Rio de Janeiro sedia Mundial de Snipe em setembro

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A partir do dia 14 de setembro o Rio de Janeiro será sede do maior evento de do ano disputado na raia dos Jogos Olímpicos de 2016: o Mundial de Snipe. A classe, que faz parte do programa pan-americano, é uma das mais populares e técnicas do mundo e tem entre seus grandes nomes velejadores brasileiros. O evento começa com a disputa do Mundial Junior, para velejadores de até 21 anos, e segue, a partir do dia 21, com a disputa do Mundial Sênior, para velejadores de todas as idades.

Durante os catorze dias de competição, 115 duplas estarão na água (35 no Mundial Jr e 80 no Mundial Sênior), incluindo os cariocas Alexandre Tinoco, atual campeão mundial e pan-americano, Alexandre Paradeda, campeão mundial em 2001, Bruno Bethlem e Dante Bianchi, campeões mundiais em 2009, e o americano Augie Diaz, bi-campeão mundial em 2003 e 2005.

O nível dos dois campeonatos será alto e os velejadores sabem que não será fácil vencer. Bruno Bethlem, que venceu o Brasileiro, disputado na mesma raia por 95 barcos no final de janeiro, explica o motivo.

"Velejar em casa é sempre bom. Já estamos acostumados com a paisagem. Por outro lado tem mais pressão por um bom resultado. Mas isso, eu e o Dante conseguimos administrar bem. Acredito que os principais adversários serão os próprios brasileiros, americanos, espanhóis e japoneses".

E até mesmo os espanhóis sabem que enfrentar o time brasileiro não será moleza. Este é o caso do espanhol Victor Perez Campos, que disputa o evento pela primeira vez. "Acho que vai ser mesmo muito difícil, principalmente pelo nível da equipe brasileira. O nosso objetivo era conseguir classificar, então agora vamos tentar desfrutar e aprender com esta experiência, velejando o melhor possível."

Dentre os juniores, os velejadores brasileiros também são cotados para serem campeões. Nicholas Grael, filho de Lars Grael, sabe o peso do sobrenome e, assim como fez o pai, espera conquistar o ouro.

"Eu acho que este mundial vai ser muito bom. Está sendo muito bem organizado, tem muitas tripulações boas vindo de fora do Brasil e muitas tripulações boas do Brasil também. Como vou correr em casa e estou treinando bastante, espero conseguir um bom resultado. As pessoas já olham meu nome e acham que sou tão bom quanto meu pai, então existe uma certa pressão para que eu veleje bem", disse ele.

O Brasil tem história nos campeonatos mundiais de Snipe. Tudo começou em 1961 com os irmãos Axel e Erik Schmidt, tios de Torben e Lars Grael, que venceram também em 1963 e 1965. Em 1967 foi a vez de Nelson Piccolo, que velejou com Carlos Henrique De Lorenzi. Em 1977 Boris Ostergren venceu com Ernesto Neugebauer.

Em 1983 e 1987 foi a vez dos irmãos Torben e Lars Grael levarem o Brasil ao lugar mais alto do pódio. Dez anos mais tarde, Maurício Santa Cruz levou o ouro ao lado de Eduardo Neves. Em 2001, Alexandre e Eduardo Paradeda fizeram o mesmo.
E nos últimos dois Mundiais, em 2009 e 2011 mais uma vez o Brasil mostrou a sua superioridade, desta vez com Bruno Bethlem e Dante Bianchi e depois com Alexandre Tinoco e Gabriel Borges.