O presidente norte-americano, Barack Obama, disse hoje (17) que pretende discutir com o Congresso dos Estados Unidos o fim do embargo econômico a Cuba. Em declaração feita na Casa Branca, Obama anunciou também que pretende restabelecer as relações diplomáticas com o país comandado por Raúl Castro, além de retirar Cuba da lista das nações que apoiam o terrorismo.
A reaproximação entre Estados Unidos e Cuba é considerada histórica. Os dois países não mantêm relações diplomáticas desde 1961. Ao anunciar a reaproximação, Obama disse que pretende levar a questão ao Congresso para um “debate honesto e sério” sobre as perspectivas de um total levantamento do embargo comercial.
Na declaração, o presidente ressaltou que um novo capítulo foi aberto nas relações entre os dois países e aproveitou também para agradecer ao papa Francisco pelo papel que desempenhou para tornar possível a reaproximação.
Um alto funcionário da administração norte-americana informou que o papa havia enviado cartas a Obama e a Castro e que o Vaticano acolheu representantes dos dois países para tratar da reaproximação. Ainda durante a declaração, Obama disse que não se deve permitir que as sanções impostas pelo embargo aumentem o fardo carregado pelos cidadãos cubanos e que a América estende a mão da amizade ao povo cubano.
Ao mesmo tempo em que Obama se pronunciava em Washington, o presidente cubano, Raúl Castro, anunciava que Cuba concorda com o restabelecimento das relações diplomáticas. Ele ressaltou, porém, a necessidade de resolver questões ligadas ao embargo econômico.
As medidas para a reaproximação foram anunciadas depois da libertação de um antigo funcionário de um órgão do Departamento de Estado norte-americano, detido em Cuba há cinco anos, Alan Gross foi detido sob a acusação de espionagem.
Com o restabelecimento das relações, a embaixada americana deve voltar a funcionar em Havana. A troca de cordialidade entre os dois países foi demonstrada durante o combate ao vírus ebola, com a atitude cubana de disponibilizar profissionais de saúde para o combate à doença.
Após tentar invadir Cuba, sem sucesso, para derrubar o regime de Fidel Castro, os Estados Unidos impuseram, em 1962, um embargo econômico, comercial e financeiro contra Cuba que dura até hoje.