Os participantes saíram do Museu Nacional por volta das 11h e caminharam rumo ao Congresso carregando faixas e cartazes que pediam a saída da presidenta Dilma Rousseff. Em frente à Catedral de Brasília, fizeram uma pausa e rezaram, de mãos dadas, o Pai Nosso. Seguiram então para o gramado do Congresso onde estenderam faixas e entoaram gritos de “Fora Dilma” e “Fora PT”.
Ao final da caminhada, o grupo leu um panfleto de apoio à Operação Lava Jato e com mensagens direcionadas ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), aos ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) e ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Por fim, se dirigiram à presidenta com gritos de “Pede pra sair”, uma referência ao filme Tropa de Elite.
A manifestação também serviu de palco para que diversas categorias reforçassem seus pleitos. Servidores do Judiciário, em greve, e da Polícia Civil do Distrito Federal deram depoimentos pedindo a valorização das carreiras. Representantes da Fundação dos Economiários Federais aproveitaram o momento para cobrar a efetividade da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado que investiga supostas irregularidades nos fundos de pensão de estatais.
O coordenador do Movimento Vem pra Rua em Brasília e professor universitário, Jailton Almeida, considerou o protesto positivo. "A população continua vindo para a rua em um aumento crescente. Na manifestação de 12 de abril, contabilizamos 35 mil pessoas. Hoje, foram 80 mil." A Polícia Militar do Distrito Federal, entretanto, informou que 25 mil pessoas integraram a manifestação de hoje.
O pesquisador Fábio Freitas, 46 anos, participou do protesto acompanhado dos dois filhos e do cunhado, mas esperava a vinda de mais pessoas para as ruas na capital federal. "Pelo tanto que o pessoal tem reclamado, achei que veio pouca gente", disse.
O espelho d'água do Congresso Nacional, tradicionalmente ocupado por ativistas em manifestações na Esplanada dos Ministérios, hoje virou piscina para as crianças. Poucos manifestantes se animaram a entrar na água. O corajoso Lucas, 7 anos, desafiou o verde e amarelo dominante e entrou na água de camiseta vermelha. Lucas é filho de manifestantes.