Principal personagem entre os pilotos brasileiros na São Paulo Indy 300, Tony Kanaan lastimou o episódio que arruinou sua participação na corrida do domingo (5/5) no circuito de Anhembi, na região norte da capital paulista.
Após largar da quarta posição e adotar uma postura agressiva, chegando a assumir a liderança por cerca de dez voltas, o piloto da KV viu suas chances de vitória acabarem quando seu carro sofreu uma pane seca. Por causa disso, Tony não escondeu a chateação. "Como ser humano, pensamos às vezes com esse lado egoísta, de querer vencer. É difícil aceitar o que aconteceu", admite. "Tive as últimas 20 voltas para pensar, chorar e refletir, mas temos que tirar o lado positivo das coisas."
"Somos uma equipe e quando todo mundo faz o seu trabalho, você ganha. A pessoa que faz minha estratégia é a mesma com a qual eu ganhei 12 das minhas 15 corridas na Indy. Bola pra frente. Sinto que estamos chegando perto da vitória, mas precisamos terminar. O dia em que a gente fizer tudo certo e for o nosso dia, sabemos que vai acontecer."
O campeão de 2004 ainda não tem certeza das causas de sua falta de combustível. "Eu também tenho o controle do nível do combustível e vi que estava baixando. Não sabemos realmente o que aconteceu, mas ninguém me deixou na mão. A gente perdeu. Os números no volante mostravam que a gente tinha mais do que a gente achou que tinha."
Ainda assim, Tony destacou a força da multidão que tomou as arquibancadas do circuito paulistano. "A torcida é indescritível. Não consigo descrever o que senti na hora em que dei o xis no Hunter-Reay. Nesse momento tive que olhar para a arquibancada. Quando abandonei, parei ali naquele mesmo ponto e todo mundo estava gritando meu nome", conta.
Para a próxima etapa, as 500 Milhas de Indianápolis, Kanaan acredita que não sofrerá com sua lesão na mão direita, já que a exigência física de um oval é menor. "Para Indianápolis é bem menos preocupante. No circuito de rua é sempre mais complicado. A gente vai cuidar agora. Até o final da semana vamos fazer outro tipo de tala. Até lá vai estar quase zero."
Outro que não teve grandes motivos para comemorar foi Hélio Castroneves, que se envolveu em uma sequência de toques e ficou apenas com o 13º lugar. "Fico triste por não ter podido colaborar melhor. Todos nós queremos dar essa vitória para esse público, um resultado positivo. É uma pena. Ficamos chateados pelo carinho dado pelos fãs e por não termos retribuído", disse o tricampeão das 500 Milhas de Indianápolis, que, no entanto, acreditava que seu resultado poderia ter sido muito melhor, mesmo tendo largado do fundo do pelotão.
"Hoje foi uma guerra. Mesmo depois de muitas pancadas, ainda tinha chances de uma boa colocação no final. Não era pra eu ter feito a última parada. A gente poderia ter chegado perto de onde estava o Takuma Sato [segundo colocado], mas quando a gente ganha, ganha junto e quando perde, também perde junto. Temos que abrir o olho porque o japonês já abriu o dele", brincou.
Já a atuação de Bia Figueiredo foi ainda mais curta, já que ela sofreu um problema mecânico logo nas primeiras voltas depois de ter largado em 16º. "Claro que não estava nos meus planos sair da prova tão cedo. Estava indo bem, já tinha ganhado uma posição e estava confiante, mas essas coisas acontecem. O time está ganhando confiança e entrosamento. Hoje mostramos que temos competividade", destacou. "Só precisamos nos ajustar em alguns aspectos. Vamos para Indianápolis e buscar um resultado melhor. Vamos erguer a cabeça porque temos 15 longos dias. Vamos trabalhar e melhorar."
"Quando freei, não reduziu da sexta marcha para quinta. Fiquei em sexta, tentando reduzir de marcha. Minha esperança era eles me levarem para os boxes e me fizessem voltar. Quebrou o escapamento, afetou a caixa de câmbio e eu não conseguia mudar de marcha", lamentou.
A próxima etapa da temporada de 2013 da Fórmula Indy será no dia 26 de maio, naquele que é o evento mais importante do ano: as 500 Milhas de Indianápolis.