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Saldo positivo ao fim de quatro eventos no Brasil

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Um feito inédito na história do vôlei de praia marcou o ano de 2016 do Circuito Mundial. Pela primeira vez o Brasil sediou quatro etapas em uma mesma temporada. Maceió (AL), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES) e Fortaleza (CE) foram as sedes das paradas internacionais e receberam ao todo 134 duplas de 37 países diferentes, com todos os continentes representados e mais de 300 atletas na disputa por pontos e medalhas.

Na perspectiva da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), o balanço foi positivo. O diretor de Voleibol de Praia da entidade, Fulvio Danilas, acredita que o calendário pré-Rio 2016 instigou o interesse de patrocinadores, da TV e do público na modalidade que sempre chega aos Jogos Olímpicos com alta procura. Somente nas quatro etapas brasileiras, de 687 jogos realizados, 40 foram transmitidas pela TV fechada (SporTV), uma pela TV aberta (Rede Globo), além de outras 160 exibidas ao vivo online por meio do site da CBV.

“A ideia de trazer quatro eventos do Circuito Mundial para o Brasil no ano de 2016 surgiu através de um pensamento estratégico da CBV visto que o vôlei de praia recebe uma exposição muito maior em anos olímpicos que nos outros. Isto porque na competição olímpica o Brasil está sempre entre os favoritos na modalidade e tem um ótimo históricos de medalhas. Por isso a atenção do público e da mídia em geral se volta mais nessa época na expectativa do resultado olímpico. Nossos objetivos foram alcançados, conseguimos um aumento considerável de transmissões de TV, fazendo com que o vôlei de praia chegasse a um público muito maior”, analisa Fulvio.

Além de promover o vôlei de praia no país, as etapas do mundial realizadas no Brasil também fortaleceram o desenvolvimento de parcerias nacionais que tiveram a oportunidade de jogar torneios de alto nível em “casa”. Um dos maiores nomes da modalidade, o baiano Ricardo, campeão olímpico em Atenas 2004, está entre os atletas que aprovaram a sequência de etapas do Circuito Mundial no território brasileiro.

“Eu que vivenciei e vivencio ainda o Circuito Mundial, acredito que estou em minha décima oitava temporada, tenho a certeza de que nenhum outro país teve esta estrutura como a nossa, capaz de proporcionar quatro etapas em uma temporada. Isso criou oportunidade para duplas que não têm muitas chances de disputar o Circuito Mundial possam ter esta experiência. Isso motiva o surgimento de futuros campeões. A qualidade proporcionada para os atletas está sendo fantástica”, comentou Ricardo.

Para montar as quatro arenas foram utilizados mais de 70 caminhões-baú para o transporte de todo o equipamento de montagem das arquibancadas, material de quadra, salas de apoio e infraestrutura. Cada um dos eventos demorou em média 15 dias para ser montado e contou, no total, com 500 profissionais envolvidos, desde seguranças e boleiros até equipe médica e colaboradores da CBV e da Federação Internacional.

E não foi só na estrutura que o Brasil impressionou nas etapas realizadas em território nacional. No decorrer dos quatro eventos o país contou com 24 representantes (14 no naipe masculino e 10 no feminino). Em 24 medalhas possíveis, as parcerias verde e amarelas conquistaram 10 (cinco ouros, três pratas e dois bronzes), incluindo os títulos de Larissa/Talita e Alison/Bruno Schmidt em Vitória (ES), Duda/Elize em Maceió (AL) e em Fortaleza (CE) e o de Oscar/André também na capital cearense.

“A nossa ideia é rodar o Circuito Mundial. E ter a oportunidade de participar e quatro eventos em nosso país é muito bom. Isso nos possibilitou pegar ritmo na competição e pontuar bem para seguir com um passo à frente. A gente pode conhecer as duplas, os times principais, pois todos vieram para cá de olho nos Jogos Olímpicos, acredito que soubemos aproveitar isso da melhor maneira possível”, explicou Elize Maia.

Treinado pelo ex-jogador brasileiro Garrido, o chileno Marco Grimalt joga ao lado do primo Esteban e busca uma vaga nos Jogos Rio 2016. Os dois estiveram nas quatro etapas realizadas no Brasil. Para Marco, a possibilidade de jogar em um país vizinho, sem o desgaste das longas viagens que são comuns a quem disputa o Circuito Mundial, é muito importante na busca da inédita vaga olímpica.

“Estamos muito agradecidos à Confederação Brasileira de Voleibol e toda equipe que contribuiu para a realização dos eventos aqui na América do Sul. É muito importante ter eventos desta categoria tão perto de nosso país. Nos permitiu jogar torneios de grande importância sem o desgaste de viagens longas ao redor do mundo. As principais duplas participaram, o que engrandeceu os eventos. Ainda estamos buscando nossa vaga nos Jogos Olímpicos, e ter etapas do Circuito Mundial por aqui em nosso continente foi muito importante para alcançarmos nossos objetivos”, afirmou Marco Grimalt.

 Além dos times estrangeiros, jovens promessas brasileiras também puderam participar da festa do vôlei de praia nas areias alagoanas, cariocas, capixabas e cearenses. Andressa e Tainá já tem títulos internacionais na base, ambas já conquistaram campeonatos mundiais Sub-19 e têm corrido o Circuito Brasileiro. A etapa em Fortaleza serviu de estreia para as duas entre as profissionais.

“Está sendo muito legal para o nosso time poder participar deste torneio adulto. Foi uma oportunidade imensa que tivemos. Duas jogadoras tão jovens, podendo participar de um grande evento não acontece sempre. Estamos fazendo uma grande campanha tanto em âmbito nacional como no internacional. Aqui em Fortaleza conseguimos vencer dois dos três jogos da chave e conseguimos avançar na competição. Essa é uma experiência ótima para que possamos progredir e evoluir cada vez mais”, relatou a sergipana Tainá, de 20 anos.

Após passar pela capital cearense, as feras do vôlei de praia mundial seguem ao redor do mundo em busca de mais conquistas. No entanto, alguns dos principais nomes da modalidade não demorarão a retornar, quando, em agosto, os olhos de todos os fãs deste esporte estarão voltados para a praia de Copacabana onde, pela sexta vez, a briga será por uma medalha olímpica.