A festa era verde e amarela e sobressaiu a dupla que vestiu verde no domingo (19.06), na final do Campeonato Mundial de Vôlei de Praia 2011, em Roma, na Itália. Alison e Emanuel venceram Ricardo e Márcio por 2 sets a 0 (21/16 e 21/15) e ficaram com a medalha de ouro. Com o título, Emanuel conquistou o tricampeonato mundial (99, 2003 e 2011), enquanto Alison estreou no lugar mais alto do pódio na competição que acontece a cada dois anos.

“Chegamos com muita força. Tenho que agradecer à minha família, por acreditar em mim, à minha equipe, a todos que acreditam na gente, porque estar aqui, chegar aos 38 assim, é muito bom. Idade não é limite, o limite está no coração”, afirmou Emanuel. “Estávamos perdendo de 15 a 12 no primeiro set e conseguimos nos recuperar, fazer uma boa sequência de pontos para virar o placar e vencer. Aquela reação foi muito importante para a sequência da partida”, completou o dono de duas medalhas olímpicas (ouro em 2004 e bronze em 2008).

Há cinco anos no vôlei de praia, Alison comemorou a conquista do título ao lado de Emanuel. “Obrigado a todos pela força, pela torcida. Há dois anos, cheguei à final e perdi. Hoje eu sou campeão mundial. Esse ano está sendo maravilhoso para a gente. Chegamos bem preparados, fizemos um grande jogo e ter um companheiro como o Emanuel do meu lado, alguém que ganhou tudo na carreira, com toda a experiência dele, com toda essa alegria que ele tem de jogar, é fundamental. Esse título é do Brasil”, disse Alison.

Destaque ao vôlei de praia do Brasil

Medalhista de prata, Márcio destaca o vôlei de praia brasileiro. “Estou triste pela derrota, pois estivemos perto de conquistar o título, mas deixamos a competição de cabeça erguida e orgulhosos da nossa campanha. É o torneio mais difícil do ano e chegamos à decisão jogando bem. Infelizmente nosso jogo não deu certo e eles ficaram com a vitória. Esta decisão brasileira mostrou a força do nosso país no cenário nacional e isso também deve ser destacado”, revelou Márcio, vice-campeão olímpico em Pequim-2008.

Ricardo também fez questão de valorizar a medalha de prata. “Fico chateado pela derrota, sim, mas saímos da Itália com um grande resultado, um vice-campeonato que precisar ser valorizado, pelo alto nível da competição, pela campanha que fizemos e pela pontuação. Este foi o nosso primeiro pódio, a primeira final de uma etapa de Circuito Mundial, estamos juntos há apenas um ano, e foi aqui mesmo, em Roma, que tudo começou. Foi um grande resultado, chegamos à decisão de um torneio onde estavam as 48 melhores duplas do mundo. Queríamos o título, não deu, somos vice-campeões do Campeonato Mundial e esse é um resultado que, espero, marque uma boa sequência daqui para a frente”, disse Ricardo.

Na disputa pelo bronze, melhor para Brink e Reckermann, da Alemanha, que eram, até então, os campeões mundiais. Os alemães venceram a dupla da Letônia, Playins e Smedins, por 2 sets a 1 (22/20, 18/21 e 15/11).

Histórico positivo

Emanuel é nome forte no histórico do Brasil no Campeonato Mundial de Vôlei de Praia. Na segunda edição, em 1999, foi campeão ao lado de Loiola, e em 2003 conquistou o ouro com Ricardo.

O Brasil ainda esteve bem representado com Guilherme e Pará, campeões em 1997, na primeira edição do campeonato. E desde 2005, quando Márcio e Fábio Luiz conquistaram a medalha de ouro, nenhuma dupla brasileira subia ao lugar mais alto do pódio. Na última edição, em 2009, Harley e Alison bateram na trave e ficaram com a medalha de prata.

Brasil bilha nas areias de Roma

Só deu Brasil nas areias de Roma neste domingo com a participação de três das quatro duplas finalistas. Juliana e Larissa deram início as comemorações depois de vencerem as americanas Walsh e May por 2 sets a 1.