Às vésperas da segunda etapa, os pilotos que participam do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck manifestam, em geral, expectativas promissoras para a corrida do domingo (1/4) no Autódromo Internacional Nelson Piquet, no Rio de Janeiro. Todos tendo o referencial da primeira corrida, disputada em 4 de março no Velopark, o discurso geral é de evolução técnica e estágio mais avançado no desenvolvimento das seis marcas de caminhões participantes.
Beto Monteiro foi para o Velopark sob expectativas reticentes para a etapa de três semanas e meia atrás. Voltou de lá com a pole-position e a vitória. “Quando consegui me classificar entre os oito do Top Qualifying, eu já sabia que qualquer um daqueles oito tinha toda chance de fazer a pole, a partir dali não haveria nenhuma surpresa. No Rio, minha meta é essa mesmo, ficar ali no grupo dos seis ou oito primeiros”, avisa.
Líder do campeonato com o caminhão da Scuderia Iveco, Monteiro esteve em Jacarepaguá durante os testes da pré-temporada, em fevereiro. “Eu consegui virar tempos bem melhores que no ano passado, é sinal de que houve evolução e isso me deixou animado. A pista do Rio é curta, como a do Velopark, mas é muito diferente nas características. Eu sei que temos condição de pole e de vitória, mas o objetivo principal é continuar líder”, estipula.
Danilo Dirani, piloto da Ford Racing Trucks/DF Motorsport, tem especial simpatia pela pista de Jacarepaguá. “O meu histórico lá é muito bom. Em 2010 fui pole, só que logo depois da largada quebrou o câmbio. No ano passado, largueio um pouco mais atrás e acabei virando líder quando o Roberval (Andrade) parou com problemas. Só que no finalzinho, umas três voltas antes do fim, eu também tive problemas. Quase venci”, lembra.
É no retrospecto competitivo que Dirani fundamenta sua perspectiva de abrir no Rio sua campanha de reabilitação, depois do abandono no Velopark. “Nós tivemos problemas na primeira corrida, mas a equipe identificou esse problema. Os caminhões já foram à pista em Piracicaba, e estão muito fortes”, diz, otimista. “Meu pensamento é pole e vitória, e sei que o caminhão é bom o suficiente para estar sempre entre os quatro ou cinco primeiros”.
Outro que fala com otimismo na conquista da vitória é Paulo Salustiano. O piloto da ABF/Volvo, em sua terceira temporada na Fórmula Truck, ainda não foi ao degrau mais alto do pódio. “Mas minha hora está chegando”, acredita ele, que no Velopark esteve no pódio em quinto. “Lá a gente cometeu alguns errinhos no treino de classificação, fiquei em décimo no grid. Dava para eu ter largado mais à frente e terminado ainda melhor, também”, supõe.
Salustiano calça seu otimismo nas evoluções técnicas trabalhadas pela equipe para a etapa do Rio. “O nosso caminhão está bom, já melhorou bastante. Resistente ele já provou que é, mas a gente não quer só resistência, a gente quer velocidade. A equipe está trabalhando no caminho certo, nosso bom resultado vai ser presente de aniversário para o meu companheiro de equipe”, promete, citando o argentino Luiz Pucci, aniversariante desta segunda-feira (26).
O paranaense Pedro Muffato é um dos mais simpáticos à realização da prova em Jacarepaguá. “Fiz ótimas corridas no Rio. No primeiro ano perdi o pódio no detalhe. Levei um toque, fui lá para o fim da fila e vim recuperando. Em 2011 eu fiz outra corrida de recuperação, mas tive que diminuir o ritmo no fim porque a caixa de câmbio estava quebrada”, lembra. “Gosto da pista, só espero que o meu caminhão também goste e não quebre”, ele brinca.
A etapa do Velopark foi problemática para Muffato, que enfrentou quebras de motores durante a programação de treinos. “E eram motores novos, material novo, essas coisas que acontecem com quem está na pista. Na última corrida do ano passado, em Brasília, deu para ver que as modificações deixaram o caminhão competitivo”, observa o piloto da equipe Muffatão, terceiro colocado na etapa da capital federal. “Se não quebrar, dá para fazer uma boa corrida”.
Leandro Totti liderou a etapa do Velopark em duas oportunidades. Estava à frente de Beto Monteiro a mangueira do turbo de seu Mercedes-Benz se soltou e o obrigou a abandonar. “O caminhão estava bem rápido, o ritmo de corrida estava bom, mas tivemos aquele problema, foi paciência. Mas, como tenho dito, o nosso pensamento não é o de só brigar por vitórias. A gente quer terminar as corridas, sempre que terminar vai ser com bom resultado”, pondera.
Para Totti, paranaense que compete pela ABF Racing Team, a etapa em Jacarepaguá deve representar o início dessa reação. “É claro que aparecendo a oportunidade de voltar a liderar e tentar a vitória eu vou para cima, nossa equipe está mesmo precisando de uma vitória. Mas nós vamos totalmente conservadores, pensando sempre em poupar equipamento. Se a briga por uma posição for exigir demais do caminhão, prefiro aliviar e evitar uma quebra”, adianta.
A liderança na classificação do campeonato de Marcas da Fórmula Truck é da Volkswagen, que teve três pilotos entre os cinco que compuseram o pódio na etapa inaugural da temporada. Felipe Giaffone e André Marques, ambos pilotos da RM Competições, foram segundo e terceiro, enquanto Adalberto Jardim, pilotando o caminhão Constellation da AJ5 Motorsport, que agora também é equipe oficial de fábrica, terminou a corrida em quarto.
Marques viu no terceiro lugar seu melhor resultado na categoria, onde está desde 2010. “A resistência foi um dos pontos fortes dos nossos caminhões na primeira corrida, o foco maior do nosso trabalho está no ganho de potência. Sei que a equipe tem um referencial muito positivo para o acerto na pista do Rio, tanto é que o Felipe foi pole nessa pista no ano passado. Ninguém está esperando vida fácil, mas estamos bem otimistas, sim”, ele confirma.