Simone Alves da Silva, fundista do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, que ganhou evidência ao ser a vice-campeã da última São Silvestre, voltou a se destacar no atletismo brasileiro. Simone quebrou o recorde sul-americano dos 5.000 m em pista, baixando em 3s14 a marca que já durava 18 anos, nesta sexta-feira (20/5), no Desafio Internacional Olímpico, na estreia da pista do Estádio Ícaro de Castro Melo, em São Paulo. Marílson Gomes dos Santos, seu companheiro no Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, venceu os 10.000 m em 28min09s24 e garantiu índice para os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México, em outubro.
Simone venceu, com folga, os 5.000 metros, em 15min18s85, estabelecendo novo recorde sul-americano para a distância. A marca anterior, de 15min22s01, pertencia a Carmem de Oliveira, feita em Hechtel, na Bélgica, em 31 de julho de 1993. Fabiana Cristine da Silva, também do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, ficou em segundo lugar com a marca de 15min55s97. "O Adauto fez um apronto para eu tentar o recorde. Graças a Deus deu certo. Já vinha tentando os 5 mil em pista, às vezes chegando muito perto da marca. Venci com muita diferença", disse a baiana, de Morro do Chapéu, que tem 27 anos, 1,53 m e 41 kg.
Simone observou que vinha procurando correr com as estrangeiras em outras provas, para ser mais competitiva. "Mas não adiantou. Tive de correr o tempo todo sozinha, sem ninguém ameaçando. O clima aqui está bom. Gosto mais assim, é mais propício para correr em pista. Prefiro competir de noite. De manhã, não corro bem. Hoje estava inspirada e não me cobrei e nem me forcei. Faz pouco tempo que consegui o índice para o Pan, ou seja, estou em uma boa fase", afirmou Simone, que já tem índices para integrar a seleção brasileira no Pan de Guadalajara, em outubro, nos 5.000 m e nos 10.000 m. "Pensei em tentar o índice para o Mundial (15min12s02), mas o braço começou a travar. Se entrar numa prova mais competitiva, acho que consigo o índice", completou.
O técnico Adauto Domingues disse que estava na expectativa que Simone estabelecesse o recorde. "Ela fez 15min27 há um mês. Ela mereceu pois se dedica muito e é focada nos objetivos. Vamos ver se arranjamos umas provas lá fora,
para ela ser mais exigida. Ela tem que saber como é perder, tomar uma volta. Ela está bem empolgada", disse Adauto.
Índice para o Pan
Marílson Gomes dos Santos, também do Clube de Atletismo BM&FBOVESPA, garantiu índice para o Pan-Americano ao vencer os 10.000 m em 28min09s24, no dia em que seu filho Miguel, com a também corredora Juliana, completou 3 meses. "Estou me sentindo melhor, mais descansado, apesar de acordar duas, três vezes por noite, do que antes do nascimento do Miguel", disse. Adilson Alves Dolberth, companheiro de Marilson na BM&FBOVESPA, ficou com a medalha de bronze (29min28s76), atrás de Gladson Barbosa (29min27s96).
Marilson, que é o recordista sul-americano dos 10.000 m em pista (27min28s12), disse que o tempo desta sexta-feira (20/5) foi o melhor de sua carreira em São Paulo. Vem de provas duras e vai tirar uma semana para descansar. O técnico Adauto Domingues confirmar que disputar o Mundial de Daegu, na Coreia, está fora de questão para Marílson. O fundista correrá os 10.000 m em pista no Pan e fará uma maratona rápida, no segundo semestre, visando garantir o índice para os Jogos Olímpicos de Londres/2012. "Guadalajara é uma cidade difícil por causa da altitude. Vão ser provas duras para os brasileiros", disse Marílson. "Vai ser uma prova rápida, ele vai ser exigido e isso é bom se estamos pensando em correr rápido no segundo semestre", acrescentou Adauto.
Foi a primeira vez que Marílson correu os 10 mil metros em pista na temporada. Mas já havia mostrado que está em boa fase. No último domingo (15/5), venceu os 10 Km Tribuna FM-Unilus com 27min59, batendo o recorde da prova, que era de 28min01 e pertencia a Vanderlei Cordeiro de Lima, padrinho da equipe BM&FBOVESPA, desde 1997.
Nesta temporada, Marílson já estabeleceu a melhor marca de sua carreira na Maratona de Londres, em abril - 2h06min34, baixando em mais de dois minutos seu recorde pessoal de 2h08min37, que era de 2007. Foi 8º, mas com o bom tempo de 1h01min23, na Meia Maratona de Nova York (21,097 km). E venceu a Meia Maratona de São Paulo, com recorde da competição (1h03min12), em fevereiro.
Marílson é o principal nome das provas de fundo no Brasil e tem projeção internacional. É bicampeão da Maratona de Nova York e tricampeão da Corrida Internacional de São Silvestre. Detém os recordes sul-americanos dos 5.000 m (13min19s43) e dos 10.000 m (27min28s12) em pista. Detém também as melhores marcas do continente nas provas de rua de 10 Km, 15 km, 20 km e Meia Maratona.