O Grande Prêmio Brasil-Argentina, sétima etapa da temporada de 2014 do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck, consolida no Autódromo Oscar Cabalén, em Alta Grácia, na província de Córdoba, a sexta edição consecutiva de uma corrida de caminhões em território argentino. A corrida deste domingo (14) acontece a partir das 13h, deverá reunir mais de 50.000 espectadores.
A passagem anual da Fórmula Truck pela Argentina fomenta o projeto traçado pela direção da categoria em 2009, ano da primeira edição da etapa no país – até 2011 a corrida aconteceria em Buenos Aires, no Autódromo Juan y Oscar Galvez; desde 2012, a sede do evento é Córdoba. “Trazer a etapa para a Argentina é algo que não acontece em nenhuma outra categoria do Brasil”, observa a presidente da competição, Neusa Navarro.
A operação para a realização da etapa é complexa e impõe um desafio logístico à altura da magnitude atingida pela categoria, que tem em 2014 sua 19ª temporada. “A Fórmula Truck traz uma estrutura gigantesca do Brasil, tanto em equipamento quanto em material humano. Assim é possível realizar a etapa na Argentina mantendo, em todos os setores, o mesmo padrão de qualquer outro evento que realizamos no Brasil”, explica a dirigente.
O transporte de todo o aparato utilizado para a montagem do evento em Alta Gracia mobiliza, no total, 42 carretas. A viagem do comboio ebtre a sede da categoria em Santos e o Autódromo Oscar Cabalén consumiu uma semana, já considerada a concentração de todos os motoristas em São Borja, cidade gaúcha localizada na fronteira com a Argentina onde ocorreram todos os trâmites aduaneiros para o complemento da operação.
Os procedimentos alfandegários exigem preparação. “A distância que a Fórmula Truck percorre para chegar a Alta Gracia é praticamente a mesma que percorremos todos os anos para a etapa de Caruaru, em Pernambuco. O que encarece e faz a demanda de tempo aumentar é essa logística na aduana. O planejamento para completarmos toda essa operação é bastante metódico”, descreve a presidente da Fórmula Truck.
O desafio logístico enfrentado pela Fórmula Truck para a realização da etapa na Argentina mobiliza, também, 400 pessoas do Brasil. “Nós fazemos questão de trazer as mesmas pessoas que trabalham nos eventos no Brasil, sempre para manter o nosso padrão. Existem famílias inteiras que compõem a equipe de funcionários e que viajam até aqui para que tudo o que aprendemos a fazer em 19 anos seja feito da melhor maneira possível”, informa Neusa.
A realização de corridas na Argentina era um sonho de Aurélio Batista Félix o criador da Fórmula Truck, que morreu em março de 2008. “Foi a nossa primeira motivação, realizar o sonho dele, e ao longo desses seis anos a etapa da Argentina veio sendo sedimentada. Quando viemos para cá em 2009, pela primeira vez, não era para um evento isolado. Havia um projeto na Argentina, que vem sendo cumprido desde aquela época”, pondera a dirigente.
O GP Brasil-Argentina evidencia, segundo Neusa, o amadurecimento da categoria. “Tantas vindas para cá resultou no amadurecimento na realização de eventos internacionais. Isso sem falar no reconhecimento do povo argentino, que sempre nos recebe com muito carinho. Antes corremos na maior cidade do país. Hoje temos a etapa na segunda maior cidade. Córdoba é um grande centro na Argentina no setor automotivo, de autopeças”, explana Neusa.
A receptividade do público argentino ao evento anual é um dos fatores de maior motivação para a realização da etapa. “A Fórmula Truck tem hoje um grande número de torcedores na Argentina, é a gente se emociona com tanto carinho que temos da torcida daqui, que sempre nos acolhe com autódromos lotados, que espera o ano todo pelo nosso evento. Eu acredito que a corrida de domingo traga mais de 50.000 torcedores para o autódromo”, revela.
À aceitação do público, Neusa Navarro soma mais fatores que considera primordiais ao evento. “Há o apoio dos patrocinadores, que acompanham toda a operação e estão aqui conosco, que reúnem seus clientes e convidados nos camarotes. Temos também o apoio do governo de Córdoba, que tem na nossa etapa uma exposição no Brasil. Tudo isso contribui para a Fórmula Truck manter esse espírito de desafio, de ser diferente”, conclui.