo entre os construtores com quatro provas de antecipação. Neste vídeo postado nas redes sociais, a marca alemã mostra como compartilhou a conquista com os funcionários na Inglaterra, certamente um case sobre como manter todos motivados e focados na conquista de mais um título em 2017. Vale a pena ver.
 
>> Se Rosberg saiu de Suzuka com uma confortável margem de 33 pontos na liderança do campeonato, boa parte desse resultado se deve à catastrófica largada de Lewis Hamilton, que caiu de segundo para oitavo e terminou em terceiro, após grande disputa com o holandês Max Verstappen. Com esse resultado, o inglês agora agora tem 280 pontos, contra 313 do líder. Para quem gosta de números frios e calculistas essa diferença permite ao alemão chegar ao tão esperado primeiro título terminando em segundo lugar todas as as quatro corridas restantes deste ano: Estados Unidos, México, Brasil e Abu Dhabi. Verdade que o campeonato deste ano já teve suas reviravoltas, mas o favoritismo agora é francamente de Rosberg.
 
>> Outro alemão, também chamado Nico, igualmente é apontado como favorito. No caso do Nico Hulkenberg suas chances de vitória seria fechar contrato com a Renault na condição de primeiro piloto. A imprensa alemã noticiou que até mesmo a minuta do contrato teria sido aprovada pelas partes envolvidas. Verdade que ele está confirmado na equipe Force India, ao lado de Sérgio Pérez, mas dois fatores ajudam a dar força a essa possibilidade bastante comentada no paddock de Suzuka: 1) Vijay Mallya, dono da equipe, já declarou que jamais impediria Hulk de aproveitar um bom convite; 2) Todos sabem que a vaga aberta pode ser convertida em um bom dinheiro, seja através de um piloto que traga patrocinadores ou através do piloto que a Mercedes escolher para preencher esse lugar. E dinheiro é sempre bem-vindo em qualquer equipe da F-1… Neste caso os primeiros da lista são Pascal Wehrlein e Esteban Ocón.
 
>> Já na Ferrari a situação não é nova, não é boa e nem deve melhorar em breve. A falta de resultados que eram esperados para este ano — Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen lutando por vitórias com os pilotos da Mercedes —, e a perda do segundo lugar entre os construtores para a Red Bull não ajuda em nada a solucionar os problemas que a imprensa italiana colabora para ficarem maiores. O contrato atual de Vettel termina no final de 2017 e há um acordo para renovar por mais dois anos.
 
>> Questionado sobre essa extensão em entrevista ao jornalista Carlo Vanzini, da Sky Italia, Arrivabene destacou que tanto Vettel, quanto a equipe como qualquer pessoa tem objetivos na vida e lembrou que o piloto tende a extrapolar as atribuições do seu cargo, ou como está na moda, do seu “job description”, para ser confirmado:
 
>> A declaração de Arrivabene está longe de ser a descoberta da pólvora ou a reinvenção da roda: todo piloto campeão se enfronha em todas as áreas da equipe para saber o que está acontecendo, motivar seus colaboradores diretos e ter o equipamento que vai permitir obter melhores resultados. Ocorre que em estruturas menos rígidas, como é o caso da Ferrari, isso gera desequilíbrios exacerbados quando os resultados não vêm. E a Ferrari não vence desde desde… o GP de Cingapura de 2015, uma eternidade para os tifosi e para os executivos da FCA, a holding que, no final das contas, tem ingerência maior sobre o orçamento e as nomeações da equipe.
 
>> O suíço Sebastién Buemi foi o grande sobrevivente da corrida repleta de acidentes e incidentes que serviu como abertura da temporada 2016/2017 da F-E, sábado, em Hong-Kong, como você pode conferir neste vídeo. O brasileiro Nelsinho Piquet largou na pole-position mas foi traído por um trecho da pista onde vários pilotos acabaram batendo nas barreiras de proteção. O americano Sam Bird assumiu a liderança mas ao trocar de carro o sistema de transmissão não funcionou e ele acabou se atrasando em quase uma volta. Lucas di Grassi parou para trocar o bico do seu carro e acabou fazendo uma boa recuperação, para terminar em segundo lugar.
 
Nelsinho Piquet largou na pole position (Foto FIA Formula E)
 
Resultados de Hong-Kong:

1) Sebastien Buemi, Renault e.dams, 53’13”298;
2) Lucas di Grassi, ABT Schaeffler-Audi Sport, a 2”477;
3) Nick Heidfeld, Mahindra Racing, a 5”522;
4) Nico Prost, Renault e.dams, a 7”360;
5) Antonio Felix da Costa, Andretti Formula E, a 17”987;
6) Robin Frijns, Andretti Formula E, a 21”161.
 
Posições no campeonato
 
Pilotos
1) Buemi, 25;
2) Di Grassi, 18;
3) Heidfeld, 15;
4) Prost, 12;
5) Felix da Costa, 10;
6) Frijns, 8.
 
Equipes
1) Renault e.dams, 37;
2) ABT Schaeffler Audi Sport, 18;
3) Andretti Formula E, 18;
4) Mahindra Racing, 16;
5) NEXTEV NIO, 7;
6) Faraday Future Dragon Racing, 6.
 
A temporada prossegue dia 12 de novembro em Marrakesh, Marrocos.


Wagner Gonzalez
Coluna: CONVERSA DE PISTA

Wagner Gonzales é jornalista especializado em automobilismo de competição, acompanhou mais de 350 grandes prêmios de F-1 em quase duas décadas vivendo na Europa. Lá, trabalhou para a BBC World Service, O Estado de S. Paulo, Sport Nippon, Telefe TV, Zero Hora, além de ter atuado na Comissão de Imprensa da FIA.


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