Primeiro brasileiro a vencer corrida na GP2, único piloto do País a vencer na Nascar, único a vencer em eventos de primeira linha de rallycross e na A1GP, primeiro campeão mundial da Fórmula E, um dos três pilotos da história com top5s nas principais categorias chanceladas pela FIA....
Após 24 Horas acelerando o protótipo #12 da equipe Rebellion em parceria com Nico Prost e Nick Heidfeld, Nelsinho Piquet voltou à principal corrida de longa duração do mundo depois de uma década e emplacou mais uma linha em seu vitorioso currículo: é o primeiro brasileiro a vencer as 24 Horas de Le Mans entre os protótipos independentes.
O feito não veio livre de turbulência.
Com muita chuva na hora da largada, a 84ª edição da tradicional prova foi designada sob safety-car. Então veio a primeira dificuldade da maratona na pista de 13,69km de Sarthe: O carro que tinha como ponto forte a confiabilidade nas duas primeiras etapas do Mundial de Endurance (WEC) e nos treinos para Le Mans, apresentou problemas elétricos, obrigando Heidfeld a recolher para box com o pelotão comboiado pelo carro madrinha.
Com isso, não só o oitavo lugar no grid conquistado com a volta de Piquet Jr na quarta-feira foi desperdiçado, como o trio perdeu quatro voltas e, na prática, começou a corrida em 60º e último lugar.
O brasiliense de 30 anos de idade assumiu o volante após pouco mais de uma hora de prova. Após quatro horas guiando, entregou o carro em 14º no geral (oitavo na classe LMP1 e segundo entre os LMP1 privados).
Então a embreagem falhou, e a equipe Rebellion precisou recolher o carro para garagem, perdendo mais algumas voltas. Heidfeld retornou à pista na 50ª posição.
Na marca de 9 horas, Prost vinha em 41º, já pilotando à noite. O francês fez um sólido stint de quatro horas: passou quase todos os carros GT que vinham à frente e alguns da classe LMP2. Entregou para Piquet com 13 horas de prova em 23º no geral. O carro então vinha em sétimo entre os LMP1 e segundo entre os LMP1 independentes.
Logo que assumiu, Nelsinho era o terceiro mais rápido da pista e vinha tirando a diferença rápido para o top10. Mas novamente foi necessária uma longa parada na garagem, com 40 minutos usados para colocar novamente o protótipo na pista na marca de 15 horas.
Menos mal que o time conseguiu devolver o carro para o traçado. Já o #13, que vinha à frente liderando entre os LMP1 independentes, teve um problema mais grave. Nelsinho então herdou a dianteira, assumiu o sexto lugar na divisão para os carros mais velozes e passou o carro em 32º no geral.
Faltando pouco mais de uma hora e meia para a bandeirada, Heidfeld entregou de volta o carro a Piquet. O brasiliense avançou até 29º no geral, conservando a dianteira entre os LMP1 privados e o sexto entre os LMP1, atrás apenas dos carros favorecidos por motores híbridos e com suporte oficial de grandes montadoras.
Como as 24 Horas de Le Mans conferem pontuação em dobro no Mundial de Endurance, os pilotos do Rebellion #12 agora foram a 40 pontos, sustentando a quarta posição geral no campeonato e assumindo a liderança entre os LMP1 privados.
“Foi muito legal, uma experiência bem melhor que a primeira vez que eu vim. Estava muito mais tranquilo. A equipe foi fantástica, com um ambiente muito bom, os pilotos foram bem legais, o patrocinador da Rebellion é muito bacana... Foi incrível, resumindo. Infelizmente os outros carros não terminaram, então a prova não foi tão acirrada do jeito que a gente sempre gosta. Mas deu para me divertir bastante, gostei muito da experiência, fiquei muito feliz com tudo e tomara que consiga continuar com eles”, avaliou o piloto.
Com a vitória na classe LMP1 independente, Piquet é o terceiro brasileiro a sair de Le Mans com um troféu de primeiro lugar. Jaime Melo (na LMGT2, duas vezes) e Thomas Erdos (na LMP2, também duas vezes) são os demais integrantes do clube.
A próxima competição de Nelsinho Piquet é a rodada dupla de encerramento da FIA Fórmula E em Londres, nas mesmas ruas onde conquistou seu título mundial no ano passado.