Superação. Jogadoras e comissão técnica do Rio Vôlei foram unânimes em usar esta palavra para descrever o nono título da Superliga, conquistado pela equipe carioca na manhã deste domingo (27.04), no Maracanãzinho. Diante do Sesi, o time comandado por Bernardinho fez 3 sets a 1 (21/11, 21/12, 13/21 e 21/16) e levou as mais de 10 mil pessoas presentes ao delírio. Fofão, a mais celebrada por todos, foi eleita a melhor jogadora da final. Gabi foi a maior pontuadora do confronto com 14 acertos.
 
Apesar de representarem o maior campeão da história da Superliga, as jogadoras e o técnico Bernardinho reconheceram seus erros ao longo da temporada e os utilizaram para crescer no momento certo. Além disso, ressaltaram que ninguém deixou de acreditar na possibilidade de o troféu de campeão parar mais uma vez no Rio de Janeiro.
 
Bernardinho

Reconhecemos nossas limitações e trabalhamos muito para superá-las. Fomos um time antes de qualquer coisa. Temos grandes jogadoras, mas elas só se sobressaem quando todo o time funciona. Foi uma temporada de retorno, de superação. De vencer a descrença de todos. As meninas sempre acreditaram, trabalharam e mostraram a força do grupo. A minha ansiedade antes do jogo de hoje era como da primeira vez, da primeira final. Só que era importante eu passar tranquilidade para as jogadoras, até por ter sido um ano de muitas cobranças. Mas elas souberam se afirmar e fizeram isso no momento correto
 
Fofão
Foi um título de superação. Por tudo o que passamos ao longo da temporada e pela minha situação. As duas últimas semanas foram difíceis. Não consegui me recuperar totalmente das semifinais, ainda sentia dor, mas tinha que jogar a final. O Bernardinho me disse para ir até onde eu conseguisse, pois já havia feito muito pelo voleibol. Isso me deu ainda mais força. Não me sentia segura, 100%, mas joguei por esse grupo de jogadoras, pela comissão técnica. Eles merecem, assim como a torcida, que sempre me dá muito carinho.
 
Fabi
Foi incrível. Fizemos um campeonato de altos e baixos. Quando terminou a partida eu me emocionei muito. Perguntaram como eu ainda me emocionava depois de tantas finais seguidas. Mas cada ano é diferente. Cada time é diferente do outro. Esse ano não conseguimos ficar bem o tempo todo, até gostaríamos, mas crescemos na hora certa. As nossas seis derrotas serviram muito para aprendizado. Ainda mais quando se tem um técnico como o Bernardinho, que corrige os erros trabalhando cada vez mais, até achar uma solução. Só conquistamos confiança com trabalho e isso aconteceu. Acho que até para os dois lados. Foi uma final com dois times que jogaram toda a Superliga com o coração.
 
Gabi
Estou anestesiada. Tinha sido campeã ano passado, mas foi fora de casa. Apesar de ter sido emocionante, não tem comparação. O ginásio estava lotado pela nossa torcida. E esse campeonato teve muita desconfiança em cima do nosso time. Isso colocou uma pressão extra em cima de nós, mas nos superamos. Essa é a palavra: superação. O Bernardo sempre confiou na gente, nos passava isso, e a Fofão fez a diferença.
 
Sarah Pavan
Essa vitória foi  inacreditável, muito emocionante. Foram dois anos de muito trabalho para mim aqui e em ambos fomos recompensadas com o título. Neste ano foi um pouco diferente, pois todo mundo duvidava. Nos superamos e posso dizer, por todo o trabalho, que foi a vitória mais importante da minha carreira.
 
Mihajlovic
Para mim foi uma honra jogar no Brasil, representar o Unilever Vôlei e ainda ser campeã. É um sentimento, uma mistura de sentimentos, que não dá para descrever. Penso na minha família, que acompanhou o jogo pela TV, pela internet, lá da Sérvia, e ficou orgulhosa de mim. Desde o começo foi difícil para mim. Tive que me adaptar a uma nova cultura, a um modelo novo de trabalho, mas fui sempre acolhida por todos. Sem dúvida foi o título mais importante, mais espetacular da minha carreira.
 
Carol
Vencer a Superliga era o meu sonho. Trabalhamos muito esta temporada e fico muito feliz em ver que acertamos. Jogar com essa equipe me motiva muito. Para mim, especificamente, foi ótimo, pois pude atuar mais, jogar mesmo. Foi gratificante e não poderia deixar de agradecer ao Wagão (técnico do Pinheiros) pelo aprendizado que tive quando joguei lá, ao Bernardo e às minhas companheiras de equipe aqui da Unilever, que sempre me ajudam muito.
 
Juciely
É tanta felicidade que nem consigo descrever. Crescemos na hora certa e trouxemos mais um título para o Rio com o coração.
 
Roberta
Trabalhamos duro e hoje estamos aqui comemorando o título. Num estalo, num instante vemos que nosso sonho foi realizado. É muita emoção ser campeã, vencer em casa, diante da nossa torcida. Passamos por muita coisa e estamos aqui. Sou campeã, né?!
 
Amanda
Foi sensacional e angustiante. Esse ano foi um pouco diferente. Não éramos favoritas, não acreditavam em nosso time, mas mostramos nosso valor e saímos com mais um título.
 
Bruna
Esse título representa muito para mim. Pela maneira como foi conquistado e por eu ter conseguido atuar mais, dar o meu melhor para ajudar o time. Mostramos a força do grupo, onde todas se ajudam sempre.
 
Régis
Foi diferente desta vez. Passamos por momentos complicados na temporada, muita gente não acreditava, achavam o time ruim... Não éramos favoritas, mas mostramos em casa a força do Unilever.
 
Valeskinha
Mesmo não atuando direto em todas as partidas, acho que  ajudei muito a equipe. Dei o meu melhor. Vôlei é um esporte coletivo, onde todo mundo se ajuda. E um de nossos pontos fortes é esse. O grupo é unido e forte. Todas que estão de fora dão apoio para quem está jogando. Passamos por momentos ruins, mas eles fizeram a equipe crescer ainda mais.
 
O jogo

Nos dois primeiros sets, o comprometimento do Rio de Janeiro em lutar pelo título era evidente. Sacando bem, a equipe comandada por Bernardinho conseguia tirar a bola da mão de Dani Lins, minimizando os ataques poderosos de Fabiana. Além disso, com uma recepção eficiente, Fofão conseguia esbanjar todo seu talento. A levantadora tinha como jogadas de segurança Gabi pela entrada de rede e Carol, nas bolas rápidas pelo meio. E as duas corresponderam.
 
Na terceira parcial, um susto. O saque do Sesi passou a incomodar a recepção do Rio Vôlei e o bloqueio do time paulista apareceu. Com propriedade, Dani Lins e cia. foram abrindo vantagem e fecharam sem maiores problemas, mesmo após a equipe carioca ter voltado para o jogo.
 
Veio o quarto set e mais uma vez a equipe carioca mostrou que estava em quadra para levar o título. Voltou a mandar na partida e, apesar de um maior equilíbrio do que nas demais parciais, fechou a partida.