Saltador Vinícius recebe ouro no Mundial Indoor

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Mauro Vinícius Hilário Lourenço da Silva, do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, se despediu do Mundial Indoor de Istambul, na Turquia, neste domingo (11/3), como uma verdadeira estrela do atletismo: medalha de ouro do salto em distância no peito, assédio da torcida e muitas poses para os fotógrafos. Em seu primeiro Mundial Indoor, apenas a segunda grande competição da carreira - a primeira foi a Olimpíada de Pequim, em 2008 - Duda, como é conhecido, viveu três dias de muita emoção.

A jornada de sonho começou na sexta-feira (9/3), o primeiro dia de Mundial, na qualificação da prova. Duda saltou 8,28 m, para estabelecer a melhor marca indoor do ano no salto em distância. No sábado (10/3), deu dois saltos de 8,23 m para vencer, no desempate, o australiano Henry Frayne e garantir para o Brasil a terceira medalha de ouro em Mundiais Indoor, depois dos títulos de Fabiana Murer no salto com vara (Doha/2010) e Zequinha Barbosa nos 800 m (Indianápolis/1987). Neste domingo (11/3) pôde, finalmente, viver a emoção de subir ao lugar mais alto do pódio e ouvir o Hino Nacional. Foi difícil conter as lágrimas.

Medalha no peito, Duda desceu do pódio e passou muito tempo dando autógrafos para o público que veio das arquibancadas. Assinou o nome em cadernos, bonés, pedaços de papel... Teve de ser "resgatado" por um membro da organização. Aí, novas poses para os fotógrafos.

Depois, voltou a falar da prova. Disse que dormiu pouco de sexta-feira para sábado, entre a qualificação - quando saltou 8,28 m, melhor marca do mundo no ano - e a final -, quando ficou com o ouro e o inédito título mundial indoor do Brasil no salto em distância, com 8,23 m. "De sexta para sábado, só cochilei. Meu coração não parava de acelerar, a adrenalina não abaixava nunca", comentou.

"Na hora da final estava nervoso, ansioso, querendo saltar longe logo", disse Duda, que queimou dois dos quatro primeiros saltos e até a quarta tentativa estava em sétimo na prova. "Eu não gosto dessa situação, não. Mas, o Tide (o técnico Aristides Junqueira, também do Clube BM&FBOVESPA) me chamou e disse: 'Calma, você está na briga'." As palavras de Tide o tranquilizaram e Duda não deixou dúvidas: saltou duas vezes, na quinta e sexta tentativas, a marca de 8,23 m. No quinto salto, ainda ficou bem longe da marca da tábua, para o início do salto, o que leva a crer que poderia ter ido mais longe. "Foi um erro técnico, corrida curta", observou Duda.

Disse que agora vai voltar "ao zero - não ao período de base, mas sabendo que ainda não ganhou nada - para focar em Londres e na Olimpíada". Segundo ele, será preciso saltar 8,30 m para trazer uma medalha dos Jogos Olímpicos. "Estou bem perto, vou trabalhar. Quero buscar e me manter acima dos 8,30 m." Duda, já fez o índice olímpico no salto em distância este ano, com 8,10 m (dia 18 de fevereiro, numa prova da FPA, em São Paulo), mas já estava qualificado na virada do ano por ter terminado entre os dez primeiros do ranking mundial de 2011, com a marca de 8,27 m.

Duda disse que pensou no pai, que morreu em 2005, na hora do pódio porque recebeu dele a herança do amor ao esporte. "Meu pai sempre foi esportista e nos incentivou a buscar nossos sonhos." Agradeceu à família, à seleção brasileira, ao Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, ao técnico Tide, à equipe médica da seleção e do Clube. "Ninguém vence sozinho", explicou.

Falou com a mãe, Iza, por intermédio do SporTV, e ouviu que São José do Rio Preto, a cidade onde vive e treina, no interior de São Paulo, se emocionou com a vitória. E falou da origem do apelido. "Minha avó me chamava de Duda antes mesmo de eu aprender a falar." A mãe, Iza Lourenço, explicou que o apelido tem origem africana. "Ele nasceu pequeno e foi chamado de Quererê, depois Dunderê e finalmente Duda. Sou a mãe mais feliz e orgulhosa do mundo", disse Iza, que chorou ao ouvir o Hino Nacional Brasileiro na cerimônia do pódio.

Ana Cláudia para na semifinal

A velocista Ana Cláudia Lemos Silva, do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, não saiu satisfeita da pista da Atakoy Athletics Arena. Com o sexto tempo na segunda série semifinal dos 60 m, 7s36, Ana Cláudia não conseguiu vaga na decisão da prova. "Esperava mais de mim, mesmo sendo meu primeiro Mundial Indoor. Não foi um bom tempo, fiquei devendo aqui em Istambul", disse a atleta.

Na semifinal, Ana Cláudia melhorou o tempo obtido nas eliminatórias, de 7s40, mas o objetivo na Turquia era quebrar o recorde sul-americano dos 60 m, de 7s26, que pertence à também brasileira Esmeralda de Jesus desde 1981.

Na volta ao Brasil, Ana Cláudia vai voltar a preparação para os 200 m, em que já tem índice para os Jogos Olímpicos de Londres, em agosto. "Vou me concentrar nos 200 m, que é a minha melhor prova atualmente, e tentar fazer bons resultados individuais", finalizou.

O Clube de Atletismo BM&FBOVESPA completa dez anos em 2012, com o lançamento de um Centro de Treinamento de nível internacional e de sua Categoria de Base. O Clube integra o Instituto BM&FBOVESPA e tem parceria com a Nike, o Pão de Açúcar e a Prefeitura de São Caetano.