A atmosfera terrestre foi atingida na quinta-feira (8/3) por uma das maiores tempestades solares dos últimos cinco anos. O fenômeno afetou as comunicações por rádio e forçou algumas companhias aéreas a mudar trajetos para evitar regiões polares, segundo a agência espacial norte-americana, a Nasa. Imagens da tempestade solar foram feitas pelo Observatório Solar Heliosférico (Soho), que capturou as partículas desde o dia 6, quando o fenômeno começou.
“Nos comunicaram a ocorrência de perturbações nas comunicações por rádio e no sistema GPS”, informou a agência. Em outro trecho, a Nasa acrescentou que uma suspensão momentânea das transmissões por rádio obrigou as companhias aéreas a modificar as rotas dos aviões para evitar as regiões polares. “A Nasa se limita a acompanhar a tempestade solar desde a formação até atingir a atmosfera terrestre”.
O fenômeno da tempestade solar começou a ser observado em alguns locais do planeta no último dia 6, mas ontem (8) foi visto de forma mais intensa. Os ventos cósmicos carregados de partículas solares avançavam em grande velocidade - entre 100 quilômetros por segundo e 2.500 quilômetros por segundo - e atingiram a atmosfera terrestre, segundo a Administração dos Oceanos e da Atmosfera norte-americana (Noaa).
Em uma escala de 0 a 5, as previsões eram que a tempestade atingiria o nível 3. De acordo com os especialistas, as previsões se concretizaram devido à intensidade das radiações solares e da força geomagnética. Anteontem (7), a Nasa anunciou que a tempestade solar atingiria os níveis mais elevados.
Porém, a agência espacial não considerou necessário tomar medidas especiais para os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (EEI), que orbita a Terra a 350 quilômetros de altitude. Joseph Kunches, um cientista da Noaa, classificou a tempestade como “uma das mais poderosas desde dezembro de 2006”.
A intensificação das erupções solares é também mais frequente quando o Sol termina um ciclo de atividade para iniciar outro mais ativo, como é o caso desde janeiro de 2008. As tempestades solares observadas há vários séculos provocaram alterações de rotina. Em 1989, em Quebec, no Canadá, a cidade ficou sem energia devido a uma pane no sistema elétrico em decorrência do fenômeno.
Como as anteriores, a tempestade de ontem é suscetível, em função da intensidade magnética, de afetar a distribuição elétrica, o sistema GPS e as comunicações por rádio, bem como o transporte aéreo – que é dependente dessas comunicações.