Acostumado nos últimos dois anos a conquistas inéditas, como finais em torneios internacionais e o título estadual, o Pinheiros voltou a fazer história no basquete brasileiro. Nunca em quatro temporadas do Novo Basquete Brasil uma equipe havia virado um playoff melhor de cinco jogos após estar perdendo por 2 a 0. Isso até a noite da sexta-feira (11/05). Contando com o apoio da torcida que lotou o ginásio Henrique Villaboim, em São Paulo (SP), os campeões paulistas venceram o Joinville por 73 a 63, fizeram 3 a 2 nas quartas de final e garantiram uma vaga nas semifinais do NBB. Agora, a equipe pinheirense pegará o Brasília na próxima fase.

"Foi muita superação da nossa equipe. Depois que nós perdemos os dois primeiros jogos, tivemos uma pressão gigante de todos. Conversamos muito e acertamos o que estava errado, principalmente na defesa. O Claudio (Mortari) teve um grande mérito ao corrigir os defeitos da equipe. Eu estava com uma contratura na coxa nos primeiros jogos e só melhorei a partir do terceiro. Hoje, eu pude dar 100%. Vencemos e mais uma vez entramos para a história do NBB", disse o pivô Olivinha, responsável por 15 pontos do Pinheiros nessa partida histórica.

O head-coach do Pinheiros colocou em quadra a formação titular padrão da primeira fase, com Marquinhos, Shamell, Olivinha, Morro e Figueroa. Os dois primeiros pontos da partida foram marcados por Shamell, colocando o Pinheiros/SKY sempre em vantagem. Logo em seguida, Olivinha mostrou toda a sua raça ao pegar um rebote ofensivo, fazer dois pontos e sofrer a falta, convertendo o lance livre (5 a 2). Por ser uma partida de vida ou morte, as equipes mostraram deficiências na hora de finalizar, errando muitos arremessos. Foram minutos seguidos de inúmeros erros.

Até Marquinhos roubar uma bola, puxar o contraataque e passar para Shamell, que completou a jogada com uma enterrada que levantou o público presente (7 a 4). A partir daí, os times passaram a errar menos nos ataques. O placar se manteve equilibrado até o Pinheiros engatar uma sequência de pontos, finalizada por uma jogada de Marquinhos com a cesta e uma falta, com o primeiro quarto terminando em 17 a 12.

Já no segundo quarto, os donos da casa melhoraram seu aproveitamento ofensivo, enquanto os visitantes continuavam a errar além da conta. Isso proporcionou um grande momento de domínio pinheirense. Foram dez pontos consecutivos, com grandes jogadas, como uma cesta de Paulinho após um passe de costas de Renato e um gancho de Olivinha (29 a 16).

O cenário se inverteu, o Pinheiros cometeu muitos erros, enquanto a mão dos catarinenses estava mais afiada. Com isso, os visitantes encostaram no marcador (29 a 24). Os campeões paulistas retomaram o controle da ações após mais uma grande jogada de contraataque de Marquinhos, finalizada por Shamell. Os pinheirenses foram para os vestiários com sete pontos de diferença (32 a 25).

Após o intervalo, o Pinheiros voltou aumentando sua vantagem com uma bola de três de Marquinhos, a primeira da equipe no jogo (38 a 29). A diferença subiu para 11 pontos com um lance livre de Bruno Fiorotto (43 a 31), e o placar se manteve nessa diferença durante boa parte do terceiro quarto. O arranque dos mandantes veio com uma jogada de Olivinha, que fez os pontos e sofreu a falta (50 a 38). Logo após, Marquinhos sofreu mais uma falta e converteu os lances livres, impondo a maior vantagem da partida até o momento, de 14 pontos (52 a 38). Os catarinenses reagiram no fim e conseguiram fechar o quarto em menor desvantagem (52 a 44).

O último quarto começou com Marquinhos e Shamell aumentando ainda mais a vantagem pinheirense (56 a 44). Apesar de um esboço de reação dos visitantes, Paulinho encaixou uma bola de três que funcionou como um balde de água fria nos rivais (59 a 47). A superioridade do Pinheiros só aumentava. Com um toco na defesa e uma bola de três no ataque, Renato fez o ginásio explodir (62 a 47). Novo arremesso de longe, desta vez de Figueroa, proporcionou aos campeões paulista a maior vantagem em toda a partida (67 a 51).

Os visitantes ainda deram um último suspiro, chegando a dimimuir a diferença pinheirense para oito pontos. Mas a noite era do Pinheiros. Em uma saída errada dos catarinenses, Paulinho roubou a bola e passou para Shamell enterrar e confirmar a classificação para as semifinais. O norte-americano, aliás, foi o cestinha do jogo, com 17 pontos. Além dele e de Olivinha, Marquinhos também ultrapassou os dois dígitos, marcando 14 pontos.

Depois das quartas de finais, o rival seguinte é muito conhecido. Brasília, atual bicampeão do NBB e que foi o algoz do Pinheiros na temporada passada, também nas semifinais. "É mais uma série complicada. O time de Brasília sabe jogar muito e cresce bastante nessas horas. Mas estamos muito motivados. Iremos com tudo para mudar o fim da história dessa série com eles dessa vez", concluiu Olivinha.

O departamento técnico do NBB deve confirmar no sábado (12/05) as datas e os locais da série semifinal entre Pinheiros e Brasília. O time campeão paulista tem a vantagem do mando de quadra por ter feito melhor campanha na fase de classificação.