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Décadas de trabalho de Benjamin no Beach Soccer

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Considerado por muitos um dos melhores jogadores de todos os tempos, o atacante Benjamin, aos 44 anos, desafia o tempo e luta (com a discrição de sempre) por uma vaga na equipe brasileira que disputará no mês que vem, entre os dias 18 e 28, no Taiti, a Copa do Mundo FIFA de Beach Soccer.

Benjamin tem números expressivos em seu currículo. São anos de "serviços prestados" à seleção brasileira da melhor qualidade. É, por exemplo, o terceiro maior artilheiro da seleção, atrás somente, pela ordem, de Neném e Júnior Negão, tendo estufado as redes 308 vezes.

Participou das Copas do Mundo FIFA dos anos de 2011, 2009, 2008, 2007, 2006 e 2005. Foi Bola de Prata nas edições de 2006 e 2008, Bola de Bronze em 2009 e Chuteira de Prata em 2006.

Defendeu o país em 339 jogos oficiais, marca jamais alcançada por outro atleta. Enfim, este tetracampeão da Copa do Mundo FIFA (2006, 2007, 2008 e 2009) acredita que tem muito ainda a oferecer ao esporte, ainda mais porque sempre se cuidou e preserva ótima forma física.

Antes dos treinos que estão sendo realizados em dois períodos no CT do Rio Branco, na Praia de Camburi, em Vitória, Benjamin Pereira da Silva, nascido no Rio de Janeiro, em 29 de maio de 1969, nos concedeu a entrevista a seguir na qual avalia variados temas e expõe, sobretudo, o prazer e o privilégio de atravessar algumas décadas fazendo o que gosta.

Como se sente sendo considerado por muitos um dos melhores da história do beach soccer?
Acho uma maravilha (risos). Eu costumo dizer para os amigos que agradeço a Deus o privilégio, a oportunidade, o apoio, desde aqueles que começaram o esporte, como Zico, Júnior, Paulo Sérgio a esta nova geração. Fico feliz ao ver meu trabalho sendo reconhecido e bem feito.

Se sente preparado para a disputa de mais uma Copa do Mundo?
Eu estou me preparando o máximo. Estou sentindo-me bem, motivado. E esperamos a partir do dia 11 de setembro começar esta caminhada rumo a este importante título para o Brasil.

De onde vem a motivação para continuar jogando em alto nível?
Veja bem. Sou um privilegiado. Sou nascido e criado na favela, então eu acompanhei alguns dos meus familiares, alguns amigos, sobre o quanto é difícil tocar a vida. Você observa as pessoas neste trânsito, em um trem, acordando às cinco da manhã e voltando para casa às oito da noite. Eu tenho o privilégio de treinar na praia, fazer o que eu gosto. Então a motivação é esta: poder estar ainda jogando em um nível muito bom, com uma rapazeada maravilhosa, aliado ao orgulho de representar e vestir a camisa do Brasil. Um sonho realizado e que ainda realizo.

Como avalia o grupo do Brasil?
O grupo do Brasil é muito forte, com Irã, Senegal e Ucrânia. O esporte cresceu em todo o mundo e temos que nos dedicar ao máximo nesta fase de treinos para chegar lá e, se Deus quiser, trazer este título.

Concorda que o preparo físico pode ser um dos fatores de desequilíbrio na Copa do Mundo?
O preparo físico é sim fator de desequilíbrio. Não só no futebol de areia. Todos os esportes agora estão trabalhando muito neste sentido. Temos que trabalhar forte já que em relação ao talento e a técnica Papai do Céu olhou com carinho para nós brasileiros. Sabemos da nossa técnica, do nosso talento, então, se aliarmos isso à parte física temos tudo para chegarmos lá e vencermos novamente.


Ainda existe espaço para o futebol arte na areia?
Existe sim. Ver em ação Jorginho, grande jogador; Sidney, Betinho, também excelentes. O Bruno Xavier que alia técnica com força. Nosso time está muito bem servido sim...Vamos ter arte, técnica e força física no Taiti.