A ponteira Natália, contratada pela Unilever para a temporada 2011/2012, será submetida a nova cirurgia na canela esquerda, nesta terça-feira (20/12). A jogadora passava por um período de recuperação, após a retirada de um tumor benigno, em junho, e seguia um programa de treinos específicos na Escola de Educação Física do Exército, na Urca. A segunda intervenção será realizada no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, pelo Dr. Reinaldo Jesus Garcia, especialista na área, e terá o acompanhamento integral do Dr. Ney Pecegueiro, médico da equipe carioca.
"A Natália fez a ressecção do tumor em junho, quando servia a Seleção Brasileira. Passou por todo o procedimento, como manda o figurino, e deu tudo certo. Ela vinha se recuperando bem. Mas o tumor acabou voltando, uma recidiva, como costumamos dizer", explica o Dr. Ney Pecegueiro. A jogadora havia sido liberada para fazer exercícios físicos, sem treinamento com bola, saltos ou deslocamentos, na Escola de Educação Física do Exército, na Urca, ao lado das companheiras da Unilever, mas voltou a sentir dores. "É um tumor benigno local, que causa dor. Depois da cirurgia, ele voltou pequenininho e decidimos esperar pela cicatrização natural. Mas, à medida que ela foi intensificando o treinamento, a dor aumentou muito e preferimos poupá-la. Fizemos uma série de exames e constatamos a necessidade da operação", diz o médico.
A estimativa de recuperação é de cerca de três meses. "Claro que o tempo vai depender de como ocorrerá a cicatrização. Mas isso não significa que ela ficará três meses parada e só depois voltará aos treinos. Ela ficará com a perna em repouso, mas poderá fazer um trabalho com os braços, os ombros, ter contato com a bola. Vamos dosar os treinos de acordo com a cicatrização", explica Pecegueiro.
Natália demonstra confiança ao falar da nova cirurgia. "Fiquei muito chateada nos dois primeiros dias, depois que soube que teria de operar novamente, até porque estou praticamente desde junho sem treinar direito. Mas agora, depois de conversar com o Ney, estou bem otimista. Ele me disse que a chance de cura é de 100%", revela a jogadora. "Agora, só o que posso fazer é me cuidar fisicamente, me recuperar e esperar. Mas tenho pensamento positivo, quero voltar a treinar e jogar o mais rapidamente possível."
O técnico Bernardinho lamenta o fato de Natália ter de passar por nova cirurgia. "Temos um bom grupo, mas a Natália é uma perda significativa, importante, para o time na temporada. Infelizmente, ela não teve condições de fazer nenhum jogo ainda pela Unilever. Uma pena", diz Bernardinho. "Mas agora o que está em jogo é a sua integridade física, sua recuperação. Fico triste porque estávamos havia anos tentando trazê-la para o time e ela sempre demonstrou vontade de jogar na Unilever."
Natural de Ponta Grossa, no Paraná, Natália começou a jogar vôlei nas categorias de base do AJOV, em Joaçaba (SC). Passou por Campos e Macaé e, com apenas 16 anos, foi contratada pela equipe adulta de Osasco. Aos 17, já defendia o clube na Superliga Feminina como titular. Com a seleção brasileira infanto-juvenil, foi campeã sul-americana em 2004 e Mundial em 2005. Como juvenil, repetiu os dois títulos. Foi campeã continental em 2006 e Mundial em 2007 (eleita a melhor jogadora da competição). Foi convocada pela primeira vez para a seleção adulta na Copa dos Campeões de 2005.