Stock Car aposta tudo na vinda de grandes estrelas

Imprimir

A Stock Car pode estar criando um agradável problema para a categoria em futuro próximo: fazer com que as próximas etapas continuem mantendo o brilho e a qualidade do grid da abertura da temporada 2015 neste domingo em Goiânia. Com 14 ex-pilotos da Fórmula 1, vários deles de um passado muito recente e um campeão, além de diversos nomes de peso no automobilismo mundial, o desafio agora é não apenas sustentar o pique ao longo das demais 11 etapas do campeonato como superar a qualidade do grid da prova especial de duplas do ano que vem.

O diretor-geral da Vicar, empresa organizadora da Stock Car, não esconde o orgulho pelo sucesso de um evento criado no ano passado e que chegou a parecer temerário em vista das pretensões da ideia - fazer com que cada um dos 34 pilotos regulares convidasse um parceiro (preferencialmente ilustre) para uma prova em revezamento. "E pensar que algumas pessoas não acreditaram que pudesse dar certo...", lembra Maurício Slaviero, satisfeito com o desfile de estrelas pelo paddock do Autódromo Internacional de Goiânia.

Quem acreditou na proposta e mergulhou de cabeça não tem motivos para arrependimento. Foi o caso da Equipe Prati-Donaduzzi, que resgatou a maior rivalidade da história da Fórmula 1 ao juntar nos mesmos boxes pela - pela primeira vez desde 1989, quando Ayrton Senna e Alain Prost se separaram na McLaren - duas marcas lendárias das pistas. Herdeiros de famílias notáveis, Bruno Senna, sobrinho do tricampeão Ayrton, e Nicolas Prost, filho do tetra Alain Prost, vão duelar entre si como companheiros respectivamente de Antonio Pizzonia e Alain Prost. Os dois - rivais na Fórmula E - são amigos e respeitam o antepassado de cada um, mas esquecerão a camaradagem domingo. "Quero ganhar não apenas dele, mas de todos os outros", repetem em coro.

A reunião entre um Senna e um Prost está chamando a atenção pela repercussão mundial. A divulgação da notícia percorreu todos os cinco continentes, alcançando até centros remotos do automobilismo, como a Índia. "A Prati-Donaduzzi foi a que melhor entendeu o conceito da corrida. Várias outras terão de correr atrás em 2016", imagina Slaviero. Senna e Prost são a cereja de um bolo sofisticadíssimo que inclui ainda Nelsinho Piquet, o espanhol Jaime Alguersuari, Lucas di Grassi, o italiano Vitantonio Liuzzi e o português Antonio Felix da Costa, todos da Fórmula E. Outras atrações Jacques Villeneuve, campeão da Fórmula 1 em 1997, a volta de Ingo Hoffmann, 12 vezes campeão e o maior nome da Stock Car em todos os tempos, ao lado do atual campeão Rubens Barrichello, e o argentino José Maria "Pechito" Lopez, campeão do Mundial de Carros de Turismo de 2014.