Em reunião na madrugada deste sábado (7/5), em São Petersburgo, na Rússia, o Conselho da Federação Internacional de Vela (Isaf) decidiu manter decisão anterior, que exclui a classe Star dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados nos Rio de Janeiro. Da Itália, onde se prepara para a disputada do Olympic Garda, a partir desta quarta-feira (11/5), Robert Scheidt, prata na Star na Olimpíada de Pequim, em 2008, afirmou estar desapontado. "Não há muito o que falar. Eu e o Bruno (o proeiro Bruno Prada) ficamos muito tristes com a decisão, que é muito mais política do que técnica. Ela frustra as expectativas brasileiras de ver a Star de volta aos Jogos."
Segundo o velejador, ainda existe uma possibilidade, mesmo que remota, da reinclusão da 11ª medalha no programa da vela para 2016. "Isso pode ocorrer a pedido do Comitê Organizador do Rio/2016. A avaliação do pedido ficaria para novembro." A volta da 11ª medalha, porém, implicaria diminuir o número de atletas nas outras classes da vela. "Em Olimpíadas, existe um limite de atletas por modalidade. Se não me engano, na vela são 450. Se diminuísse o número de velejadores nas outras classes, haveria espaço para os da Star sem que fosse preciso excluir nenhuma disciplina", diz Scheidt.
A exclusão da classe, segundo o velejador, não deixa de ter fundo político. "Como a Star não tem grande representatividade em países da Ásia, na Austrália e Nova Zelândia, a área da Oceania, eles preferem barcos mais simples. Além disso, a Isaf busca veleiros rápidos, que atraiam a mídia e os jovens. Mas excluir a Star é um erro tremendo. É a classe mais antiga do programa olímpico, caminho natural de campeões em outras classes, e a preferida de grandes velejadores brasileiros. A disputa da Star no Rio de Janeiro certamente atrairia muito interesse", argumenta Scheidt.
A Star é a classe mais antiga do programa olímpico - está presente desde 1932. Chegou a ser retirada dos Jogos em 1997, mas não chegou a ficar fora de nenhuma Olimpíada, porque foi recolocada no ano seguinte. "O Comitê Olímpico Internacional (COI) tem a última palavra e a Star foi disputada nos Jogos de Sydney, em 2000", lembra Scheidt. "Por enquanto, vamos nos concentrar nos Jogos de Londres, em 2012, que já estão bem próximos", finaliza.