O Brasil luta por ouro no Mundial de Handebol Fem

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A Seleção Brasileira de Handebol já tem mil motivos para celebrar. Nesta sexta-feria (22), a equipe marcou seu nome na história da modalidade, com uma vitória fantástica sobre a Dinamarca pelas semifinais do Campeonato Mundial da Sérvia. Isso significa, que o grupo já tem garantida uma medalha de prata inédita e, para levantar o troféu de campeão, sstem que subir mais um degrau. Para isso, precisa vencer a Sérvia, na grande final de domingo, às 14h15 (horário de Brasília), com transmissão ao vivo do canal Esporte Interativo. Diante da Dinamarca, uma equipe de enorme tradição, o time brasileiro fechou o placar em  27 a 21 (14 a 10 no primeiro tempo).

Com uma brilhante atuação da defesa e com o gol fechado por Bárbara Arenhart, a equipe conseguiu se sair melhor do que contra a Hungria pelas quartas de final, quando fez um jogo dramático e garantiu a classificação. O bloqueio brasileiro funcionou desde o início e com contra-ataques rápidos, o time abriu uma vantagem de três gols nos primeiros minutos do jogo. A Dinamarca teve dificuldade em passar pela defesa brasileira, mas se aproveitou de alguns erros de passe da Seleção para imprimir um ataque rápido e encostar em dois gols. Já no final do primeiro tempo, as bolas brasileiras voltaram a entrar, principalmente pelo centro e a equipe voltou a abrir quatro gols. Logo no início do segundo tempo, o Brasil abriu seis gols, com contra-ataques fortes e seguiu com esse ritmo forte, sem deixar as adversárias chegarem muito perto. Mesmo com a bola não entrando em vários momentos, a Seleção Nacional soube manter a calma e o equilíbrio para ser soberana em quadra, sem dar chances das dinamarqueses apresentarem um perigo tão grande que tirasse a vitória do Brasil.

A equipe chega até a final invicta, com uma campanha histórica e triunfos sobre adversários considerados grandes potências da modalidade. Na fase de grupo, passou pela Argélia, China, Sérvia. Japão e pela própria Dinamarca. Tudo isso, mostra o potencial da equipe para a conquista da medalha inédita. "Estamos imensamente felizes. Mas, acima de tudo orgulhosos desse jogo e de todo o campeonato. Para nós, já era uma grande coisa estar na semifinal e ainda mais na final. Esse  é um grande passo para o handebol brasileiro.  É sensacional termos uma equipe brasileira na final do Mundial. Ainda nao estou acreditando", disse o técnico Morten Soubak, visivelmente emocionado.

O dinamarquês, que está à frente da Seleção Brasileira desde 2009, destacou o grande trabalho em equipe que tem sido feito. "Mais uma vez, dou parabéns para as meninas pela dedicação, disciplina e pelo apoio que dão umas às outras. Hoje, em alguns momentos não conseguimos fazer gols, mas conseguimos defender. A palavra chave foi se defender. Estamos melhorando muito nesse aspecto nos últimos anos."

A grande conquista tem de ser comemorada hoje, segundo o treinador, porque amanhã, a ordem é pensar na grande final. "Esperamos muita pressão e já vimos isso antes no primeiro jogo contra a Sérvia, quando vencemos durante a primeira fase. Tenho  erteza que haverá uma fantástica atmosfera para essa final. Estamos contentes de estar nela. Pela primeira vez na minha vida vi tantos espectadores para um Mundial feminino. É claro que vamos tentar fazer o máximo possivel, mas sabemos que o jogo em Nis não foi nada do que esperaremos para o domingo", finalizou, lembrando que na primeira fase o Brasil passou pela Sérvia por 25 a 23, no confronto mais difícil da etapa classificatória.

A central Ana Paula Rodrigues tem sido uma das jogadoras mais importantes em quadra durante a competição, pois além de armar jogadas, coloca a bola no gol muitas vezes nas partidas, desestabilizando a defesa adversária. Para ela, a união foi o que fez a diferença hoje. "Acho que a união foi muito importante para o nosso trabalho. Sabíamos que hoje seria um jogo importante e que iria fazer muita diferença na nossa história. O Brasil não tem tanta tradição no handebol quanto muitos países aqui e tínhamos que conquistar isso pouco a pouco. Fizemos isso desde o começo até o final desse campeonato."

O técnico da Dinamarca Jan Pytlick destacou a qualidade da equipe brasileira. "Elas jogaram muito bem. Foram o melhor time em quadra hoje desde o inicio. Nós cometemos muitos erros. Tentamos e tentemos, mas não foi possível. Mereciam estar na final", encerrou.

Gols do Brasil - Alexandra (7), Ana Paula (5), Deonise (4), Daniela (4), Duda (3), Samira (2), Dara (1) e Mayara (1).

Tabela e resultados do grupo B
(horário de Brasília)

Sexta-feira (6)
Sérvia 28 x 26 Japão

Sábado (7)
Brasil 36 x 20 Argélia
Dinamarca 44 x 21 China

Domingo (8)
China 21 x 34 Brasil
Argélia 14 x 34 Sérvia
Japão 25 x 29 Dinamarca

Terça-feira (10)
China 27 x 33 Japão
Brasil 25 x 23 Sérvia
Dinamarca 38 x 20 Argélia

Quarta-feira (11)
Brasil 24 x 20 Japão
Argélia 27 x 25 China
Sérvia 23 x 22 Dinamarca

Sexta-feira (13)
Japão 32 x 23 Argélia
Sérvia 32 x 18 China
Dinamarca x Brasil

Oitavas de final

Domingo (15)
Alemanha 29 x 21 Angola
França 27 x 19 Japão
Polônia 31 x 29 Romênia
Dinamarca 22 x 21 Montenegro

Segunda-feira (16)
Hungria 28 x 21 Espanha
Brasil 29 x 23 Holanda
18h15 - Noruega x República Tcheca
18h45 - Coreia x Sérvia

Quartas de final
Brasil 33 x 31 Hungria
Polônia 22 x 21 França
Dinamarca 31 x 28 Alemanha
Sérvia 28 x 25 Noruega

Semifinais

Sexta-feira (20)
Sérvia 24 x 18 Polônia
Brasil 27 x 21 Dinamarca

Finais

Domingo (22)
11h30 - Polônia x Dinamarca (disputa do bronze)
14h15 - Sérvia x Brasil (disputa do ouro)

Seleção Brasileira Feminina de Handebol

Goleiras - Bárbara Arenhart (Hypo Nö - Áustria) e Mayssa Pessoa (HK Dínamo Volgograd - Rússia).

Armadoras - Amanda Claudino de Andrade (Supergasbras/UNC/Concórdia-SC), Deonise Fachinello Cavaleiro (Hypo Nö - Áustria), Eduarda Amorim (Gyori Audi ETO - Hungria) e Karoline Helena de Souza (Team Tvis Holstebro - Dinamarca).

Centrais - Ana Paula Rodrigues Belo (Hypo Nö - Áustria), Deborah Hannah Pontes Nunes (Metodista/São Bernardo-SP e Mayara Fier de Moura.

Pontas - Alexandra Priscila do Nascimento (Hypo Nö - Áustria), Fernanda França da Silva (Hypo Nö - Áustria), Samyra Pereira da Silva Rocha (Mios Biganos Handball - França) e Mariana Costa (Team Vendyssel - Dinamarca).

Pivôs - Daniela de Oliveira Piedade (Rokometni Klub Krim - Eslovênia), Elaine Gomes Barbosa (Força Atlética-GO) e Fabiana Carvalho Diniz (Hypo Nö - Áustria).

Comissão técnica

Técnico: Morten Soubak
Assistente técnico: Alex Aprile
Supervisora: Rita Orsi
Médico: Leandro Gregorut Lima
Fisioterapeuta: Marina Gonçalves Calister
Nutricionista: Júlia do Valle Bargieri
Psicóloga: Alessandra Dutra
Massoterapeuta: Aparecida da Rocha Pereira Alves