O ministro do Esporte, Orlando Silva, será investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de prática de desvio de dinheiro. A ministra Cármen Lúcia aceitou na segunda-feira (24/10) o pedido de abertura de inquérito, feito na semana passada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas a decisão só foi divulgada na terça-feira (25).
Há duas semanas, o policial militar João Dias acusou o ministro de participar de um esquema de desvio de recursos públicos do programa Segundo Tempo. A denúncia foi publicada pela revista Veja. Desde então, Orlando Silva vem negando participação no esquema, tendo prestado informações ao Congresso Nacional. Ele também pediu ao Ministério Público que o investigasse para garantir sua inocência.
O ex-ocupante da pasta e atual governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, também é acusado de desviar dinheiro do programa. A ministra Cármen Lúcia determinou que o inquérito que já investiga Agnelo Queiroz no Superior Tribunal de Justiça (STJ) seja levado ao STF para que ela avalie se o processo deve correr em conjunto com o de Orlando Silva. De acordo com o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, há uma “relação intensa” entre os casos.
A ministra também determinou que o Tribunal de Contas da União (TCU) envie informações sobre processos de fiscalização de convênios suspeitos do Ministério do Esporte, mas negou, por ora, os pedidos de Roberto Gurgel para tomar depoimentos de Orlando Silva, Agnelo Queiroz, do PM João Dias e do motorista Célio Soares Pereira, que disse ter visto a movimentação de dinheiro no ministério. Para a ministra, ainda é preciso analisar os indícios antes de definir quem será ouvido.