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Búzios Sailing Week 2011 e a regra IRC no Brasil

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Começou na quinta-feira (21/04/2011), uma das mais tradicionais semanas de vela das águas sul-americanas, a Búzios Sailing Week. Habitualmente corrida na semana santa, a competição reuniu 23 barcos de oceano, em seis categorias diferentes, de 21 a 51 pés, em duas regatas que levaram emoção ao balneário já cheio de turistas.

Na primeira do dia, que largou às 13h com ventos E/NE de 16 a 18 nós, o ‘Sorsa’ do comandante Celso Quintela venceu a primeira regata em águas nacionais corrida sob as regras de rating IRC. As regras de rating são uma fórmula que corrige o tempo dos barcos para que embarcações de diferentes tamanhos, tipos e velocidades possam competir juntas. "A IRC é usada nos principais torneios do mundo, é uma regra muito boa e democrática. Há muito tempo nós sentíamos a necessidade de oferecer ao velejador de oceano brasileiro esta possibilidade. E finalmente aconteceu aqui em Búzios com três barcos medidos: o Sorsa, o Saravah e o Duma", conta Alcino Moreira, Comodoro da ABVO - Associação Brasileira de Veleiros de Oceano.

O ‘Duma’, veleiro de Haakon Lorentzen, é uma atração à parte. O barquinho de 36 pés é todo feito em fibra de carbono e possui tudo o que há de mais moderno em termos de vleiros de oceano, incluinda a famosa quilha basculante que é usada em bólidos como so barcos da regata de volta ao mundo como VO70 e Open60. "para você ter uma ideia, só o bulbo da quilha representa mais da metade do peso do barco. Quando colocamos a quilha para o lado é o equivalente a ter 10 homens escorando na borda", entusiasma-se Haakon.

Na segunda regata do dia o ‘Sorsa’ venceu novamente, mas o fita-azul foi o único S40 presente em Búzios, o gaúcho ‘Crioula’. "Na segunda regata o pessoal do S40 chegou na nossa frente. Eles não estão competindo conosco na mesma regra, mas mesmo assim são uma referência na raia", declarou o medalhista de ouro em Moscou 1980 Edu Penido, tático do barco carioca. Já para o também tático do S40 gaúcho a velejada foi um treino de luxo. "Nós havíamos combinado com outros barcos da classe de vir a Búzios. No final, por diversos motivos, a galera acabou furando. Mesmo assim resolvemos vir porque a raia aqui é fantástica e as condições de velejo servem para entrosar cada vez mais nossa tripulação e ganhar mais horas de voo nos ventos fortes. Mesmo porque uma das etapas da Mitsubishi Sailing Cup vai ser aqui no ICAB", contou Samuel Albrecht.

Ventos fortes

O dia em Búzios foi do típico vento leste/nordeste com rajadas de até 22 nós (40 km/h) que caracteriza aquela que é considerada por Torben Grael a melhor raia do mundo para velejar. Em função disso houve algumas quebras e até um pequeno acidente com um tripulante que foi atingido pela retranca, a peça perpendicular ao mastro que fica embaixo da vela grande. "Foi só um susto e depois de um gelinho tudo ficou bem", garantiu Alain Joullié, Comodoro do ICAB - Iate Clube Armação de Búzios e anfitrião da festa.

Amanhã o torneio prossegue com a regata longa que contorna a paradisíaca península desde a praia dos Ossos, onde fica a sede do ICAB, até a praia de Geribá, no lado oposto.