O Banco Central (BC) decretou na sexta-feira (2/8) a liquidação extrajudicial do Banco Rural. De acordo com nota divulgada pela instituição, o motivo é o "comprometimento da situação econômico-financeira e falta de um plano viável para a recuperação da situação do banco". Com sede em Belo Horizonte, o banco tem porte pequeno.
Segundo o BC, em março de 2013 o Conglomerado Financeiro Rural detinha 0,07% dos ativos e 0,13% dos depósitos do sistema financeiro. Além do Banco Rural, a decisão abrange as outras empresas do conglomerado. São elas Banco Rural de Investimentos S.A, Banco Mais S.A, Banco Simples S.A e a Rural Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A.
O comunicado da autoridade monetária diz que estão sendo tomadas medidas cabíveis para apurar as responsabilidades do caso. Ainda de acordo com o Banco Central, o resultado das investigações "poderá levar à aplicação de medidas punitivas de caráter administrativo e a comunicação às autoridades competentes". Em junho, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Banco BVA .
Desde 1995, depósitos individuais de correntistas de bancos liquidados são cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Em maio, o Conselho Monetário Nacional (CMN) aumentou o limite de cobertura para R$ 250 mil. O FGC protege os recursos aplicados em conta corrente, caderneta de poupança, certificados de Depósito Bancário (CDBs), letras de câmbio, imobiliárias, hipotecárias e de crédito imobiliário.
Se o dinheiro estiver em fundos de investimentos, for proveniente de depósitos judiciais ou de recursos captados ou levantados no exterior, não vão ter proteção do fundo.
De acordo com o Banco Central, o Banco Rural tem 49 anos, 25 agências em operação e tinha 626 funcionários em junho de 2013. As agências funcionam em 19 unidades da Federação, segundo a página na internet do próprio banco liquidado. Por meio da assessoria de comunicação, o BC informou que, a partir da liquidação, o banco deixa operar imediatamente e é designado um liquidante para fazer um balanço. Um dos objetivos é assegurar o pagamento de credores.
O Banco Rural teve três dirigentes condenados no processo do mensalão: a ex-presidenta Kátia Rabello, o vice-presidente José Roberto Salgado e Vinícius Samarane, ex-diretor. Kátia e Salgado estão recorrendo da decisão do Supremo Tribunal Federal.