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A competitividade na GP Light é o forte do 1000 GP

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As três primeiras etapas do Moto 1000 GP revelaram a categoria GP Light como uma das mais competitivas desta temporada. Disputas equilibradas em todos os pelotões marcaram as corridas realizadas nas pistas de Interlagos, Curitiba e Santa Cruz do Sul, evidenciando uma extensa lista de pilotos com chances consideradas reais de conquistar vitórias e o título da competição, que tem sequência neste domingo (21), com a quarta etapa em Brasília.

Apesar do equilíbrio avalizado por todos os principais concorrentes ao título, apenas um deles comemorou vitórias. Renato Andreghetto lidera, tendo ganhado todas as corridas. “Não, eu não sou o bicho-papão”, brinca o piloto da Pitico Race. “Essa minha sequência, na verdade, esconde o que realmente têm sido as corridas. Na pista a disputa é muito forte, são pelo menos cinco ou seis pilotos com chance de ganhar”, aponta o paulista.

Mais jovem piloto do grid, Lucas Barros esteve no pódio em todas as corridas. O piloto de 16 anos soma dois segundos e um terceiro lugar – é vice-líder. Estreante no Moto 1000 GP, Barros vê a necessidade de iniciar o quanto antes sua reação. “Estou brigando pelo título, tenho aprendido bastante e sei que vou ter de me concentrar, usar a cabeça e, se necessário, um pouco mais de agressividade para chegar na frente do Renato”, estipula.

O equilíbrio da GP Light é atestado por André Paiato, sexto colocado na pontuação. “É a categoria mais competitiva que já disputei”, testemunha o paulista da Paiato Racing. “A gente explora várias pistas em vários estados, o que é bem trabalhoso para pilotos como eu, que não conhece a maioria delas. As equipes proporcionam intercâmbio de informações dos pilotos da GP 1000 com os da GP Light, isso dá uma grande vantagem”, analisa.

Paulinho Kamba integra a equipe KF Corval, formada por nordestinos. Sétimo colocado na classificação do campeonato, ele identifica no que define como “diversidade geográfica” uma das principais características da GP Light. “Tem gente de todos os lugares correndo. Vim aqui para aprender, pegar ritmo de corrida, conhecer pistas”, diz o pernambucano. “É meu primeiro ano em um campeonato nacional, eu só conhecia o autódromo de Caruaru”.

Cumprindo seu segundo ano como piloto de motovelocidade, Joniran Saling é um dos poucos que iniciaram o campeonato tendo vitórias no currículo – em 2011, ele conquistou uma das provas da rodada dupla em Santa Cruz do Sul. “É o meu segundo ano, e minha experiência é bem limitada, pois estamos longe das pistas”, afirma o piloto da Speed Racing, sobre residir na cidade de São José, em Santa Catarina, estado que não tem autódromos.

Sexto colocado na pontuação, Saling confessa surpresa com a análise que faz da GP Light. “Não é só comigo, a categoria surpreendeu a todos pelo número de pilotos que reuniu, pela competitividade que apresentou. Sempre vejo a gravação das etapas e me surpreendo, as corridas são ótimas”, avaliza. “Temos muitos pilotos com talento e muita vontade de mostrar serviço. Isso dificulta o meu trabalho, mas faz parte”, diz, em tom de bom-humor.

CONCORRÊNCIA FORTE
Experiência suficiente para uma participação competitiva na GP 1000 é meta comum. “A GP Light, de Light, não tem nada. Sempre há um piloto que se destaca nessa ou naquela pista, todos tentam melhorar o preparo físico e o psicológico o tempo todo”, considera Nick Iatauro. “Talvez a gente tenha menos de pressão que os pilotos da GP 1000, isso permite abusar um pouco, e é assim que vamos descobrindo os nossos limites”, ele pondera.

É a mesma linha de raciocínio manifestada por Paiato. “Os pilotos têm um nível técnico bem alto para uma categoria Light, acredito que muitos deles teriam condições de conseguir bons resultados na GP 1000, e todo mundo está aqui em busca do título. A GP Light apresenta competitividade ao extremo”, diz. “Nós estamos a dois segundos dos tempos dos pilotos da GP 1000, a categoria evoluiu muito. Isso é ótimo para o campeonato”, opina Lucas Barros.

Os concorrentes mais diretos de Andreghetto procuram razões para a improvável sequência de três vitórias. “Pilotar motos a quase 300 km/h é um jogo de paciência, calma e uma pitada de agressividade. Quem concilia melhor tudo isso leva vantagem”, considera Iatauro. “O Renato é um piloto ‘manhoso’, sabe a hora de atacar retardatários sem perder tempo, de apertar o ritmo, são coisas que tenho aprendido nesse campeonato”, diz Barros.

Andreghetto também aponta alguns dos motivos aos quais credita a campanha vitoriosa. “É um segredo que eu não posso revelar. Mas, brincadeira à parte, nossos resultados se devem ao grande trabalho que toda a equipe tem feito. A Pitico Race tem me dado total apoio, minha Kawasaki está muito bem acertada e acho que minha dedicação na preparação para cada etapa tem sido tão importante quanto a motocicleta”, enumera o líder.

CAMPEONATO

Após três etapas, a classificação da GP Light é a seguinte:

1º) Renato Andreghetto (SP), 77 pontos;
2º) Lucas Barros (SP), 57;
3º) Nick Iatauro (SP), 46;
4º) Daniel Mendonça (BA), 27;
5º) André Paiato (SP), 25;
6º) Joniran Saling (SC), 23;
7º) Paulinho Kamba (PE), 22;
8º) Everton Felizardo (PR), 19;
9º) Flávio Sukar (PE), 17;
10º) Francisco Snoeck (PE), 16;
11º) Tiago Alexsandro Pires (RJ), 14;
12º) Gustavo Errera (PR), 13