Depois de Rubens Barrichello, Tony Kanaan e Rafa Matos, a Corrida do Milhão, última e decisiva etapa da Stock Car, ganhou outro importante nome com longa e vitoriosa carreira internacional. Desta vez quem desembarca no Brasil como piloto-convidado para participar do encerramento da temporada 2012 é Helio Castroneves. Três vezes ganhador das 500 Milhas de Indianápolis (2001, 2002 e 2009), a mais tradicional prova do automobilismo mundial, Helinho vai correr pela Shell Racing. Ele desembarca no Brasil no dia 4, quando conhecerá os membros da escuderia, que também é sua patrocinadora na Fórmula Indy, faz um treino extra na quinta-feira, dia 6, e na sexta já entra novamente na pista para os treinos livres.
``Minha conversa para correr uma prova na Stock Car começou no ano passado, depois de ver que na Austrália eles convidam um piloto de fora para fazer parceria com um que corre a temporada toda. Falei com o Carlos Col (membro do Conselho da Vicar) e somente agora foi possível. Será uma experiência bem diferente``, disse Helinho.
Apesar de nunca te andado num carro da Stock Car, sua ligação com a categoria tem muito tempo. Foi vendo os pilotos antigos andarem em Interlagos que ele pegou gosto pelo automobilismo. Pouco depois, seu pai foi dono de equipe na categoria, algo que Helinho repetiu entre 2004 e 2006 na Nars-Castroneves Racing, e agora vai realizar o sonho de pilotar um carro totalmente diferente do monoposto com o qual enfrenta os velozes e temidos ovais norte-americanos.
``O que sei do Stock Car é que é um carro difícil de ser guiado, com pouca visibilidade, ainda mais para quem está acostumado a andar de fórmula e que terei de passar por uma grande adaptação. Quanto mais jovem o piloto menos tempo demora esse processo``, disse Helio Castro Neves, de 37 anos, e que juntou os dois sobrenomes para facilitar o entendimento dos norte-americanos e passou a usar Castroneves como uma palavra só.
Ele fala um pouco sobre a alegria de voltar a correr no Brasil de Turismo, pois sua última vez por esses lados foi em 2006 quando ganhou as tradicionais Mil Milhas de Interlagos com um Aston Martin ao lado de Nelson Piquet, Nelsinho Piquet e do francês Christophe Bouchut.
``No monoposto a gente vê os pneus, sabe quando as rodas travam e o ângulo que se ataca a zebra. No Stock só dá para sentir se pega muito ou pouco. Além do mais, o carro é muito mais pesado e no fórmula as asas também servem como freio. Nos carros de Turismo é normal quem está acostumado com o outro perder o ponto de freada``.
Com contrato recentemente renovado com a Penske por mais uma temporada, o pai de Mikaela, de 3 anos, ainda não pensa no que fazer num futuro mais distante. Ele é casado com a colombiana Adriana e os dois vivem em Miami, Estados Unidos.
``É preciso entender que nada é eterno e como gosto de desafios, vou buscar carros diferentes para me manter em atividade. Com certeza a Stock Car faz parte dos meus planos, mas não sei para quando. Estou muito contente com essa oportunidade de poder voltar a guiar carros de Turismo no Brasil e principalmente na Stock Car, que acompanho dos Estados Unidos. Garanto que vou aprender muito com o Valdeno Brito, meu companheiro na Shell Racing``, disse Helinho que disputa as corridas da Fórmula Indy nas ruas de São Paulo.