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Recordes quenianos marcam Corrida de Rua em BH

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A terceira etapa do Circuito de Corrida de Rua, disputada na manhã do domingo (27/05), em Belo Horizonte, foi amplamente dominada pelos quenianos. Kiprop Mutai completou os 10 quilômetros em torno da Lagoa da Pampulha em 29m02 e baixou o recorde da prova na cidade em três segundos (a marca anterior era de outro queniano, Joseph Ngetich, de 2008). No feminino, a proeza de sua compatriota foi ainda maior: Flomena Daniel venceu com 33m17, um minuto a menos do que Sueli Pereira há quatro anos.

Recordes à parte, os brasileiros completaram os pódios. Marily dos Santos foi a vice-campeã e assumiu a liderança do ranking CBAt, mesma posição de Gilmar Silvestre Lopes. O terceiro colocado, Giomar Pereira da Silva, manteve a ponta no ranking. A quarta etapa do Circuito será disputada no próximo domingo (3/6), em Campo Grande.

"O percurso é rápido e o clima estava muito bom", resumiu a queniana Flomena, que chegou ao Brasil há três dias e fez sua estreia em provas de rua com sol e temperatura em torno de 18 graus. A atleta de 29 anos não se surpreendeu ao baixar em um minuto o recorde do percurso. "Fiz uma corrida normal e me senti bem. Tenho 32 minutos na distância em pista e 1h08m na meia maratona", completou a corredora, que deverá ficar mais três meses no Brasil.

Melhor brasileira, Marily dos Santos chegou zonza pelo esforço na reta final, mas estava feliz pelo ótimo momento da carreira. Neste ano, disputou 13 provas e venceu 11, incluindo a Maratona de Padova, na Itália, no dia 22 de abril, com 2h31m55, quase três minutos abaixo de sua melhor marca na distância. Ela também venceu a Meia Maratona da Ponte, no Rio de Janeiro, semana passada.

"Assumi a segunda colocação no terceiro quilômetro, mas no final a Edielza (terceira colocada) encostou e tive de forçar o ritmo, tanto que cruzei bem zonza", contou a alagoana, que fez sua estreia no Circuito e, com este resultado, assumiu a liderança do ranking CBAt, com 121 pontos, cinco à frente de Roselaine de Souza Silva, do Cruzeiro (que somou 14 pontos por ter sido a sétima melhor brasileira em Belo Horizonte).

Mutai correu com o tênis emprestado

Kiprop Mutai ganhou R$ 4 mil pela vitória em Belo Horizonte e mais R$ 1.500 por ter batido o recorde da prova. Parte deste dinheiro ele deve ao seu companheiro de equipe William Salgado Gomes, que emprestou o tênis. Quem conta é William, sorrindo muito:

"O Kiprop trouxe 2 pés esquerdos para Belo Horizonte e, como ele tinha mais chance do que eu, emprestei meu tênis, que ficou um pouco apertado para ele, pois era um número menor. Corri com um tênis emprestado do Coquinho (o treinador Moacir Marconi) e combinei com ele que, se fizesse abaixo de 31 (minutos), ele iria me contratar. Completei exatamente em 31m00 (11º colocado) e agora vou cobrar a contratação", relatou.

Independentemente do tênis apertado, Kiprop Mutai não foi ameaçado durante toda a prova. Assumiu a ponta na metade do percurso para vencer em 29m02. "Senti um pouco de calor, mas gostei do percurso", afirmou o corredor, que está no Brasil há três meses e conquistou sua sexta vitória. Sua melhor marca nos 10K é 28m30.

Gilmar Silvestre Lopes, o vice-campeão, ficou feliz com o resultado. "Gostei do percurso e me senti bem, pois consegui segurar a vice-liderança sem dificuldade", disse o atleta da Pé de Vento, de Petrópolis. Ele foi campeão da abertura do Circuito em Goiânia, e deve voltar a correr na etapa de Porto Alegre, no início de setembro. "As outras etapas acontecem em cidades de calor muito forte", alegou, referindo-se a Campo Grande, Fortaleza e Recife, as próximas corridas do Circuito.

Baiano do Cruzeiro, Giomar Pereira da Silva, terceiro colocado, cruzou extenuado e logo arrumou um canto para sentar. "O ritmo foi muito forte e cai para nono lugar logo depois da metade do prova. Aí tive de forçar demais nos últimos 800 metros para me recuperar", contou animado: o resultado lhe valeu a manutenção da liderança do ranking, com 138 pontos, 22 à frente de José Márcio Leão, também do Cruzeiro, que foi apenas o oitavo melhor brasileiro neste domingo. "Agora, vou com tudo para Campo Grande e lutarei bastante para conquistar o pentacampeonato brasileiro no final do ano", completou.

Resultados

Masculino
1- Kiprop Mutai (Quênia/Luasa) - 29m02 - novo recorde
2- Gilmar Silvestre Lopes (Pé de Vento/CAIXA) - 29m41
3- Giomar Pereira da Silva (Cruzeiro/CAIXA) - 29m46
4- Cosme Ancelmo de Souza (Appai/marinha) - 29m53
5- João Ferreira de Lima, o "João da Bota"(Cruzeiro/CAIXA) - 30m00
6- Luís Paulo da Silva Antunes (Luasa) - 30m15
7- Flávio Henrique Guimarães Andrade (Pé de Vento/CAIXA) - 30m20
8- Antonio Wilson Sousa Lima (Gran Cursos/CAIXA) - 30m32
9 - José Márcio Leão da Silva (Cruzeiro/CAIXA) - 30m37
10- Joseph Aperumoi (Quênica/Luasa) - 30m56

Feminino -
1- Flomena Cheych Daniel (Quênica/Luasa) - 33m17 - novo recorde
2- Marily dos Santos (Mizuno/Multsport) - 35m20
3- Edielza Alves dos Santos Guimarães (Grancursos/CAIXA/Pindamonhangaba) - 35m26
4- Camila Aparecida dos Santos (Sesi/HF Treinamento) - 35m30
5- Vanda Carneiro Chagas (Agel Ajax/Grancursos/CAIXA) - 35m51
6- Maria Zeferina Baldaia (CAIXA/Ascoruse) - 36m03

Cachorro Sargento Polaco é atração mais uma vez

Na festa dos amadores, o destaque deste domingo foi, mais uma vez, o labrador Sargento Polaco. O cachorro de apenas 4 anos de vida completou sua 102a corrida. Ele e seu dono, Clarindo Alves dos Santos, foram os últimos colocados da prova, terminaram os 10 k em 1h35m42, mas foram festejados durante o caminho inteiro pelos outros corredores e populares que assistiram a prova na Lagoa da Pampulha.

Antes de começar o evento, Sargento Polaco tirou fotos com todo mundo, sempre dócil e obediente ao comando de Clarindo.

Quem também foi bastante assediada foi Karolina Cordeiro e seu filho Pedro, de 5 anos. Ela correu em Uberlândia, sua cidade, para chamar a atenção sobre a doença rara do menino e acabou recebendo grande cobertura da mídia. "Recebi muitos e-mails de pais de crianças especiais dizendo que minha atitude foi importante para motivá-los a sair mais com seus filhos, levando-os para passear ou praticar esportes. Isso tudo me emocionou muito e por isso resolvi vir a Belo Horizonte correr novamente", contou Karolina.

Em outubro, ela viajará novamente para Washington, nos Estados Unidos, para dar continuidade ao tratamento de Pedro, portador da Síndrome de Aicardi-Goutières (SAG), uma doença que impede os movimentos, com apenas 50 casos documentados no mundo.

Claudinei Quirino, padrinho da etapa

Medalhista de prata no revezamento 4x100m dos Jogos Olímpicos de Sydney/2000, o velocista Claudinei Quirino foi o padrinho da etapa de Belo Horizonte do Circuito CAIXA. O ex-velocista fez palestra em Contagem, na sexta-feira, e participou da prova neste domingo, dando a largada e fazendo a premiação dos destaques.

Mais importante competição de corridas de rua do País, o Circuito CAIXA conta com a chancela da CBAt. Distribuídas por nove Estados, suas 11 etapas somam pontos para o ranking brasileiro de corredores de rua. Os dez primeiros colocados no ranking, no masculino e no feminino, garantem o patrocínio da CAIXA para 2013.

O Circuito de Corridas da CAIXA é uma realização da HT Sports, com patrocínio da CAIXA Econômica Federal e co-patrocínio da Centauro. Em Belo Horizontev teve ainda o apoio da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e da Unimed BH, além da supervisão técnica da CBAt e da Federação de Atletismo de Belo Horizonte.

Mais informações em www.circuitocaixa.com.br / http://twitter.com/circuitocaixa

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Local da Comunicação - Juliana Leite
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