Depois de uma manhã sem brilho, o atletismo brasileiro conquistou seus primeiros resultados significativos nos Jogos Olímpicos Londres 2012 na noite desta sexta-feira, 3 de agosto, no Estádio Olímpico. Rosângela Santos garantiu uma vaga na semifinal na prova dos 100m rasos, a mais rápida do esporte, com a marca de 11s07. No entanto, o grande destaque foi o saltador Mauro Vinícius da Silva, o Duda. O atleta classificou-se para a final do salto em distância em primeiro lugar, com a marca de 8m11, empatado com o americano Marquise Goodwin. A decisão será neste sábado, às 19h55 (15h55, horário de Brasília).
Sem se afetar com o barulho ensurdecedor provocado pelos 80 mil espectadores que lotaram o Estádio Olímpico, Duda mostrou a que veio logo na primeira tentativa: marcou 8m07, a três centímetros da distância que garantiria automaticamente uma vaga na final, e se pôs entre os líderes. No segundo salto, a vaga foi finalmente confirmada: cravou 8m11, igualou o resultado de Goodwin e se deixou ao luxo de se poupar da terceira chance.
Exultante depois da façanha na eliminatória, Duda fez questão de lembrar que o mais difícil está por vir, mas sabe que uma medalha olímpica não é tarefa impossível. “Estou muito contente, mas amanhã o bicho vai pegar. Vou ter que me superar para ficar mais contente ainda”, afirmou. Para o saltador brasileiro, é necessário ainda melhorar cerca de vinte centímetros para brigar por medalha. “Alguns atletas que estão aqui têm saltado isso já há algum tempo e imagino que alguns deles tenham se poupado um pouco para não ficar no foco. Minha melhor marca é 8m27 e eu vou ter que me superar para o pódio”.
Mais cedo, Rosângela Santos garantiu uma vaga entre as 24 mulheres mais velozes do mundo com a segunda colocação na sexta eliminatória do dia. A marca de 11s07 seria o novo recorde sul-americano, caso a velocidade do vento não estivesse a 2,2m/s – tempos obtidos com o vento acima de 2m/s não são homologados. As semifinais que definem as oito finalistas serão disputadas neste sábado, às 19h35 (15h35, horário de Brasília).
Para Rosângela, é necessário diminuir a marca para conquistar um lugar na final. “Para ficar entre as oito, tenho que correr abaixo de 11s, talvez 10s90...”, analisou. A velocista diz que é possível melhorar ainda a marca e vê espaço para evolução na largada. “Hoje, eu não saí bem. Minha largada não foi tão rápida quanto as das outras atletas. Mas mantive a calma e consegui reagir a tempo. Mas sei que a semifinal não vai admitir esse tipo de falha”.
Última brasileira a se apresentar, Andressa Oliveira não conseguiu o mesmo desempenho que teve na atual temporada, quando chegou a marcar 64m21, e ficou apenas com a 16ª posição no lançamento do disco, com 60m94. A marca não foi suficiente para obter a classificação para final – a distância de corte foi 62m47.