A Seleção Brasileira Feminina de Rugby Sevens mostrou determinação tática na segunda etapa do Circuito Mundial, finalizada no sábado (2/3) à noite em Houston, nos Estados Unidos. As tupis conquistaram a Taça de Bronze da competição, o que colocou o Brasil na 10ª colocação na classificação geral do torneio. A competição reúne as 12 melhores equipes da atualidade e o título na cidade norte-americana ficou com as inglesas, que venceram as donas da casa na final por 29 a 12. A Nova Zelândia, que perdeu para a Austrália por 12 a 17 na disputa de terceiro lugar, segue na liderança geral do torneio com 34 pontos acumulados.
As brasileiras e as argentinas (essas últimas, convidadas somente para essa etapa) são as únicas seleções amadoras da competição. As tupis começaram o torneio jogando contra as fortes e tradicionais seleções de Rússia (27 a 0), Austrália (22 a 0) e Japão (17 a 12). O Brasil chegou a igualar o jogo contra as japonesas, mas não conseguiu pontuar mesmo mantendo superioridade de posse de bola. Após reuniões com o staff técnico, as brasileiras voltaram focadas para as partidas de sábado e melhoraram o desempenho. Nas semifinais da Taça de Bronze, vitória por 27 a 0 sobre a Argentina e na final 12 a 7 para o Brasil diante do Japão.
"Tivemos uma evolução interessante em relação a primeira etapa em Dubai. Enfrentamos equipes tecnicamente superiores em relação ao evento passado. No torneio, apenas três times contavam com o mesmo nível que o Brasil. Cumprimos a nossa meta de diminuir a diferença no placar contra adversários de alto nível, como aconteceu contra Austrália, campeã mundial, e Rússia. Já contra o Japão os dois resultados mostraram que o confronto está bem equilibrado. Mostramos um jogo mais sólido e o grupo está começando a colher os frutos do trabalho de seis meses que iniciamos com a comissão técnica do Crusaders", avaliou João Nogueira, manager da seleção brasileira.
Agora as tupis direcionam todos os seus esforços para o Campeonato Sul-Americano, que será realizado de 23 a 24 de fevereiro, no Rio de Janeiro. As brasileiras irão defender uma invencibilidade de oito anos e o nono título classifica o Brasil para as próximas etapas do Circuito Mundial, sediadas na China e na Holanda, e também para a disputa da Copa do Mundo de Rugby Sevens, que ocorre em junho, na Rússia.
"As brasileiras estão de parabéns, firmando-se no top-10 mundial com uma seleção amadora. Os demais paises implementarão seleções profissionais permanentes e temos que seguir esse exemplo, assegurando recursos financeiros para as atletas. Assimilou-se o sistema de jogo ao tornar-se a quinta melhor seleção em volume e posse de bola, entretanto, falta velocidade para definição de jogadas e pontuação. Precisamos, agora, agregar atletas de alto rendimento de outras modalidades que nos deem essa velocidade", comentou Sami Arap, presidente da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu).