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Marílson vai tentar o tri na Maratona de Nova York

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O fundista Marílson Gomes dos Santos, melhor brasileiro no atletismo nos Jogos Olímpicos de Londres (5º colocado) vai tentar o tricampeonato na Maratona de Nova York, no domingo (4/11), a partir das 12h40 (de Brasília). Marílson só conseguiu embarcar para Nova York na noite da quinta-feira (1/11) - o voo, inicialmente marcado para a terça-feira, foi cancelado em razão do fechamento dos aeroportos da região, provocado pela passagem do furacão Sandy.

"Os atrasos são sempre ruins, é menos tempo para a recuperação do desgaste da viagem e para a aclimatação", disse Marílson, que aproveitou o tempo até o embarque para descansar o máximo possível. "Em vista da situação, o descanso passou a ser a coisa mais importante, mesmo porque eu já treinei tudo o que podia", prosseguiu. "Se o período que eu teria para aclimatação em Nova York já era curto, ficou ainda menor. E a temperatura está por volta de 7 graus."

Marílson garantiu que "está tranquilo". "Tenho de estar. Sei que vou ter de trabalhar muito. No mais, é torcer para me sentir bem na hora da prova." Na verdade, o atraso na viagem e o que pode fazer na prova não preocupam tanto o fundista. "Estou mais apreensivo com a situação em Nova York. Não sei se a infraestrutura vai estar pronta para receber tanta gente", afirmou. Os organizadores, que confirmaram a realização da prova, esperam um número menor de participantes - dos 47 mil inscritos, 20 mil são estrangeiros, que podem encontrar dificuldade para chegar à cidade.

Para o técnico Adauto Domingues, também do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, vários competidores importantes, da Europa e da África, vão chegar a Nova York na mesma situação de Marílson. "Também vão ter pouco tempo de adaptação. Com isso, o nível técnico da prova deve cair", considerou Adauto.

O objetivo de Marílson em Nova York é fazer uma boa prova e brigar por pódio, o que, no seu caso, significa lutar pelo tricampeonato - foi vencedor em 2006 e 2008. "Eu não vou correr para melhorar tempo, mas sim por uma posição no pódio, uma boa classificação. Essa é uma maratona que sempre gera uma expectativa boa para mim, mas também é uma corrida em que muitas coisas acontecem, ainda mais com a situação da cidade este ano", disse. A melhor marca de Marílson em maratonas é 2h06min34, obtida na maratona de Londres, em 2011. No ano passado, o vencedor em Nova York foi o queniano Geoffrey Mutai, com 2h05min07, recorde da prova. Mutai não corre em Nova York este ano.

Marílson já correu seis vezes a Maratona de Nova York, sempre disputada no mesmo percurso, o que pode mudar desta vez por causa dos estragos causados pelo Sandy - as pontes que integram o caminho da maratona também foram fechadas. "É pena. O mesmo percurso acaba ajudando, porque eu sei onde está a parte mais difícil da prova, onde posso sofrer mais... A gente acaba se preparando para enfrentar as dificuldades do caminho até o Central Park", comentou. "Mas, na verdade, isso não é decisivo. Em maratona sempre, mas sempre mesmo, o atleta tem de estar bem no dia da competição."

O fundista aproveitou a preparação que fez na temporada para disputar Nova York, que será a sua terceira maratona este ano, o que não é comum - Marílson disputa apenas duas provas por temporada. "O foco principal para 2012 era a Olimpíada. Tive uma pequena lesão e treinei menos do que deveria para Londres. Precisei matar um leão por dia para ir aos Jogos. Dez dias depois da maratona recebi o convite dos organizadores de Nova York. Demorei um pouco para aceitar. Eu e o Adauto conversamos e decidimos aproveitar o que havíamos feito no ano para Londres e o fato de eu ter me desgastado menos nos treinos por causa da lesão", contou Marílson. "Eu nunca corro três provas numa temporada e este ano já corri duas maratonas, ambas em Londres."