O velocista Cesar Cielo voltou a ser rápido e levou a medalha de ouro também nos 100 m livre, em 48s70, recorde do campeonato e terceiro melhor tempo do mundo este ano, no último dia de disputas da natação no Sul-Americano de Esportes Aquáticos de Belém (PA), na piscina do parque aquático da Uepa/Esef, no sábado (17/3). Cielo, nadador do Flamengo, havia nadado a prova uma única vez este ano, no GP do Missouri, e tinha a marca de 49s51, a 29º do ano. Subiu para terceiro, num momento em que ainda treina pesado e não tem sua velocidade total.
Cielo voltou para a piscina para nadar o revezamento 4x100 m livre do Brasil. Foi o terceiro a cair na água, depois de Gláuber Silva e Bruno Fratus para abrir grande vantagem e entregar na frente para Henrique Rodrigues fechar em 3min20s07, recorde do campeonato e medalha de ouro. Foi o segundo ouro de Cielo no último dia de competição e o quinto no Sul-Americano. Cielo também venceu os 50 m livre (21s85) e os 50 m borboleta (23s26), nas duas provas com o melhor tempo do mundo, e ainda ajudou na conquista do título com o revezamento 4x100 m medley.
Fez um balanço positivo da disputa. "Fiquei muito satisfeito com essa competição. Queria fazer os 100 m em um tempo entre 48s6, 48s7, e foi em cima da pinta, muito bom. É sinal que o trabalho está dando muito certo. É importante criar confiança para nadar bem em Londres", disse Cielo, que deseja chegar mais rápido ao Troféu Maria Lenk, de 24 a 28 de abril, no Rio de Janeiro. "Quero chegar ao Maria Lenk, vamos dizer, que em 90% da forma - deixar os 100% para a Olimpíada mesmo - e continuar nessa progressão para chegar bem afinado, bem rápido, na Olimpíada." Cielo também comemorou a dobradinha com o brasileiro Bruno Fratus (49s69), uma repetição dos 50 m, assim como a medalha de bronze, que ficou com o argentino Federico Gabrich (49s77).
Nas eliminatórias, pela manhã, Cielo nadou os 100 m livre em 50s13. Os melhores tempos foram do venezuelano Cristian Quintero (50s05) e do uruguaio José Alvez. Cielo disse que estava cansado, mas que, à noite, queria nadar a prova na casa dos 48 segundos. Largou na raia 2, mas, como sempre, teve uma boa saída do bloco, nadou rápido, mas controlando os primeiros 50 metros, e voltou na frente nos últimos 50, com grande vantagem sobre os rivais para fechar a prova em 48s70.
O técnico Alberto Silva, o Albertinho, de Cielo e do Projeto Rumo ao Ouro em 2016, o PRO 16, disse que os objetivos na competição foram cumpridos. "O Sul-Americano era uma competição preparatória. Treinamos normalmente até a véspera, fizemos musculação, mas eu queria que eles se pressionassem, que dessem algo a mais e o parâmetro era o ranking. Deu tudo certo. Eu queria que ele desse uma crescida no ranking e a meta foi cumprida à risca - ficar em primeiro do mundo nos 50 m livre e em terceiro nos 100 m livre", avaliou Albertinho.