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Irã quer apoio do Brasil p/ evitar sanções da ONU

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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, espera o apoio da presidenta Dilma Rousseff no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para impedir a adoção de mais sanções ao país devido às suspeitas de produção de armas nucleares. A expectativa foi revelada na quinta-feira (10/11) à Agência Brasil pelo embaixador do Irã, Mohsen Shaterzadeh Yazdi, e presidente do grupo parlamentar Brasil-Irã, deputado Ali Adiani Rad.

“Nós esperamos que a presidenta Dilma Rousseff tenha uma posição independente e não fique sob influência dos inimigos do Irã. Nosso programa nuclear tem fins pacíficos, não produzimos armas. Isso é resultado da propaganda negativa contra o Irã”, disse Adiani Rad.

O embaixador e o deputado se referem à possibilidade de os Estados Unidos liderarem um movimento, na ONU, em favor da imposição de mais sanções ao Irã devido ao vazamento de parte do relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) que levanta suspeitas sobre o programa nuclear iraniano. Segundo técnicos da Aiea, há sinais de produção de armas nucleares.

Para os iranianos, porém, quaisquer ações neste sentido no Conselho de Segurança da ONU não terão apoio do Brasil. “Eu acho que o governo brasileiro não apoiará as medidas dos Estados Unidos e dos seus aliados”, disse o diplomata iraniano. “Sei que o governo brasileiro vai examinar em detalhes o relatório da agência [Aiea] e perceberá que não há produção de armas nucleares no Irã.”

O governo brasileiro aguarda a divulgação oficial do relatório da Aiea amanhã (11). Até agora, o clima é de cautela. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores (o Itamaraty), embaixador Tovar Nunes, disse que “é cedo para fazer previsões”. Segundo ele, o relatório será detalhadamente analisado.

Tovar ressaltou que o governo brasileiro defende a busca do diálogo e do esforço para o desenvolvimento de um programa nuclear com fins pacíficos. No ano passado, o Brasil e a Turquia negociaram um acordo que determinava a troca de urânio levemente enriquecido pelo produto enriquecido a um percentual mais elevado. As negociações foram conduzidas pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Porém, a comunidade internacional rejeitou a proposta e o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou uma série de medidas restritivas ao Irã. As sanções atingem, sobretudo, os setores econômico, comercial, bancário e militar.