Com sete pilotos lutando pelo título na batalha final, a Stock Car se despede da temporada 2012 no domingo (9/12) em Interlagos com um atrativo especial: o vencedor da 12ª etapa levará a cobiçada bolsa de R$ 1 milhão, que poderá se transformar em recompensa adicional se o ganhador for o campeão ou um magnífico prêmio de consolação. A prova distribuirá pontuação dobrada e, portanto, abre a possibilidade de uma surpresa de última hora. O líder Cacá Bueno tem 159 pontos, 10 a mais que os mais diretos perseguidores - Daniel Serra, Ricardo Maurício e Átila Abreu -, e precisa de um quarto lugar para levantar o penta no caso de vitória de um dos segundos colocados.
A quarta Corrida do Milhão vem novamente com formato alterado. A disputa terá 50 minutos e mais uma volta, o que significa praticamente um regresso à duração da temporada passada e o aumento de 10 minutos em relação às provas deste ano. No entanto, a capacidade do tanque e a quantidade de combustível que os carros levarão poderão determinar uma parada para reabastecimento, que será facultativo a exemplo da troca de pneus. "Essa será uma das grandes questões do fim de semana", lembra Maurício Ferreira, diretor-técnico da Medley Full Time, equipe de Rubens Barrichello e Xandinho Negrão. "Em condições normais, sem qualquer interrupção, não dá para ir até o final sem o pit stop. Mas uma entrada do safety car e a consequente redução do consumo de etanol podem tornar possível completar a prova sem a parada nos boxes", acrescenta.
A organização comandada por Ferreira conquistou a pole das duas edições anteriores da Corrida do Milhão em Interlagos, ambas com Marcos Gomes. Em 2010, Gomes terminou na segunda posição. No ano passado, liderava a corrida quando começou a perder rendimento por causa da quebra da suspensão esquerda dianteira, danificada em um choque com a chicane da Subida do Café. Neste ano, o carro estará nas mãos de Barrichello, que estreou em Curitiba e correu em Brasília como preparação à Corrida do Milhão. Ferreira admite que a base de acerto coletada tem importância relativa. "Ajuda, mas não é uma garantia, porque notamos uma variação no comportamento dos pneus do ano passado para cá", explicou.
A Medley/Full Time vem se preparando para uma eventual troca de pneus e reabastecimento desde o início da temporada, a cada parada dos carros nos boxes nos treinos livres de todas as etapas. De acordo com a estimativa de Ferreira, o tempo total de perda para a operação completa deverá ser de 45 segundos, entre a desaceleração e a volta à pista. A simulação é fundamental para "azeitar" o trabalho dos mecânicos. No ano passado, Gomes recuperou a liderança perdida logo após a largada graças à eficiência do pit stop e só não brigou pela vitória até o fim por causa da pane mecânica.
As atividades de pista serão abertas na quinta-feira com as três sessões de treinos livres exclusivas aos pilotos convidados - além de Barrichello, o grupo é composto por Tony Kanaan, Rafa Matos, que estrearam em Brasília, e o novato Hélio Castroneves. Serão três ensaios com duração de 60 minutos, o primeiro a partir das 8 horas. Na semana passada, a Medley/Full Time promoveu ajustes no banco do carro de Barrichello."Ele estava se queixando da posição de dirigir. Por isso, reclinamos um pouco mais, para ficar um pouco mais parecido com o banco de um fórmula e deixá-lo mais confortável", concluiu Ferreira, que neste fim de semana comemorou em Curitiba a conquista do bicampeonato por equipes do Brasileiro de Marcas.