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Estádio Nacional de Brasília está 76% concluído

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A construção do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha segue em ritmo acelerado: 76% de sua execução foi finalizada. Com as arquibancadas inferior, intermediária e superior concluídas, a obra segue para mais uma etapa: a finalização da concretagem do anel de compressão, que já está fechado. Com a concretagem total, que ocorrerá em breve, serão iniciados os preparativos para a montagem da cobertura.

A laje que cobre o segundo pavimento também está pronta. Os 288 pilares, com mais de 36m de altura livre e que rodeiam a arena formando a área de acesso, foram concluídos no fim de agosto.

O estádio foi idealizado a partir de um conceito arquitetônico presente em vários monumentos da capital federal, característica marcante do arquiteto Oscar Niemeyer: a criação de um ambiente que precede o edifício formado por um conjunto de colunas na fachada da edificação. No Estádio Nacional, esse conceito serviu de inspiração para os 288 pilares que estão dispostos ao redor do edifício, criando a área de convivência e de acesso do público.

A arquibancada superior, formada por 1.604 peças de concreto pré-moldadas – feitas no próprio canteiro de obras desde dezembro de 2011 –, foi concluída no último sábado (22), em menos de cinco meses. O uso dessas peças agilizou a execução da obra e não gerou custos adicionais.

A arena terá assentos marcados e retráteis, a uma distância inicial de apenas 7,5m do campo de futebol. Este, por sua vez, foi rebaixado 4,8m de sua altura original, permitindo maior visibilidade para todo o público. Todos os assentos estarão protegidos do sol e da chuva por uma moderna cobertura.

O estádio, construído como arena multiuso, poderá ser adaptado para a realização de grandes eventos nacionais e internacionais. Ele passará por licitação para que uma empresa especializada em entretenimento o administre e garanta um calendário de eventos, aquecendo, assim, o setor de serviços, como bares, hotéis, restaurantes e taxistas. Dessa forma, há geração de emprego e renda, o que melhora  a qualidade de vida da população. Atualmente, 4 mil operários trabalham na obra, divididos em três turnos.

Para o Governo do Distrito Federal, a oportunidade de realizar a abertura da Copa das Confederações (2013) e receber o número máximo de jogos da Copa do Mundo (2014), sete ao todo, é um potencializador de investimentos em obras de infraestrutura, qualificação profissional e desenvolvimento do turismo, que ficarão como legado para a capital.

Esse legado já pode ser percebido. Por ser sede da Copa, Brasília receberá do governo federal cerca de R$ 3 bilhões em obras de mobilidade urbana, infraestrutura e segurança, o que comprova o poder transformador dessas competições.

O Estádio também está em local privilegiado, a cerca de 3km dos setores Hoteleiro e Hospitalar, do Centro de Convenções e do Parque da Cidade. Isso possibilita que a Copa em Brasília seja de fato verde, realizada a pé ou por meio de ciclovias.

Ecoarena – O Estádio Nacional também já é referência em sustentabilidade. A obra inspirou, inclusive, um convite ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, para apresentar o projeto da Ecoarena no maior evento mundial sobre construções sustentáveis, em novembro, na Califórnia (EUA). A proposta partiu do vice-presidente da ONG U.S. Green Building Council, Scot Horst, que confere o selo Leed (Leadership in Energy and Environmental Design).

Isso porque o estádio caminha para ser o primeiro na história a receber o certificado máximo de sustentabilidade. O selo Leed Platinum ? entregue após a conclusão da obra ? é reconhecido internacionalmente e garante que a construção é altamente sustentável. Hoje, nenhum estádio de futebol no mundo possui o selo Platinum.

A carta do vice-presidente da ONG significa que o Green Building Council está acompanhando os esforços de Brasília para alcançar a certificação. No documento, Horst afirma que tem pensado “com frequência” no projeto da Ecoarena que está sendo construída na capital do país e que gostaria de agradecer pessoalmente ao governador Agnelo Queiroz “por sua busca da certificação Leed Platinum para o Estádio Nacional de Brasília”. Para Scot Horst, o esforço colocará o estádio entre uma pequena elite de projetos sustentáveis no mundo.

O conceito de arena verde começou ainda na criação do projeto. São usados materiais recicláveis ou reciclados na construção. Tudo o que saiu do antigo estádio foi reaproveitado na própria obra ou em cooperativas de reciclagem do Distrito Federal. Depois de pronto, haverá utilização dos ventos, captação de energia solar e de água da chuva. A Ecoarena será capaz de gerar 2,5 megawatts de energia, o que corresponde ao abastecimento de quase 2 mil residências por dia.

Para economizar e otimizar a iluminação de algumas áreas do estádio, haverá a substituição de lâmpadas normais pela tecnologia LED (sigla em inglês para diodo emissor de luz). Elas duram mais horas e podem gerar economia de até 20%. Como não emitem calor, evitarão que o ambiente esquente, demandando menor uso de ar condicionado.

A cobertura branca vai liberar a passagem de iluminação natural e refletir os raios solares, o que reduzirá também o calor interno e a necessidade do uso de ar condicionado ou outro tipo de ventilação artificial. Ela ainda decomporá óxidos de nitrogênio (NOx) contidos na atmosfera, provenientes de gases emitidos por veículos e outras fontes. Isso será o equivalente a retirar 104 automóveis ou 75 caminhões das ruas por hora, durante o dia.

A água da chuva será captada pela cobertura e pelo piso permeável em volta do estádio. Depois, será armazenada em cinco cisternas e em um lago que fará parte do paisagismo no entorno da arena. A água não potável será utilizada nos vasos sanitários e mictórios, na irrigação do gramado e na lavagem em geral. O sistema todo armazenará 6,84 milhões de litros de água. Isso representa 80% da demanda de água do estádio e equivale a encher duas  piscinas olímpicas e duas semiolímpicas.

Reconhecimento – A Ecoarena conquistou dois selos de qualidade devido à excelência do trabalho desenvolvido em sua construção. Primeiro, o certificado SA 8000 (Social AccountAbility 8000), que atesta a responsabilidade social com os operários.

O selo, criado com base nas normas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Declaração Universal dos Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU), comprova a aplicação de práticas sociais do emprego, como proibição do trabalho infantil e forçado, segurança e saúde no trabalho, liberdade de associação e direitos coletivos, proibição de discriminação, além de remuneração e cumprimento da carga horária de trabalho adequada.

Outro reconhecimento é o Selo de Qualidade da Alimentação, concedido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Brasília (STICMB) e o Serviço Social do Distrito Federal (Seconci-DF), que garante a qualidade das refeições oferecidas aos trabalhadores da construção.