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Giaffone vence a Fórmula Truck, em Córdoba-ARG

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Leandro Totti tornou-se no domingo (9/9) o terceiro piloto da história da Fórmula Truck a conquistar o título do Sul-Americano. O paranaense levou seu Mercedes-Benz ao terceiro lugar na quarta e última etapa, no Autódromo Oscar Cabalén, em Alta Gracia, na província argentina de Córdoba. A vitória foi conquistada por Felipe Giaffone, piloto de um da Volkswagen.

Totti chegou à Argentina como terceiro colocado na classificação do campeonato. Estava oito pontos atrás do líder pernambucano Beto Monteiro, da Scuderia Iveco, que terminou em oitavo depois de enfrentar dois estouros de pneu, e tinha seis a menos que André Marques, da RM Competições, que abandonou a corrida. A corrida teve dois líderes – Giaffone, na primeira volta, Totti, da segunda à 16ª, e Giaffone, em todas as demais.

A decisão do título sul-americano consolidou o primeiro evento da F-Truck na pista de Córdoba, onde mais de 40.000 pessoas acompanharam uma das corridas mais movimentadas dos últimos anos. A prova argentina valeu também como sétima das dez etapas do Campeonato Brasileiro, em que Totti ampliou sua vantagem de 12 para 24 pontos sobre o vice-líder Monteiro. Agora em terceiro, Giaffone está a 28 pontos do líder.

Esta foi a terceira edição do Campeonato Sul-Americano de Fórmula Truck. Totti junta-se a Roberval Andrade, campeão em 2010, e Giaffone, dono do título do ano passado. O paranaense buscava sua quarta vitória consecutiva na temporada – depois de abandonar as etapas do Velopark e do Rio de Janeiro e do quinto lugar em Caruaru, ele conquistou a vitória nas corridas realizadas em Goiânia, São Paulo e Cascavel.

A conquista de Totti foi marcada por uma corrida difícil. “Eu sabia que seria difícil chegar ao título, porque precisava de um bom resultado na corrida e sabia que, para isso, teria de ir para cima logo na relargada, e o meu caminhão estava bom para isso”, comentou. “Num certo momento da corrida, eu cheguei a pensar em abandonar, estava falhando muito, e a equipe não deixou porque ainda havia chance com os problemas dos outros pilotos”, resumiu.

O término da corrida representou um alívio ao piloto, que comemorou seu primeiro título na Fórmula Truck. “Minha preocupação passou a ser ficar na pista, e graças a Deus chegamos ao título. E agora temos chance também de brigar pelo Brasileiro”, lembrou o paranaense. Faltam três corridas para o encerramento do campeonato nacional, que acontecerão nas pistas de Guaporé (RS), Curitiba (PR) e Brasília (DF).

Giaffone, três vezes campeão brasileiro e dono de um título no Sul-Americano, confessou certa surpresa com o resultado. “Eu já esperava muita disputa, porque havia um pessoal muito forte atrás de mim. Na relargada, meu caminhão estava ainda muito bom, mas no final da prova já estava sem freios”, contou o vencedor, que terminou o Campeonato Sul-Americano como quarto colocado e subiu para terceiro na classificação do Brasileiro.

“A corrida teve duas partes diferentes. Eu estava correndo sem pensar em título, estava desconfortável entre o Totti e o Beto. Eu queria a corrida, eles queriam o título. Quando o Beto parou com o pneu furado, eu me preocupei e diminuí o ritmo. “Todo o cenário da corrida mudou, vários caminhões tiveram problemas, principalmente com os pneus. só levei o caminhão até o final da corrida. Enfim, foi uma corrida bonita”, ele definiu.

Paulo Salustiano foi um dos destaques da corrida, levando o caminhão seu Volvo ao segundo lugar. Foi seu melhor resultado na categoria. “Fiquei muito feliz, mas eu estava muito preocupado com os pneus, com os possíveis problemas no motor... Procurei dosar a corrida, no fim consegui um resultado fantástico”, comemorou o paulista, quinto colocado na pontuação final do Sul-Americano e também na atual classificação do Brasileiro.

Luiz Lopes, companheiro de Totti, foi ao pódio pela primeira vez, em quarto lugar. “Foi uma corrida difícil desde o início, levei um toque do Benavides, mas consegui ficar na pista e ainda terminar entre os cinco primeiros”, disse. Valmir Benavides, da Scuderia Iveco, foi quinto. “Fui punido, caí para último e tentei me manter na pista, com ritmo para recuperar posições. Confesso que o resultado me surpreendeu”, admitiu.

A CORRIDA

Na largada, Totti superou Andrade e assumiu a segunda posição. Ao término da primeira volta, pela linha externa da reta dos boxes, saltou à frente superando também o pole-position Giaffone. Marques, oitavo no grid, fechou a primeira volta em quinto lugar, uma posição à frente de Monteiro, que alinhou em sétimo no grid. A vantagem que os três primeiros conquistaram na primeira volta foi praticamente aniquilada na volta seguinte.

O ritmo dos participantes nas voltas iniciais foi bastante homogêneo, a ponto da diferença entre o primeiro e o sexto colocado depois de cinco voltas ser de quatro segundos – a vantagem do líder Totti sobre o vice Giaffone era de 0s851. O líder tinha a volta mais rápida desde a segunda, quando cobriu o traçado em 1min32s967. Na quinta volta, Monteiro superou Marques e assumiu o quinto lugar, uma manobra decisiva para a definição do título.

Na nona volta, Marques passou pela área de boxes para cumprir um drive-thru por queima de largada e voltou à pista em 12º lugar, praticamente despedindo-se de suas chances de conquistar o título sul-americano. Enquanto isso, Monteiro conseguiu, em uma única volta, ultrapassagens sobre Cirino e Andrade, assumindo a terceira posição, a quatro segundos e meio do líder Totti – em relação a Giaffone, a diferença era de três segundos.

Na 12ª volta, Cirino estacionou à beira da pista com problemas em seu Mercedes-Benz à beira da pista – exatamente ao mesmo tempo em que seu companheiro de equipe Geraldo Piquet abandonava a corrida nos boxes, onde já havia estado no início da prova. Foi nessa volta que Giaffone tomou de Totti o ponto de bonificação pela autoria da volta mais rápida da corrida, marcando 1min32s940. Foi 27 milésimos de segundo mais rápido que o rival.

A intervenção programada do Pace Truck aconteceu após 12 voltas, quando as cinco primeiras posições traziam Totti, Giaffone, Monteiro, Andrade e Régis Boessio, que receberam pontos de bonificação. A manutenção desse resultado até a bandeirada final seria suficiente para o título de Totti. Monteiro, pelo título, teria de superar Giaffone, desde que Totti não recuperasse o ponto de bonificação pela autoria da volta mais rápida da corrida.

A relargada foi bem menos atribulada, com todos os pilotos mantendo distâncias seguras entre si. Totti cruzou a linha de relargada com um segundo de vantagem sobre Giaffone. O piloto, contudo, assumiu uma pilotagem um tanto mais agressiva e iniciou forte pressão sobre o líder – a eventual ultrapassagem de Giaffone sobre Totti também era suficiente para o título de Monteiro, desde que mantivesse o terceiro lugar.

Giaffone superou Totti na 16ª volta. Os dois pilotos cumpriram várias curvas lado a lado. Com as atuações de defesa e de ataque, respectivamente, Monteiro aniquilou sua desvantagem de um segundo e dois décimos e passou a integrar a disputa direta pela vitória. Boessio aumentava sua pressão sobre Andrade. Sua tentativa de ultrapassagem, contudo, durou poucas curvas – o gaúcho abandonou à beira da pista, com problemas no caminhão.

Monteiro deu um passo ainda mais significativo para o título na volta número 19, quando efetuou na reta mais extensão do circuito a ultrapassagem sobre Totti, assumindo a segunda posição. Nessa mesma volta, Andrade parou com o câmbio quebrado e Marques voltou aos boxes para que a RM limpar o parabrisa de seu MAN-Volkswagen, que tinha muito óleo. Luiz Pucci, piloto da Argentina, abandonou com a quebra da barra estabilizadora.

A 21ª volta marcou a saída de pista de Totti e a terceira passagem de Marques pelos boxes, desta vez com um pneu furado. Paulo Salustiano, com o caminhão Volvo, já aparecia em terceiro. Duas voltas depois, Débora Rodrigues ocupava o sexto lugar e buscava aproximação em relação ao quinto, Luiz Lopes, quando enfrentou problemas em seu caminhão e perdeu a posição para Valmir Benavides, parceiro de Monteiro na Scuderia Iveco.

A história do campeonato começou a ganhar novo rumo na 23ª volta, quando Monteiro teve o pneu dianteiro furado. Mesmo lento, ele fui para os boxes para a troca do pneu. O alto número de abandonos da corrida mantinha a chance de título do pernambucano, que manteve-se em sexto. Totti, mesmo com sua segunda saída de pista, mantinha-se na pista, em quarto. À sua frente estava Lopes, seu companheiro na sua equipe.

A ultrapassagem de Totti sobre Lopes deu-se na 28ª volta. Monteiro havia acabado de voltar à pista em sétimo, precisando recuperar duas posições para ser campeão, mas enfrentou mais um estouro de pneu – desta vez, foi o dianteiro esquerdo. Ele retornou aos boxes na 29ª volta, para a segunda troca de pneu, situação que o limitava ao sétimo lugar no resultado final e garantia o primeiro título de Totti na Fórmula Truck.

Monteiro voltou à pista a duas voltas do fim da corrida. A desvantagem de três voltas, contudo, deixou-o em oitavo no resultado final. Felipe Giaffone cruzou a linha de chegada depois de 32 voltas com 13s099 de vantagem sobre Paulo Salustiano, o segundo colocado. Leandro Totti comemorou o título com o terceiro lugar. Luiz Lopes, quarto, obteve o primeiro pódio. Valmir Benavides, mesmo abandonando a corrida a duas voltas do fim, foi quinto.

Após 32 voltas, o resultado final do GP ZF Astronic, em Alta Gracia, foi o seguinte:

1º) Felipe Giaffone (SP/MAN-Volkswagen), RM Competições, 1h00min49s984
2º) Paulo Salustiano (SP/Volvo), ABF/Volvo, a 13s099
3º) Leandro Totti (PR/Mercedes-Benz), ABF Racing Team, a 16s079
4º) Luiz Lopes (SP/Mercedes-Benz), ABF Racing Team, a 20s297
5º) Valmir Benavides (SP/Iveco), Scuderia Iveco, a 2 voltas
6º) André Marques (SP/MAN-Volkswagen), RM-Competições, a 2 voltas
7º) Renato Martins (SP/MAN-Volkswagen), RM Competições, a 3 voltas
8º) Beto Monteiro (PE/Iveco), Scuderia Iveco, a 3 voltas

NÃO COMPLETARAM
Débora Rodrigues (SP/MAN-Volkswagen), RM Competições, a 9 voltas
Roberval Andrade (SP/Scania), Ticket Car Corinthians Motorsport, a 13 voltas
Luiz Pucci (ARG/Volvo), ABF/Volvo, a 13 voltas
Pedro Muffato (PR/Scania), Muffatão, a 14 voltas
Régis Boessio (RS/Mercedes-Benz), ABF Desenvolvimento Team, a 15 voltas
Wellington Cirino (PR/Mercedes-Benz), ABF/Mercedes-Benz, a 21 voltas
Adalberto Jardim (SP/MAN-Volkswagen), AJ5 Competições, a 22 voltas
Diumar Bueno (PR/Volvo), DB Motorsport, a 23 voltas
Geraldo Piquet (DF/Mercedes-Benz), ABF/Mercedes-Benz, a 24 voltas
Danilo Dirani (SP/Ford), 72 Sports, a 27 voltas
Pedro Gomes (SP/Ford), 72 Sports, a 27 voltas
Melhor volta: Giaffone, na 12ª, 1min32s940, média de 142,969 km/h

CLASSIFICAÇÃO
A classificação final do Sul-Americano de Fórmula Truck:

1º) Totti, 70 pontos;
2º) Monteiro, 66;
3º) Marques, 64;
4º) Giaffone, 61;
5º) Salustiano, 45;
6º) Jardim, 39;
7º) Cirino, 38;
8º) Andrade, 36;
9º) Benavides, 25;
10º) Piquet, 20;
11º) Boessio, 19;
12º) Marinelli e Lopes, 15;
14º) Martins, 11;
15º) Bueno, 10;
16º) Pucci, 9;
17º) Rodrigues, 9;
18º) Maistro e Fittipaldi, 6;
20º) L. Reis Gomes, 5;
22º) Dirani, 4;
23º) Muffato, 3;
24º) J. Reis, 2.

No Brasileiro, a classificação do campeonato é:

1º) Totti, 129 pontos;
2º) Monteiro, 105;
3º) Giaffone, 99;
4º) Marques, 81;
5º) Salustiano, 70;
6º) Cirino, 66;
7º) Andrade, 63;
8º) Benavides, 44;
9º) Jardim e Marinelli, 39;
11º) Boessio, 38;
12º) Piquet, 36;
13º) L. Reis, 33;
14º) Rodrigues, 32;
 15º) Martins, 31;
16º) Maistro, 30;
17º) Bueno, 21;
18º) Lopes, 18;
19º) Pucci, 17;
20º) J. Reis, 11;
21º) Dirani, 9;
22º) Muffato e Fittipaldi, 7;
24º) Gomes, 5.

A classificação final do Campeonato Sul-Americano entre as Marcas da Fórmula Truck é a seguinte:

1º) Volkswagen, 163 pontos;
2º) Mercedes-Benz, 137;
3º) Iveco, 94;
4º) Volvo, 70;
5º) Scania, 40;
6º) Ford, 9.

No Brasileiro de Marcas, a três etapas do término da temporada de 2012, a pontuação é a seguinte:

1º) Volkswagen, 243;
2º) Mercedes-Benz, 241;
3º) Iveco, 169;
4º) Volvo, 138;
5º) Scania, 98;
6º) Ford, 14