Cores verde e amarelo invadem ruas do DF

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O torcedor do Distrito Federal se prepara para a Copa do Mundo: tira as camisas da seleção brasileira do armário, coloca bandeirinhas verde-amarelo nos carros e enfeita as ruas com asfalto pintado nas cores da bandeira nacional. Vale tudo para demonstrar seu entusiasmo pelo mundial. "É como diz a música: 'todos ligados na mesma emoção, tudo é um só coração'", compara a professora Nely Paiva, 62 anos.

Os moradores da CSB 2 e 3 de Taguatinga Sul fazem, há 32 anos, uma verdadeira festa nas quadras em ano de Mundial. “Já são oito Copas do Mundo. Este ano estaremos juntos mais uma vez, torcendo pela nossa seleção rumo ao hexa. Teremos até camisas amarelas com seis estrelas estampadas”, adianta o relações públicas Nelson Pereira, criador da tradição na quadra e marido de dona Nely.

Tudo começou como uma brincadeira. Com o tempo, os enfeites de papel foram substituídos por bandeiras de plástico e tecido. Cerca de 30 moradores ajudam na ornamentação para 2014. “Tem gente de todas as idades, desde crianças de oito anos a idosos com 65. Isso une a comunidade e aumenta a expectativa”, afirma Nelson, conhecido por todos como Carioca.

Alegria de pai para filho – Ir para a rua, encontrar os vizinhos e passar tardes inteiras cortando e pendurando bandeirinhas, a cada quatro anos, já é um programa certo para o estudante Daniel Batista, 21. Acostumado a enfeitar a CSB 2 e 3 desde bebê, ele agora transmite a tradição ao filho, o pequeno Miguel, que completará dois anos no dia 26/6, durante o Mundial.

“Cresci recortando bandeirinha com minha mãe e avó. Agora comecei com o Miguel: eu faço o nó e ele coloca a bandeirinha”, explica Daniel, que considera o ritual uma forma de integração entre os moradores. “É bacana porque as pessoas em geral não têm tempo, então é uma forma de nos vermos. Se depender da animação da nossa torcida, o Brasil vai ganhar”, brinca.

Palloma Mariano, 18, mudou-se para a quadra em 2010, mas, quando chegou, estava tudo pronto para o Mundial da África do Sul. Este ano a estudante não ficou de fora. “A arrumação já é uma festa, a gente se reúne, faz um lanche. E, no meu caso, ajuda a conhecer as pessoas”, destaca Palloma que não vê a hora de torcer com os novos amigos. “O Brasil vai ganhar em casa”, aposta.

Verde e amarelo em alta – A alguns quilômetros dali, no conjunto I da QNN 8, em Ceilândia, os moradores também já estão em clima de Copa do Mundo. Além das grandes bandeiras confeccionadas em tecido TNT, eles planejam enfeitar toda a rua com bandeirinhas de papel nas cores do Brasil também para a tradicional festa junina da rua, promovida há 15 anos.

Para o operário Carlos Miranda, 40, que mora na quadra desde menino, o período de Copa do Mundo é sempre uma alegria. “O pessoal fica muito feliz. É bem melhor torcer todo mundo junto”, garante. A vendedora Cristine Galvão, 33, concorda: “É uma alegria, todos já se conhecem. Enfeitar a rua aumenta o clima de Copa, e até quem já se mudou daqui sempre volta pra celebrar”.

Em dias de jogos da Seleção Brasileira, todos se reúnem para assistir a tudo em um telão instalado na rua. Após o apito final, música e confraternização entre os vizinhos. Até quem acabou de se juntar à turma entra no clima. “Só estou aqui há dois meses, mas fico mais empolgado com a rua bonita assim. Agora é torcer para que o Brasil chegue à final”, diz o administrador Lander Espíndola, com a filha Emanuelle, 7, nos braços.