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Resultado de Thiago pode motivar natação brasileira

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A natação, modalidade que abre o calendário das competições olímpicas, já rendeu uma medalha ao Brasil em Londres: prata de Thiago Pereira nos 400 m medley, no último sábado. O segundo lugar surpreendeu Gustavo Borges, considerado um dos maiores nomes do esporte brasileiro. Para o medalhista olímpico, o especialista em medley entra motivado na sua prova preferida, os 200 m medley. A prova será disputada na quinta-feira (2) no Aquatic Center. Outras apostas de medalha para o Brasil, na avaliação de Gustavo Borges, são Cesar Cielo (50 m e 100 m livre) e Bruno Fratus (50 m livre).

Abaixo segue o artigo de Gustavo Borges analisando os primeiros dias da natação em Londres:

Varias surpresas nestes primeiros dois dias de natação. Fiquei muito feliz com a medalha do Thiago Pereira. Realmente uma surpresa agradável, pois o pódio que estava mais próximo era nos 200 metros medley. Ele nadou os quatro estilos em 4min08s86 e só perdeu para Ryan Lochte. Isso aumenta a confiança para o restante da competição, principalmente para a prova dos 200 medley, que será disputada nesta quinta-feira.

O norte-americano Michael Phelps não nadou bem no sábado e nem pódio pegou. Porém, o papa tudo de medalhas olímpicas fez uma boa parcial no revezamento 4x100 livre neste domingo (29), quando os Estado Unidos saíram com a prata. O ouro ficou com os franceses. Isso leva a crer que Phelps está bem para as provas mais curtas. Como acontece com certa frequência, atletas consagrados acabam tendo dificuldades em suas segundas ou terceiras Olimpíadas. No caso do norte-americano, ele fez de tudo no esporte e encerra sua participação nesta edição.

Além de Phelps, vários nomes importantes sequer conseguiram subir ao pódio, entre eles Stephane Rice, Kosuke Kitajima e Laszlo Cseh. Atletas novos entram no cenário e fazendo coisas espetaculares, especialmente os 400 m medley feminino com uma parcial nos 100 livre de masculino. A atleta chinesa Ye Shiwen fechou a prova mais rápido do que Ryan Lotche. Impressionante!

Os recordes voltaram a cair. Diminui a questão dos maiôs tecnológicos que tanto escutamos nos últimos anos. Emoção, como não poderia ser diferente, temos muitas. Nos 4x100 livre sempre me emociono, pois já estive nesta prova (bronze em Sydney/2000).

O atleta francês Yannick Angel, que fechou o revezamento 4x100, foi o grande vencedor da segunda-feira (30). Nos 200 livre, Agnel levou o ouro mostrando a boa fase. Lochte fica de fora do pódio e isso pode ser boa notícia para Thiago Pereira.
Nas minhas projeções, já comecei errando. Por isso mesmo que chamamos projeção, pois ninguém ganha de véspera. Thiago nos 400 medley foi surpresa, Felipe França ficando fora das finais também, aliás com o melhor tempo dele já ficaria muito próximo da medalha de bronze. Seu grande adversário nos 50 peito, o sul-africano Cameron van der Burgh, foi o grande campeão dos 100 peito com recorde mundial (58s46).

Depois do primeiro dia tivemos participações não muito boas em termos de finais e semifinais, mas teremos muitas outras perspectivas ainda vindo nesta olimpíada. Um exemplo é o 100 m livre com Cesar Cielo. Os australianos não foram bem no revezamento e isso abre ainda mais o leque de possibilidades para o brasileiro. Entra no páreo o francês Agnel, que está em excelente fase. Porém, nos 50 livre, o Cesão ainda é o favorito ao ouro e o Bruno Fratus pode medalhar.

Futuro promissor - O medalhista olímpico Gustavo Borges relata também que o Brasil terá ainda mais resultado em 2016, no Rio de Janeiro. O atleta acredita que a nova geração da modalidade tem talento suficiente para brilhar. "Depois de Londres haverá uma renovação natural, mas as previsões são animadoras. Clubes como o Pinheiros, o Minas e o grupo de treinamento P.R.O. 2016 investem cada vez mais no alto rendimento e as categorias de base estão ganhando gradativamente mais incentivo. Com isso, a modalidade que já é sinônimo de medalhas, terá a continuidade de um trabalho qualificado, levando o Brasil ao lugar mais alto do pódio nas principais competições internacionais", finaliza.

Na história olímpica, o Brasil soma agora 12 medalhas na natação. Foram quatro de prata e sete de bronze. A única de ouro foi com Cesar Cielo, nos 50 m livre, em 2008, na China.

As medalhas olímpicas de Gustavo Borges:
Prata - 100m livre em Barcelona/1992
Prata - 200m livre em Atlanta/1996
Bronze - 100m livre em Atlanta/1996
Bronze - 4x100m livre em Sydney/2000