Nada como jogar em casa. O Brasil estreou em 2012 como os brasileiros queriam: mostrando bom futebol, vencendo e convencendo. Diante de bom público, a Seleção Brasileira derrotou a Seleção do Mundo por 4 a 2 (gols de Bruno Malias, Sidney, André e Bruno Xavier, para os brasileiros, Gil e Amarelle, para os estrangeiros), na sétima edição do Desafio Internacional, partida disputada na manhã do domingo, dia 22 de janeiro de 2012, na Arena Guarapiranga. Na preliminar, os garotos da Sub-13 do Clube Escola Serra Morena golearam o Clube Escola Liderança por 6 a 0
Esta foi a sétima vitória verde-amarela no confronto, mantendo a invencibilidade e começando a temporada com o pé direito: 4 a 2 (São Paulo-SP/2012), 6 a 2 (Guarujá-SP/2011), 5 a 3 (Serra-ES/2009), Brasil 5 a 4 (São Paulo-SP/2009), Brasil 5 a 0 (São Paulo-SP/2008), Brasil 7 a 6 (Guarujá-SP/2007) e Brasil 6 a 4 (Maceió-AL/2006). À noite, ainda neste domingo, dia 22, o Brasil, tetracampeão da Copa do Mundo FIFA de Beach Soccer (2009/2008/2007/2006), segue para a Argentina, onde vai disputar dois quadrangulares, medindo forças contra seus rivais da América do Sul, Argentina, Uruguai e Paraguai. Sidney, autor do segundo da vitória da Seleção Brasileira, elogiou a postura da equipe em quadra e dedicou o lindo gol que fez, encobrindo o russo Bukhlitskiy, ‘Luva de Ouro’ da Copa do Mundo 2011, aos seus familiares.
"É muito bom começar o ano assim, jogando bem, vencendo, especialmente um time forte como a Seleção do Mundo. Fizemos um grande jogo, atitude desde o início da partida e a Seleção Brasileira está de parabéns. Jogamos como Brasil", comentou ele, que falou ainda sobre o gol. "Foi um golaço mesmo. O pessoal fechou no primeiro pau, eu tive a sorte de me posicionar no canto aberto e peguei bem na bola. O gol saiu num momento importante, havíamos sofrido o empate segundos antes, e quero dedicar esse gol para a minha família!".
"Nos esforçamos muito, lutamos pela vitória. A equipe teve uma boa evolução em relação aos anos anteriores, mas o Brasil joga há mais tempo junto, além da qualidade dos jogadores, tem um entrosamento muito bom, e isso pesou na hora de decidir o jogo", resumiu Amarelle, camisa 10 da Seleção do Mundo.
Guga Zloccowick, que fez sua estreia em areias brasileiras como treinador da equipe, ressaltou a força do combinado estrangeiro e agradeceu ao apoio da torcida. "Queremos resgatar a alegria na Seleção Brasileira e, hoje, o Brasil mostrou um bom futebol. Fico feliz pelo que a equipe apresentou, pela maneira como jogou e pela vitória, porque, do outro lado, estava a Seleção do Mundo mais forte de todos os tempos. Como sabia que eles vinham com uma equipe mais cadenciada, optei por um time mais ofensivo e nossa estratégia deu certo. A torcida nos ajudou muito, jogou com a gente e nos empurrou para essa grande vitória. Começamos o ano com o pé direito", frisou o treinador.
Motivações diferentes. Enquanto os estrangeiros tentavam quebrar o jejum no confronto, os brasileiros, jogando em casa, queriam, mais do que a vitória, mostrar um bom futebol para o público que compareceu em bom número nas arquibancadas. Contra uma defesa forte, com Alan, Franceschini e Osmar, a Seleção Brasileira apostava na habilidade para chegar ao gol de Bukhlitskiy. Bruno Xavier levou perigo num bonito voleio, após lançamento de Benjamin. Na sequência, Fernando DDI obrigou o camisa 1 à grande defesa. Alan arriscou de longe, em cobrança de falta, e Mão não deu rebote. O Brasil era melhor e foi depois de um lançamento do capixaba Mão, que Bruno Malias arrancou pela direita, ganhando do uruguaio Pampero na corrida, e encheu o pé: 1 a 0, aos 8’45". Foi o gol de número 199 do atacante em jogos oficiais com a camisa amarela, que entrou na onda das comemorações ‘Ai, se eu te pego’. Sidney quase ampliou, mas Bukhlitskiy, à queima-roupa, fez grande defesa. Os brasileiros dominavam a partida mas, na única vez que chegou à frente, a ‘Seleção do Mundo’ aproveitou. Gil recebeu pelo alto, ganhou a dividida com Sidney, e tocou na saída de Mão: 1 a 1, aos 10’20". Nem deu tempo para comemorar. Na saída de bola, Souza tocou para Bruno Malias, que passou para Sidney, tudo pelo alto, e o camisa 7 mostrou toda a sua categoria, num belo chute do meio da quadra, encobrindo Bukhlitskiy. Golaço: 2 a 1, aos 10’25". Bruno Malias ainda teve a oportunidade de aumentar, em cobrança de falta frontal, mas Bukhlitskiy evitou.
Jorginho foi o primeiro a testar o americano Montañez, que substituiu Bukhlitskiy, logo no primeiro ataque do segundo período. André e Bruno Xavier também obrigaram o goleiro americano a trabalhar. O Brasil ditava o ritmo do jogo, fazia boa marcação, especialmente no português Madjer, aniversariante do dia, ora vigiado por Bruno Xavier, ora por Souza. E se o atacante, maior artilheiro das Copas do Mundo (79 gols) e também do Desafio Internacional (nove gols), mal tocava na bola, André, ‘Chuteira de Ouro’ na Copa do Mundo FIFA 2011 (14 gols), tocava. E com categoria. Depois de um belo passe pelo alto de Jorginho, o camisa 9 acertou uma bela bicicleta e contou com a falha de Montañez para aumentar: 3 a 1, aos 5’43". O treinador argentino Héctor Petrasso buscava alternativas, usava as opções do banco de reservas, enquanto os brasileiros trocavam passes, embalados pelo ‘olé’ que vinha das arquibancadas. Antes do fim da segunda etapa, os gringos aproveitaram uma bobeada da defesa brasileira e o espanhol Amarelle, ‘Bola de Ouro’ da Copa do Mundo 2008, apareceu sozinho diante de Mão para diminuir: 3 a 2, aos 11’31", placar da segunda etapa.
Veio a última parcial e Madjer obrigou Mão à grande defesa em cobrança de falta. Na cobrança de escanteio, o goleiro brasileiro saiu bem do gol novamente e, na sequência do lance, o Brasil saiu em velocidade no ataque. André rolou para Bruno Xavier e o camisa 11 chutou cruzado: 4 a 2, aos 1’43", e um ‘parabéns a você’ especial para Giovanna, filha de Jorginho, que completou 8 anos. Mão apareceu bem novamente, num chute perigoso de Amarelle que o capixaba foi buscar no cantinho. O cansaço das equipes deixava espaços, o jogo estava aberto e o chute de André parou na trave de Bukhlitskiy. O Brasil reclamou de pênalti quando Osmar ‘fechou a porta’ para Benjamin, após grandes jogava individual do capitão brasileiro. Pampero também levou perigo, depois de dominar e acertar um belo voleio que passou por cima do gol de Mão. O Brasil se mandou ao ataque, queria o quinto gol, que quase saiu pelos pés de André, exigindo reflexos do goleiro russo. Nos minutos finais, a Seleção Brasileira tocou a bola esperando pelo apito final, aplaudida pelo público e com a certeza de que 2012 vai ser um grande ano. Promessa de capitão.
"Começar o ano vencendo é fundamental. Tivemos um 2011 não muito bom, mas que ficou para trás, serviu de aprendizado, e 2012 será um ano de muitas alegrias", afirmou Benjamin.
BRASIL 4 x 2 SELEÇÃO DO MUNDO
BRASIL
Mão, Bruno Xavier, Fernando DDI, Jorginho e Benjamin. Entraram: Souza, Sidney, Bruno Malias e André. Técnico: Guga Zloccowick
SELEÇÃO DO MUNDO
Bukhlitskiy, Franceschini, Alan, Osmar e Madjer. Entraram: Montañez, Gil, Pampero, Amarelle e Stankovic. Técnico: Héctor Petrasso
GOLS: Bruno Malias-BRA (8’45" do 1º Tempo), Gil-MUN (10’20" do 1º Tempo) e Sidney-BRA (10’25" do 1º Tempo); André-BRA (5’43" do 2º Tempo) e Amarelle-MUN (11’31" do 2º Tempo); e Bruno Xavier-BRA (1’43" do 3º Tempo)
ARBITRAGEM: Javier Betancour (FIFA/Uruguai), Pablo del Puerto (FIFA/Argentina), Ivo Santos (FIFA/Brasil) e Renato de Carlos (FIFA/Brasil)