Ele jogou futsal, futebol society, handebol, basquete, xadrez, nadou e, quando definiu que o vôlei era o esporte onde pretendia seguir carreira, Ricardo Lucarelli não imaginava chegar tão cedo à seleção brasileira. Hoje, aos 21 anos, o ponteiro é o mais jovem do grupo que representa o país na Liga Mundial e, já no primeiro jogo, foi escalado como titular. A estreia foi na Polônia, país onde o vôlei é o considerado o esporte mais importante. Isso fez Lucarelli amadurecer ainda mais e estar preparado para ajudar a equipe verde e amarela na etapa do próximo final de semana, na Argentina. O objetivo é ajudar o Brasil a conquistar o décimo título da história da competição.
- Você praticou vários esportes antes de optar pelo vôlei. Em qual momento você decidiu que esse era o esporte que você pretendia seguir carreira?
Lucarelli: Foi no momento em que eu fiquei um pouco mais no vôlei do que nos outros esportes. Nesse momento, o meu pai me cobrou e, como essa era a modalidade que eu gostava mais, decidi deixar os outros um pouco de lado e me dedicar totalmente ao vôlei.
- Você acha que algum desses outros esportes te ajudou de alguma forma no vôlei?
Lucarelli: Um pouco de cada. Primeiro pelo lado da convivência, de viver em grupo. E também pela parte física. Ganhei mobilidade, elasticidade e acho que cada um deles me ajudou um pouquinho, sim.
- Então você pegou as seleções de base e foi um processo natural chegar a adulta tão rápido?
Lucarelli: Eu fiquei surpreso de ter sido convocado logo depois que saí da juvenil. Acho que o bom rendimento na Superliga me ajudou bastante. Esse é o caminho que eu sonhei. Estar na seleção é uma realização, mas sei que tenho que treinar cada vez mais para evoluir e conseguir me manter aqui.
- Há uma diferença muito grande entre jogar nas seleções de base e na adulta?
Lucarelli: O nível é outro. Aqui, até a conversa é sobre outros assuntos. Falamos sobre coisas um pouco mais sérias. No juvenil, é muita brincadeira. Na adulta também tem, claro, mas é diferente. Sem contar na cobrança. Por todo o histórico da seleção brasileira, há uma pressão muito grande, mas temos que estar preparados para tudo isso.
- Você esperava ser titular na sua primeira Liga Mundial?
Lucarelli: De maneira nenhuma. Ser convocado já seria uma grande vitória e estar de titular é uma benção. Começar jogando é legal, mas tenho que lembrar que estou substituindo um jogador excepcional como o Murilo. Isso é muito difícil e dá um certo nervosismo. Tenho procurado me soltar com o tempo até chegar no ponto ideal dentro de quadra. Com o tempo, vai ser um pouco mais fácil.
- Como está sendo o convívio com jogadores mais experientes como Dante, Vissotto e Bruno?
Lucarelli: Eles me deram vários toques e me acalmaram muito no primeiro set do jogo, quando estava um pouco mais nervoso. Sem dúvida, a ajuda de todos está sendo fundamental. Estou vivendo um momento muito feliz e espero retribuir sempre dentro de quadra.