Na prática, a Stock Car inicia nesta sexta-feira o reconhecimento do circuito de Cascavel, que está de volta à categoria depois de 20 anos de ausência. Mas o traçado de 3.058 metros do oeste paranaense não será totalmente estranho para grande parte dos 32 pilotos do grid. Além daqueles que já andaram por aqui em outras séries, de monopostos ou turismo, praticamente todos usaram a tarde quente desta quinta-feira, com temperatura ambiente acima dos 30 graus, para checar as condições do asfalto e conferir se a negociação das curvas será feira com base nos estudos teóricos ou de simuladores. "Fiquei surpreso. A curva 1 tem uma inclinação que eu desconhecia", disse Felipe Maluhy, que levou José Avalone, engenheiro da Medley/Full Time, no passeio pela pista.
Xandinho Negrão, companheiro de Maluhy na equipe dirigida por Maurício Ferreira, correu nas duas temporadas de Fórmula 3 que disputou no meio da década passada. Mas nem por isso deixou de engrossar a romaria de pilotos pelo traçado, a pé ou de moto. Em meio às atividades habituais da véspera dos treinos, os pilotos começaram a sentir na pele os efeitos da seca que castiga a região há cerca de 60 dias e que tem elevado os termômetros a níveis inimagináveis para o inverno na Região Sul.
Como ocorre em circuitos novos ou naqueles que passaram por transformações no desenho, os pilotos ganharam um treino extra de 40 minutos. Terão também um jogo a mais de pneus usados, mas os novos permanecerão os dois regulamentares. Além disso, todos terão de passar pelo teste de saída do carro com o novo banco de fibra de carbono que substituirá o de alumínio que vinha sendo utilizado. "É uma modificação que visa a aumentar a segurança", explicou Avalone. O banco poderá estrear facultativamente na etapa de Curitiba, em outubro, mas a partir de Brasília, em novembro, será obrigatório.
As atividades da sexta-feira serão abertas às 8h50, quando o primeiro dos dois grupos de 16 carros participará dos ensaios extras, e serão encerradas às 16h50. A prova de Cascavel será a 8ª etapa de uma temporada que vinha sendo dominada pelos carros da equipe dirigida por Andreas Mattheis, que ainda tem o tetracampeão Cacá Bueno na liderança do campeonato com 110 pontos contra 110 de Ricardo Maurício, campeão de 2008 pela Medley e atualmente na RC. No entanto, nas últimas corridas, no Rio de Janeiro e Salvador, Allam Khodair deu as cartas e confirmou a fase de crescimento da Vogel/Blau. As duas vitórias o elevaram à 11ª colocação e o devolveram à luta pelo título.
