Em meio ao recesso de verão da Fórmula GP2, que obedece praticamente o mesmo calendário da Fórmula 1, o paulista André Negrão acredita que o aprendizado tem sido o ponto alto de seu ano de estreia na categoria. "Estou conhecendo bastante do carro e das corridas, mas já sabia que seria difícil por causa dos pneus - bastante diferentes dos que usei nos três anos de Fórmula Renault 3.5 - e do formato das etapas", comentou. O piloto da Arden Motorsport está mantendo a forma nos treinos de kart na Granja Viana enquanto aguarda o retorno para a Europa, marcado para a próxima semana.
Negrão, de 22 anos, lembra que o embargo de testes ao longo do calendário trabalha contra os estreantes. "Temos apenas a programação das corridas para treinar. Mas aí entra outro problema, que é o desgaste elevado dos pneus que usamos. Se andamos muito nos treinos livres, os pneus acabam. Por isso, em média damos apenas 10 voltas. O mesmo ocorre nas provas. Temos de administrar os pneus para que não terminem logo. Fiz uma projeção dia desses. Ao final da última etapa, em Abu Dhabi, dificilmente terei completado mais de 500 voltas em todo o campeonato. É pouco."
Apesar das restrições, Negrão avalia como satisfatório o balanço da primeira fase da Fórmula GP2. "Sinto que estou evoluindo constantemente, e isso é o mais importante. Minha equipe é boa, está ao nível das melhores. O que talvez falte seja um pouco mais de experiência aos pilotos, já que meu companheiro também é novato. Se olharmos a classificação do campeonato, veremos que os dois que estão mais na briga pelo título - Jolyon Palmer e Felipe Nasr - correm na GP2 há vários anos. Com uma ou outra exceção, os outros que somaram bastante pontos igualmente são veteranos", acrescenta.
A exemplo da Fórmula 1, as atividades da Fórmula GP2 serão retomadas de 22 a 24 deste mês no circuito belga de Spa-Francorchamps. No ano passado, os ingleses James Calado e Sam Bird dividiram as vitórias na prova longa do sábado e na curta do domingo.