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A greve dos operários no Maracanã, já dura 13 dias

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Funcionários que trabalham na reforma do Estádio do Maracanã fizeram na manhã da terça-feira (13/09) mais um protesto por melhores condições de trabalho. Carregando faixas e cartazes, eles caminharam pelo entorno do estádio e prejudicaram o trânsito nas imediações. Os trabalhadores estão paralisados há 13 dias.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada Intermunicipal do Rio de Janeiro, Nilson Duarte, desta vez o grupo reivindica assistência médica para o turno da madrugada e alimentação em condições adequadas.

“A reivindicação dos trabalhadores é simplesmente por melhores condições. Não dá para receber comida estragada e na semana passada isso aconteceu por três dias”, disse.

Além disso, os operários reclamam que o Consórcio Maracanã Rio 2014, responsável pelas obras e formado pelas empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez e Delta, não cumpriu o que ficou acordado, durante negociação após a primeira paralisação, que durou cinco dias, realizada em agosto. Segundo o presidente do sindicato, o consórcio não aumentou o valor cesta básica nem ofereceu plano de saúde aos funcionários.

Em nota, o Consórcio Maracanã Rio 2014 minimizou o protesto, informando que “o número de operários que participaram corresponde a menos de 10% dos trabalhadores que atuam na reforma do estádio”. Ao todo, 2,3 mil funcionários trabalham nas obras.

O comunicado também destaca que as negociações estão mantidas e que estão sendo cumpridos todos os itens acordados no dia 21 de agosto com o sindicato, sendo os principais o aumento, a partir de 1º de setembro, do valor da cesta básica de R$ 110 para R$ 160, que será pago junto com salário de setembro; plano de saúde individual para os trabalhadores (titulares), também a partir de 1º de setembro; e abono dos dias parados, sem desconto nos benefícios dos trabalhadores.

Sobre a qualidade da alimentação, “o consórcio destaca que nenhuma irregularidade foi encontrada com a comida ou sua manipulação” durante inspeção feita de surpresa por técnicos da Subsecretaria de Vigilância, Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses, órgão da Secretaria Municipal de Saúde e Defesa Civil. A respeito das queixas quanto à segurança do trabalho, o consórcio informa que, desde o início das obras, em agosto de 2010, foram feitas nove fiscalizações pela Secretaria Regional de Trabalho e Emprego, órgão do Ministério do Trabalho e Emprego, sem que nenhuma irregularidade fosse constatada.

A nota ressalta, ainda, que existe um Plano de Segurança do Trabalho e uma equipe médica de plantão para atendimento aos trabalhadores.

Há cerca de duas semanas, o consórcio decidiu mover uma ação na Justiça do Trabalho, questionando a legalidade da paralisação. Ontem (12), o sindicato entregou sua defesa ao Tribunal Regional do Trabalho e, de acordo com a assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho, a expectativa é que o órgão emita um parecer até o fim desta semana. Em seguida, a Justiça deverá marcar a audiência para julgar o caso. O Consórcio Maracanã Rio 2014 já havia apresentado sua defesa ao dar entrada na ação.

A Empresa de Obras Públicas (Emop) informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que a paralisação dos trabalhadores prejudica o andamento das obras, mas não compromete o cronograma dos trabalhos, já que a programação prevê uma “margem de fôlego” para imprevistos. Pelo acordo firmado com a Federação Internacional de Futebol (Fifa), a reforma do Maracanã deve ser concluída em dezembro de 2012. A arena receberá a final da Copa das Confederações, no ano seguinte.