"Na próxima vou correr com colete à prova de bala". Foi assim, de excelente humor apesar do abandono causado pela sucessão de toques recebidos que provocou a quebra da suspensão esquerda traseira no meio da prova, que Rubens Barrichello analisou a sua segunda corrida na Stock Car. Rubinho foi um dos destaques da 11ª e penúltima etapa da temporada ao partir da 8ª posição no Autódromo Internacional Nelson Piquet, mas pagou o preço do aprendizado do ritmo frenético imposto por alguns competidores desde a largada. A vitória foi de Max Wilson (RC), quebrando um jejum de mais de dois anos.
A resposta de Rubinho foi motivada pela pergunta sobre o clima que espera encontrar no fechamento do calendário, que pagará o cobiçado prêmio de R$ 1 milhão ao vencedor. Afinal, se numa etapa regular os choques se sucederam, é natural imaginar que a disputa pela bolada seja ainda mais acirrada. Rubinho, no entanto, fez questão de considerar os toques como uma nova fase do aprendizado e louvar a evolução verificada no Distrito Federal. "Foi um fim de semana muito legal, no qual melhorei minha posição de largada. A corrida foi muito movimentada, mas não tenho de levar para o lado negativo das situações que aconteceram. Mas fui indo para trás devido às pancadas. Foi uma situação difícil porque o pessoal estava agitado e a minha suspensão quebrou por que se fragilizou de tantas batidas. É uma pena porque foi minha segunda corrida aqui. Eu melhorei, mas ainda vou ter de entender como esse é o ritmo de corrida. Tentar desviar, porque tem alguns que dão mais trabalho que os outros em termos de pancada, e procurar melhorar em São Paulo."
Barrichello admitiu a surpresa com o elevado número de toques numa posição no grid onde supostamente as chances de incidentes seriam menores. Em Curitiba, na estreia no mês passado, o piloto da Equipe Medley/Full Time saiu no meio do pelotão. "Eu não acha que seria assim. Mas em duas voltas perdi acho que dez posições por causa das pancadas. Mas quero olhar isso como uma coisa da natureza dessas corridas. Aprender a deixar o carro intacto, porque essas pancadas têm quebrado muito o carro. Na corrida passada fechou o escapamento, nessa a suspensão quebrou com tudo", lembrou.
Sucesso de público tanto no grid, onde saiu os torcedores das arquibancadas com a tradicional sambadinha, como na visitação aos boxes, Barrichello teria outro compromisso no início da noite em São Paulo. Como convidado especial, assistiria ao encerramento de mini-turnê paulistana de Roberto Carlos. "Vou ver se ele aparece na Corrida do Milhão", disse. O companheiro de equipe Xandinho Negrão não teve melhor sorte na prova: penúltimo no grid, Xandinho andou sempre fora da zona de pontos e nem completou as 42 voltas, encostando o carro nos boxes no finalzinho. "Parece que o motor perdeu rendimento e os freios acabaram no mesmo momento", justificou.
Os resultados deixaram o campeonato completamente em aberto, já que vários pilotos têm chances de chegar ao título na última etapa, especialmente porque a pontuação será dobrada.
O resultado da prova:
1 - Max Wilson - Eurofarma RC - Chevrolet - 41 voltas em 41min43s118
2 - Ricardo Mauricio - Eurofarma RC - Chevrolet - a 3s126
3 - Nonô Figueiredo - Mobil Super Pioneer Racing - Chevrolet - a 4s545
4 - Rodrigo Sperafico - Prati-Donaduzzi Racing - Peugeot - a 6s753
5 - Luciano Burti - Itaipava Racing Team - Peugeot - a 7s708
6 - Átila Abreu - Mobil Super Pioneer Racing - Chevrolet - a 9s385
7 - Daniel Serra - Red Bull Racing - Chevrolet - a 11s744
8 - Ricardo Zonta - Linea Sucralose - Chevrolet - a 13s332
9 - Cacá Bueno - Red Bull Racing - Chevrolet - a 15s125
10 - Valdeno Brito - Shell Racing - Peugeot - a 15s924
11 - Ricardo Sperafico - Prati-Donaduzzi Racing - Peugeot - a 17s174
12 - Diego Nunes - Hot Car Competições - Chevrolet - a 22s167
13 - Lico Kaesemodel - RCM Motorsport - Chevrolet - a 23s113
14 - Giuliano Losacco - Shell Racing - Peugeot - a 27s258
15 - Tuka Rocha - BMC Racing - Chevrolet - a 29s620
16 - Denis Navarro - Vogel Motorsport - Chevrolet - a 30s284
17 - Vitor Meira - Officer ProGP - Chevrolet - a 31s804
18 - Popó Bueno - Linea Sucralose - Chevrolet - a 36s416
19 - Tony Kanaan - Bassani Racing - Peugeot - a 39s722
20 - Julio Campos - Carlos Alves Comp. - Peugeot - a 43s761
21 - Thiago Camilo - RCM Motorsport - Chevrolet - a 43s946
22 - Duda Pamplona - Officer ProGP - Chevrolet - a 43s961
23 - Raphael Matos - Bassani Racing - Peugeot - a 44s148
24 - Allam Khodair - Vogel Motorsport - Chevrolet - a 45s119
25 - Antonio Pizzonia - Comprafacil Nascar JF - Peugeot - a 45s500
26 - David Muffato - Itaipava Racing Team - Peugeot - a 47s132
27 - Patrick Gonçalves - Carlos Alves Comp. - Peugeot - a 50s072
28 - Xandinho Negrão - Medley Full Time - Peugeot - a 3 voltas
Não completaram:
29 - Eduardo Leite - Hot Car Competições - Chevrolet - a 14 voltas
30 - Galid Osman - BMC Racing - Chevrolet - a 22 voltas
31 - Rubens Barrichello - Medley Full Time - Peugeot - a 22 voltas
32 - Pedro Boesel - Comprafacil Nascar JF - Peugeot - a 38 voltas
Campeonato:
1 - Cacá Bueno - 159
2 - Átila Abreu, Daniel Serra e Ricardo Maurício - 149
5 - Max Wilson - 138
6 - Valdeno Brito - 136
7 - Nonô Figueiredo - 130
8 - Thiago Camilo - 113
9 - Allam Khodair - 112
10 - Julio Campos e Luciano Burti - 101
12 - Denis Navarro - 76
13 - Galid Osman - 72
14 - Lico Kaesemodel - 65
15 - Diego Nunes - 61
16 - Antônio Pizzonia - 59
17 - Ricardo Zonta - 57
18 - Duda Pamplona e Marcos Gomes - 56
20 - Ricardo Sperafico - 51
21 - Rodrigo Sperafico - 47
22 - Vitor Meira - 45
23 - David Muffato - 39
24 - Xandinho Negrão e Giuliano Losacco - 33
26 - Pedro Boesel - 31
27 - Felipe Maluhy - 28
28 - Popó Bueno e Tuka Rocha - 27
30 - Eduardo Leite - 20
31 - Alceu Feldmann - 9
32 - Patrick Gonçalves - 4
33 - Diego Freitas - 3
34 - Bruno Junqueira E Tony Kanaan - 2