Campeã mundial em 2011, Fabiana Murer não alcançou a classificação para a final do salto com vara, na manhã deste sábado, 4, no Estádio Olímpico de Londres. A brasileira falhou nas três tentativas de ultrapassar o sarrafo posto a 4m55 e terminou com a 14ª posição, eliminada da competição. Mais cedo, o velocista Nilson André ficou com a 28ª colocação na fase classificatória dos 100m rasos, com 10s26, e ficou a apenas quatro centésimos da semifinal.
Em uma manhã com tempo inconstante, Fabiana Murer tomou a decisão de começar a participar da eliminatória já com o sarrafo em 4m50, mesma altura da bicampeã olímpica Elena Isinbaeva. Depois de falhar na primeira tentativa, a brasileira foi bem-sucedida na segunda chance. No entanto, 13 outras atletas mantinham a mesma marca – a final tem apenas 12 vagas. Com o sarrafo elevado em cinco centímetros, a nova rodada foi ultrapassada justamente por 12 competidoras – Murer ficou fora.
Depois de esbarrar no sarrafo a 4m55 nas duas primeiras tentativas, Murer correu para o último salto. Sentiu um vento forte contrário, perdeu a confiança e decidiu parar. Tinha então alguns segundos para saltar – cada atleta tem direito a um minuto por tentativa. Esperou o vento diminuir sem sucesso. Contra o tempo, começou a correr mais uma vez, mas a instabilidade a fez desistir. “Não teria como passar pela altura. O vento estava muito forte e a minha vara não era a mais adequada para enfrentá-lo. Corria o risco de me machucar”, explicou.
Depois do drama nos Jogos Olímpicos de Pequim, em que uma vara de salto sumiu, Murer enfrentou a frustração com tranquilidade. “É claro que estou chateada, mas isso faz parte do esporte. Às vezes, a classificatória é mais difícil do que a própria final pela pressão”, afirmou. A atleta revelou ainda que não está completamente adaptada a uma nova técnica que adotou para tentar saltar mais alto. “Estou com um novo estilo para buscar saltos mais altos, mas ele não está tão firme e constante. Às vezes, atinjo uma altura muito boa, outras vezes não consigo passar. Não tenho tanto ritmo de salto e nem controle do que estou fazendo como antes”.
A frustração de Murer contrastava com a serenidade de Nílson André. Mesmo fora das semifinais dos 100m rasos, o velocista ficou feliz com o tempo – o melhor obtido neste ano – e disse que ficou ainda mais confiante para a disputa do revezamento 4x100m, marcada para o próximo sábado, 11. “A pista é ótima, muito veloz. Foi a melhor em que já corri. Foi bom já ter corrido hoje para entrarmos ainda mais forte no revezamento. Acho que dá para brigar com um bronze, junto com Trinidad e Tobago”, disse, referindo-se ao evidente favoritismo de Jamaica e Estados Unidos.