O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) não colocou, até o momento, recursos no Banco Cruzeiro do Sul. E, segundo o diretor executivo do FGC, Antônio Carlos Bueno, não deverá fazê-lo. De acordo com ele, o banco não está com problema de caixa, mas de patrimônio.
“Não houve socorro e o fundo [FGC] está trabalhando para que não haja. E não haverá. Estou absolutamente confiante. Estamos fazendo um mecanismo onde a gente consiga afastar o risco das pessoas e das instituições”, disse em entrevista coletiva concedida na segunda-feira (4/6/2012).
O Banco Central (BC) decretou Regime de Administração Especial Temporária (Raet), pelo prazo de 180 dias, no Banco Cruzeiro do Sul. Segundo o BC, a medida foi tomada em decorrência do “descumprimento de normas aplicáveis ao sistema financeiro e da verificação de insubsistência em itens do ativo”.
Bueno informou que apenas após uma auditoria será possível conhecer o real valor da “insubsistência” apontada pelo BC. Ele ressaltou, no entanto, que o banco está com dinheiro em caixa e com liquidez. “Quem era dono do banco, que são os acionistas do banco, perderam o patrimônio. Mas todo o dinheiro que estava ali, com os CDBs [Certificados de Depósito Bancário], as carteiras de crédito, estão todas lá funcionando”, disse.
“Banco tem de ter é liquidez, é o dinheiro para pagar obrigação, o CDB dele e quem fez aplicação. E o banco tem o suficiente para fazer isso”, acrescentou.
De acordo com o BC, o Banco Cruzeiro do Sul é uma instituição financeira de pequeno porte que, em dezembro de 2011, detinha ativos que representavam apenas 0,22% do total dos ativos do sistema financeiro e 0,35% dos depósitos. Está autorizado a operar com as carteiras comercial, de investimentos e de câmbio. Com operações concentradas nas duas agências de São Paulo e do Rio de Janeiro, o banco tem mais seis agências, em Campinas, Salvador, Recife, Belém, Macapá e Palmas.