O governador do Distrito Federal (DF), Agnelo Queiroz (PT), sofreu na terça-feira (8/5) uma baixa na sua base aliada – formada pelo PT, PMDB, PSB, PSL e PCdoB. A Executiva Nacional do PPS decidiu, por unanimidade, deixar de integrar a base de apoio ao governo. A decisão inclui a entrega de todos os cargos ocupados pelo partido nas várias áreas do governo do DF.
A medida foi tomada pelo PPS como reação às denúncias de envolvimento de Agnelo com o empresário de jogos ilegais, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, conforme investigações da Polícia Federal.
A decisão foi definida em uma longa reunião nesta manhã, na qual estava presente o presidente nacional do PPS, o deputado federal Roberto Freire (PE). A decisão recebeu 16 votos favoráveis e nenhum contrário. Há cerca de duas semanas, o PPS distrital havia decidido manter-se na base aliada do governo do DF. Na esfera nacional, o PPS é um dos partidos que fazem oposição ao governo Dilma Rousseff (PT).
Na reunião de hoje, Freire alertou sobre a necessidade de defender o que chamou de “decência” por meio de exemplos e não só palavras. Segundo ele, as denúncias envolvendo Carlinhos Cachoeira e Agnelo se “avolumaram”, agravando a situação.
Para o presidente do PPS, manter o partido na base é assumir o que classificou de ônus desnecessário. O deputado federal Augusto Carvalho (DF) acrescentou que é necessário que a legenda reveja sua posição em todos os estados nos quais há indícios de ligações dos governadores com Cachoeira, como Goiás e Rio de Janeiro.
No começo de abril, 19 dos 24 deputados distritais do DF divulgaram um comunicado em apoio a Agnelo. Em nota oficial, os parlamentares disseram acreditar que o Distrito Federal passou por “problemas profundos” e que o governador representa uma “ruptura com esse passado”.