Alexandre Barros, mais de 500 corridas na carreira

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O piloto brasileiro de motociclismo, Alexandre Barros, hoje já "aposentado" das competições internacionais, participou de mais de 1/3 das provas da categoria 500cc e MotoGP e entrou para o Guiness Book como o primeiro piloto brasileiro a vencer uma prova de MotoGP e por ter participado de mais de 500 GPs no motociclismo.

Destacou-se pelo seu extremo profissionalismo e fidelidade aos que o incentivaram ao longo da carreira e talvez por isso, tenha ído tão longe em número de corridas oficiais. Seu nome completo é Alexandre Abraão Coelho de Barros e nasceu em São Paulo, no dia 18 de outubro de 1970.

Desde pequeno sua vocação para motos já era nítida. Barros começou a correr de moto com apenas sete anos de idade e aos oito foi campeão de minibikes. Em 1985, sagrou-se campeão brasileiro de 50cc e 250cc. Com tanta experiência, acabou transferindo-se para o Mundial de Motovelocidade em 1986, na categoria 80cc.

Sua estréia na categoria máxima, a 500cc, aconteceu em 1990, na equipe Cagiva, com Eddie Lawson como companheiro de equipe. Com 20 anos de idade, Alex Barros tornou-se então o mais jovem piloto na categoria onde atingiu números impressionantes e alguns deles até hoje são imbatíveis. Na MotoGP fez 276 largadas, com 7 vitórias, 32 pódios, 5 pole positions, 14 voltas mais rápidas e 2.123 pontos conquistados.

Na temporada de 1993, Alex Barros transferiu-se para a equipe Lucky Strike Suzuki, tendo Kevin Schwantz como companheiro. Neste ano, Schwantz sagrou-se campeão mundial e Barros venceu sua primeira corrida com a 500cc, em Jerez de La Frontera, na Espanha, igualando o feito de outro brasileiro, Adu Celso.

Após sair da Suzuki em 1994, correu os oito anos seguintes com motos Honda em equipes privadas, alcançando o 4º lugar nos campeonatos de 1996, 2000, 2001 e 2002.

Em 2003 correu pela equipe oficial de fábrica Yamaha Gauloises, pela primeira vez como número um da equipe. No ano seguinte, foi contratado pela equipe oficial da Honda HRC, então campeã, em substituição a Valentino Rossi, contratado justamente pela Yamaha. Em ambas Alexandre teve atuação discreta, e na Honda, mesmo com o 4º lugar na classificação geral, foi dispensado no fim da temporada.

Em 2005 com Honda de equipe privada, chegou à sua última vitória na MotoGP, no Grande Prêmio de Portugal, em Estoril. No campeonato chegaria em 8º.

Por falta de patrocínio, em 2006 Alexandre disputou o mundial de Superbike pela equipe privada Klaffi Honda, obtendo o 6º lugar na classificação geral, com seis pódios e uma vitória, no Autódromo Enzo e Dino Ferrari em Ímola (ITA).

Em 2007 retornou para a MotoGP para sua última temporada, por uma equipe satélite da Ducati, a Pramac d'Antin, obtendo um pódio, o 3º lugar no Grande Prêmio da Itália em Mugello. Sua última corrida foi em Valencia (ESP), quando terminou em 7º lugar.

Atualmente, Alexandre Barros é um empresário e grande incentivador do motociclismo brasileiro. Junto a Gilson Scudeler (sete vezes campeão brasileiro de MotoGP) promovem um campeonato nacional com motos BMW. O fruto desta união atende pelo nome de Moto 1000GP e conta com apoio da Dorna, a mesma empresa que organiza o Mundial de MotoGP. O objetivo é estimular a formação de novos pilotos e a internacionalização da carreira de outros.

A nossa reportagem teve contato com o piloto que demonstra ainda estar bem animado para continuar no ramo. Ao ser questionado se não sente saudades do Mundial de MotoGP, Alex foi enfático: “O motociclismo ainda está fazendo parte da minha vida, mas tem horas que as coisas complicam, a idade chega, o tempo passa, mas, apesar de ter parado profissionalmente, não parei de andar de moto. Continuo andando, tenho uma escola de motovelocidade e agora também estou envolvido no campeonato brasileiro de 1000GP”.

Barros também falou sobre a categoria: “Esse é um projeto que desde 2010 já estavamos desenvolvendo e fizemos uma parceria com a Petrobras, a BMW e a Michelan, parceiros que apoiaram a  iniciativa desde o começo. A idéia é profissionalizar os pilotos no Brasil, dentro das categorias que são a GP Light, esta é uma categoria amadora - existe uma Copa que é a BMW S 1000RR que também é amadora - e temos também a GP 1000, esta sim é a moto esportiva, a categoria principal", disse Alexandre que na sequência, explicou a ideia principal do evento:

"A ideia é introduzir novas categorias nos anos futuros, categorias de base; orientar os pilotos, fazê-los se tornarem cada vez mais profissionais, as equipes também e, enfim, com isso fazer a organização ir mais ao encontro dos pilotos e tentar orientar melhor, prepará-los melhor, elevando o número de pilotos aqui no Brasil. Assim, eles vão coneguir ter possibilidade e oportunidade para ir la pra fora do país e participar de campeonatos mais competitivos como no caso o espanhol e o italiano que são um passo antes do primeiro escalão”, concluiu Alexandre Barros.

O restante da entrevista você pode assistir no video abaixo.