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Um balanço da Arena Cross e Mundial de MX

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Depois de passar por quatro Estados do país, a Superliga Brasil de Motocross retorna a Santa Catarina, no parque Beto Carrero World, onde realiza este final de semana (14 e 15) a 6ª e última etapa de 2012.

Com o fim da 3ª temporada da competição, Carlos Romagnolli, presidente da Romagnolli Promoções e Eventos, promotora do campeonato, fez em entrevista um balanço sobre o que a competição representou para o cenário do Motocross este ano e revelou algumas propostas para 2013.

Ass. Imprensa - Como foi para você a temporada 2012?
Carlos Romagnolli -
Não tenho duvidas que o crescimento da Superliga é evidente. No seu 3º ano, a competição é destaque nas emissoras de televisão, com a audiência crescendo muito em relação ao ano anterior. Passamos por três grandes Capitais, a estrutura está a cada dia maior e mais bonita, investimos mais de R$ 1 milhão na compra de novas arquibancadas e fizemos pistas mais técnicas. A prova de que estamos no caminho certo foi o sucesso do GP Brasil de Motocross, que servirá de modelo para a temporada 2013 da Superliga.

A.I. - Desde 2011 a Superliga inovou com um pacote de mídia jamais visto no Motocross nacional e isto é sempre mencionado. O que isso significa para o esporte?
C.R. - Começamos inovando com a transmissão via internet e depois conquistamos um canal aberto em rede nacional, em um horário considerado nobre - domingo das 13h às 14h00. Nesta temporada tivemos parceira com a RedeTV!, que transmitiu ao vivo todas as etapas da categoria MX Pró, e transmissão ao vivo de todas as prova do domingo no site BRMTV. O fato da Superliga ser transmitida ao vivo pela Rede TV! e com matérias nos principais programas da emissora, proporciona às equipes e pilotos um grande retorno, difunde o esporte e atrai novas empresas interessadas em associar sua marca ao esporte.

A.I. - Quais os planos para a Superliga em 2013?
C.R.
- Muitas novidades chegam para a Superliga e a primeira delas é o campeonato de equipes.
O projeto foi aprovado com a ideia de valorizar mais as marcas de cada time. Cada equipe deverá ter no mínimo dois pilotos para pontuar e quanto mais pilotos representá-la melhor, uma vez que serão destacados os dois melhores resultados. Desta forma, também abrimos a possibilidade das equipes investirem em mais pilotos. Para incentivar a formação de novas equipes, faremos como no campeonato Mundial de Motocross. Vamos premiar com um valor em dinheiro os pilotos das equipes em todas as etapas, de acordo com o ranking de 2012. O piloto pode ganhar por etapa de R$ 1.500,00 a R$ 800,00, somente para estar alinhando no gate.

A.I. - Com as etapas distantes que fizeram parte do calendário este ano, foi colocado em pauta uma ajuda de custo. Como fica esta questão?
C.R. -
Será fornecida uma ajuda de custo para as etapas do Nordeste para pagar as despesas de viagem e hospedagem dos pilotos que ficam distantes, que será de, aproximadamente, R$ 1.000,00. Na próxima temporada vamos também oferecer a maior premiação dos últimos anos. Outra inovação em 2013 será a premiação dos melhores do ano, com a somatória dos pontos da Superliga com os pontos acumulados no Arena Cross. Todas essas novas ações foram pensadas para beneficiar pilotos e equipes. Chegar até a categoria MX Pró e viver dignamente do esporte não pode deixar de ser o sonho dos pilotos mais jovens que vemos por aí. Mas isso não é possível se não tivermos equipes oficiais e satélites interessadas em investir neles.

A.I. - A partir de agosto começa o Arena Cross, o que podemos esperar?
C.R. -
Este ano trabalharemos no formato antigo, mas os pilotos participantes devem plantar os frutos agora, para colherem no ano que vem. Em 2013, o Arena Cross deixará de ser um campeonato somente para convidados, passando a beneficiar os 20 melhores pilotos do ranking de 2012. Terá o mesmo formato da Superliga, com campeonato por equipe, ajuda de custo, prêmios altos e transmissão ao vivo pela Sportv e internet.

A.I. - O Honda GP Brasil de Motocross foi muito elogiado, como ficou o rótulo do Brasil no mundo?
C.R. -
O GP do Brasil está concorrendo no Motocross das Nações como a melhor prova do Campeonato Mundial de 2012, considerada pela FIM, Youthstream, imprensa especializada e equipes. Se isto acontecer, será a primeira vez na história que uma prova fora da Europa ganha esse título. O GP Brasil de 2012 foi um marco e abriu muitas portas para o país. Fomos considerados um exemplo a ser seguido pelos demais países e organizadores, e é uma grande alegria fazer um evento que o mundo reconheceu como o melhor dos últimos 15 anos. A responsabilidade para 2013 aumenta, pois teremos que nos superar. Mas acredito na minha equipe e o plano é fazermos um evento ainda melhor.

A.I. - No Honda GP Brasil de Motocross foram divulgadas muitas novidades sobre outros campeonatos que chegariam ao Brasil. Comente.
C.R. -
Uma dessas novidades fica por conta do MX3, que já tem dia marcado - dia 04 de agosto - e duas etapa do Pan Americano de Motocross. Teremos nesta data o verdadeiro 3 em 1. Um grande evento, integrando uma etapa da Superliga, uma válida pelo Campeonato Mundial de MX3 e uma pelo Pan Americano. A etapa do GP Brasil de 2013, no Beto Carrero World, terá a outra etapa do Pan Americano. Nos planos da Romagnolli ainda tem espaço para mais uma prova internacional. Eu, Titônio Massa e o Lincoln Miranda, estivemos reunidos esta semana com os representantes da Flammini Group, Luigi Ferrara Santamaria e Lucchetti Moreno, para discutirmos a possível vinda de uma etapa do Campeonato Mundial de Superbike. Temos 40 dias para estudar a proposta e dar a resposta. Nosso maior impasse é um autódromo que esteja em condições de receber esse evento. Outros eventos também estão em negociação, como a possibilidade de realizar mais uma etapa do Mundial de MX1 e MX2 no Estado de Goiás e até mesmo uma etapa do Ama Supercross.

A.I. - Sabemos que a Romagnolli e a CBM tinham algumas advergências. Como está hoje este relacionamento?
C.R. -
A relação com a CBM hoje é boa. Tivemos algumas reuniões com o presidente da entidade, Firmo Alves, onde demonstramos nosso interesse em unificar os campeonatos Superliga e Brasileiro, e fizemos uma proposta à entidade para nos tornarmos os promotores oficiais do Motocross no Brasil. Se somos cotados para receber o prêmio de melhor etapa do Motocross mundial, será que não estamos aptos a transformar a Superliga no campeonato oficial? Temos a melhor estrutura do país para a realização da modalidade, pacote de mídia com transmissões ao vivo, parceria com as principais revistas e sites, uma equipe competente e muita credibilidade com a FIM. Na última reunião fiz uma proposta oficial à entidade, onde a mesma receberia pelos direitos valores muito próximos do que pagamos pelos direitos do Mundial, mas entendemos que o presidente deve se reunir com as Federações - onde vários presidentes se mostraram favoráveis - para decidir o que eles entendem ser melhor para o esporte no país. Respeitaremos qualquer decisão e temos a certeza de que estamos fazendo nossa parte, buscando o entendimento e com grandes eventos nacionais e internacionais ajudando a fomentar o motociclismo no Brasil.

A.I. - Como seria a Superliga e o Brasileiro juntos?
C.R. -
Na nossa visão teríamos que ter um único campeonato nacional, que valorizasse os pilotos e incentivasse a criação de equipes. Um campeonato, a principio, com sete etapas, sendo rodadas duplas. Diferente do que dizem, não existe divisão de pilotos entre a Superliga e o Brasileiro. Dados mostram que a maioria participa de ambos os campeonatos, o que existe sim é a dificuldade financeira das equipes e dos pilotos em estarem presentes em todas estas etapas. Talvez a informação mais preocupante é que hoje na categoria MX Pró temos 16 pilotos com nível de campeonato nacional. Destes, seis são estrangeiros, ou seja, em minha opinião, a CBM tem que gerir o esporte, fazer papel de entidade e apoiar as Federações para a formação de novos pilotos. Do outro lado, a Romagnolli deve fazer seu papel de promotora ou então nosso esporte corre o risco de ficar comprometido pela falta de estrelas nos próximos anos. É importante destacar neste projeto o incentivo, até o momento, inexistente com as categorias de base. Está enganado quem acha que isso acontecerá no campeonato nacional. A base só se forma nos campeonatos regionais, portanto, entendo que é necessário o fortalecimento dos campeonatos realizados pelas Federações. Para isso, é fundamental que o calendário permita as grandes estrelas de participarem das etapas regionais para alavancar as etapas, atrair a mídia, patrocinadores e cidades interessadas em pagar pela vinda destes eventos. Quando falo de um campeonato de sete etapas - 14 baterias -, ainda tem mais cinco do Arena Cross, um GP Brasil de MX1 e MX2, Pan Americano e Mundial de MX3, além de um projeto para o campeonato das Federações - proposto pela CBM -, falamos então, somente aqui, de 15 provas.

A.I. - Para finalizarmos, a Romagnolli completa este ano 25 anos e principalmente nos últimos, teve um crescimento que refletiu significadamente no motociclismo nacional. Comente.
C.R. -
Tudo o que conversamos, todos os eventos que estão por vir são resultado de muito trabalho. Passar de uma empresa promotora de Enduros para ser reconhecida com eventos internacionais foram muitos degraus. Realizamos hoje a nível internacional o Desafio Internacional das Estrelas, o GP Brasil de Motocross e o Mundial de MX3, além dos eventos nacionais Superliga Brasil de Motocross, Arena Cross e o Racing Festival. Mais do que nunca estou muito otimista com a temporada 2013. Estamos com grandes parcerias como a da XYZ Live e do Felipe Massa, que também participará da realização dos grandes eventos motociclísticos. O plano de mídia da Romagnolli também me deixa muito feliz, agregando ainda mais valor ao esporte.